Em reunião, médicos e Governo do Estado entram em consenso e atendimentos no HPS 28 de Agosto seguirão normalmente

Encontro ocorreu nesta segunda-feira (23), na sede do MPAM. Impasse é motivado por contratação de empresa privada para gestão da unidade de saúde e por salários atrasados.

Por Lucas Macedo, Juan Gabriel, g1 AM


Reunião ocorreu na sede do MPAM — Foto: Divulgação/MPAM

Representantes do Ministério Público do Amazonas (MPAM), da Secretária de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM) e do Instituto de Traumato-Ortopedia do Amazonas (ITO-AM), entraram em consenso após reunião realizada na manhã desta segunda-feira (23), na sede do MPAM, e os atendimentos no Hospital e Pronto-Socorro (HPS) 28 de Agosto seguirão normalmente.

O impasse, que se estende há pelo menos uma semana, tem como fator principal a contratação da Organização Social de Saúde (OSS) Agir, que assumiu a gestão do HPS e do Instituto Dona Lindu, hoje Complexo Hospitalar da Zona Sul (CHZS). Segundo médicos que atuam nas unidades de saúde, após a troca no comando houve uma série de demissões sem aviso prévio, o que teria afetado, principalmente, o setor de ortopedia.

Além das demissões, os profissionais também reclamam de atrasos salariais por parte da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). A situação teria gerado uma troca de mensagens entre médicos ortopedistas vinculados à ITO-AM que atuam no HPS 28 de Agosto sugerindo uma suspensão dos atendimentos, segundo informado pelo setor de inteligência do MPAM.

Na reunião desta segunda-feira, o presidente da ITO-AM, Fernando Abreu, garantiu que em nenhum momento houve uma recomendação para os profissionais paralisarem o trabalho e atribuiu as mensagens a insatisfação pessoal dos profissionais.

"Quando você está sem pagamento e existe um grupo, você tem a possibilidade de se manifestar e alguns que devem estar insatisfeitos com o Natal vindo, o Ano Novo, família, uma ceia, um presente de um filho. Eu já vi colega chorando porque não pode dar um presente para um filho", relatou.

Abreu também reforçou que os profissionais do Instituto anteriormente dispensados estão dispostos a voltar ao HPS 28 de Agosto, mas salientou que a Agir mantém contrato com uma empresa de Goiânia para a prestação dos serviços ortopédicos e que esse contrato tende a ser mantido.

Após o encontro, a secretaria de Saúde do Amazonas, Nayara Maksoud, afirmou à imprensa que os trabalhos na unidade de saúde foram intensificados.

"O Pronto-Socorro 28 de Agosto continua com as portas abertas. É um hospital que é da população do estado do Amazonas, é um hospital que mantém a sua qualidade e que vem atendendo e está organizado para o período de Natal e Ano Novo", disse Maksoud.

A secretaria, no entanto, não confirmou quando e como serão realizados os pagamentos de salários atrasados para os profissionais de saúde do estado. O g1 questionou a SES-AM em busca de posicionamento, mas até o fechamento desta reportagem não houve retorno.

Sobre o encontro, a promotora Luissandra Chíxaro destacou o papel conciliador do MPAM com relação ao impasse, mas também informou que as partes foram advertidas que caso o serviço fosse paralisado haverão sanções cíveis e criminais.

"Houve uma conversação, houve uma expedição de recomendação a eles, ao estado, a secretaria, as empresas médicas, no sentido de que não pode haver paralisação, descontinuidade da prestação de serviço à saúde sob pena de incorrerem as responsabilidades legais cabidas as peças"