Edição de 31/03/2023
Vivemos em uma época que vai entrar para a história como a era da revolução digital. Internet, celular, redes sociais e muitos outros avanços mudaram a vida das pessoas. O primeiro Globo Repórter especial de aniversário de 50 anos foi ao ar nesta sexta-feira (31) e relembrou as conquistas tecnológicas que nos trouxeram até 2023, com um olhar no futuro.
O repórter Ernesto Paglia até virou avatar pela primeira vez e entrou no mundo da realidade virtual. A missão dele, no jogo criado exclusivamente para o programa, foi pegar o maior número possível de microfones e ligar os aparelhos de TV. O mercado de games movimentou US$ 184 bilhões em 2022.
Avatar de Ernesto Paglia no Globo Repórter — Foto: Globo Repórter
O Globo Repórter estreou em 3 de abril de 1973, dia da primeira ligação de celular no mundo. Na época, quem tinha televisão via quase tudo em preto e branco e o telefone era aparelho de gente rica. Em meio século, a tecnologia deu um salto e a vida dos brasileiros mudou, sempre registrada pelo Globo Repórter.
O programa desta sexta mostrou ainda as mudanças nos videogames, nas formas de pagamento, o início das conversas de vídeo pelo computador, a polêmica da inteligência artificial, a evoluções dos automóveis e os impactos das mudanças tecnológicas no mercado de trabalho e nas salas de aula. Assista à íntegra no vídeo acima.
Imagem do especial do Globo Repórter sobre tecnologia — Foto: Globo Repórter
Confira abaixo trechos do programa:
Gentil e Cidinha ajudam a relembrar essas cinco décadas com a participação especial dos que chegaram depois. Quando recém-casados, eles pagaram em suaves prestações o eletrodoméstico que era um sonho de consumo, uma televisão – pequena e de tubo. O aparelho era uma companhia de todas as horas.
Globo Repórter estreou em 3 de abril de 1973, dia da primeira ligação de celular no mundo
Uma linha telefônica valia tanto que entrava para a declaração de renda. Em 3 de abril de 1973, dia da estreia do Globo Repórter, pela primeira vez foi usado um celular, nos Estados Unidos. O aparelho se tornou uma extensão dos nossos braços, extensão dos nossos olhos. Hoje, o Brasil já tem mais celular do que gente. São 251 milhões espalhados por todos os cantos do país.
Ernesto Paglia no programa especial de 50 anos do Globo Repórter sobre tecnologia — Foto: Globo Repórter
Irmãos que ajudaram a mostrar a novidade do videogame nos anos 80 jogam juntos hoje as versões mais modernas
Irmãos Christhian e Michel Zaharic participaram do Globo Repórter em 1991 para mostrar como se usava o videogame e participam dos 50 anos do programa — Foto: Globo Repórter
A diversão das crianças de hoje passa longe dos brinquedos da garotada de outros tempos. O videogame apareceu nos anos 1980 para incomodar a concorrência. Há 30 anos, a febre que revolucionava o mundo dos brinquedos pegou de jeito os irmãos Christian e Michel Zaharic. Eles ajudaram o Globo Repórter a explicar a novidade, na época. Hoje, eles continuam se divertindo com os aparelhos e ganharam a companhia de Luca, filho de Michel. Os jogos de antigamente parecem jurássicos. Não era possível salvar o jogo e continuar de onde havia parado, por exemplo. Os irmãos dividiam um quarto e tinham que se revezar para poder enfrentar os inimigos. Hoje, jogam com os amigos, cada um de sua casa. O mercado do videogame deve movimentar US$ 100 milhões no Brasil em 2023.
Relembre quando pagar com cartão de tarja magnética era uma grande inovação
Relembre quando pagar com cartão de tarja magnética era uma grande inovação — Foto: Globo Repórter
Nos anos 1980, Ernesto Paglia experimentou um cartão com tarja magnética, uma grande inovação para a época,. Antes, a grande novidade era não precisar carregar dinheiro. Hoje, não é preciso nem mais levar o cartão. Ele está na memória do celular ou até na do relógio. E é possível pagar por aproximação. Numa loja de autopeças, quando a máquina do cartão chegou, foi um alívio e ajudou a diminuir o prejuízo dos tempos do cheque sem fundo. No estabelecimento, o cartão já não é mais o favorito dos clientes e de 60 a 70% das vendas são online. O preferido da vez é o PIX.
Reportagem de 1995 mostrava o início das conversas de vídeo pelo computador
Reportagem de 1995 mostrava o início das conversas de vídeo pelo computador — Foto: Globo Repórter
Em 1995, uma reportagem de Sandra Moreyra para o Globo Repórter mostrava o início das conversas de vídeo pelo computador. O professor Hugo Fuks podia conversar com um assistente que estava no prédio ao lado. Hoje, o mentor de inovação da PUC-Rio se conecta com o mundo inteiro sem sair do cantinho onde se isolou do mundo real. O refúgio para se proteger da pandemia virou opção de vida e com todo o conforto que a tecnologia garante. A grande novidade de hoje é a mobilidade.
A aposta da tecnologia atual é na maior autonomia das máquinas, a polêmica inteligência artificial. Quem trabalha com ela já anda preocupado com o futuro e quer uma pausa nas pesquisas. Ela é capaz de responder perguntas e criar textos exclusivos, a partir do que há na internet. O professor Fabio Cozman, diretor do Centro de Inteligência Artificial, explica que a IA são máquinas que podem representar conhecimento, raciocinar, tomar decisões, aprender e interagir através de imagens e texto ou fala. Uma das novidades do momento é o chatGPT.
A equipe de reportagem do Globo Repórter teve problemas na viagem de ida e, quando chegou ao único atol brasileiro, o barco já não tinha combustível para fazer o caminho de volta. O rádio quebrou e eles perderam o contato com o continente por uma semana. Para chamar a atenção, a equipe escreveu SOS na areia e a ajuda chegou de paraquedas. Pelo rádio que caiu do céu, ouviram a notícia de que o resgate estava a caminho. Quase 40 anos depois, hoje o lugar tem uma presença constante de pesquisadores e da fiscalização. E todos que estão lá são facilmente contactados, graças à internet.
Carro elétrico em 2023 — Foto: Globo Repórter
Quando o Globo Repórter estreou, em 1973, as máquinas sobre rodas não passavam de dois milhões e meio no Brasil. Hoje, são 47 milhões de carros, muitos deles hiperconectados, e abastecer com álcool não é mais novidade. Já estamos na era dos elétricos - a promessa de um futuro movido à energia mais limpa. Os veículos elétricos também se preparam para dominar o céu. A ideia é usar drones no transporte de passageiros em distâncias de até cem quilômetros. Veja também: grupo se encontra aos domingos na Avenida Europa, em São Paulo, para acompanhar um desfile de automóveis. Dos antigos incrementados aos carrões de luxo.
Décadas de avanço tecnológico mudaram muita coisa na Central de Operações da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo. Um quadro cheio de luzes vermelhas piscantes que monitorava os semáforos da cidade, por exemplo, já não existe mais. Ele foi substituído por algo muito mais completo - um vídeo wall, que também está caminhando para se tornar um coadjuvante em um sistema muito mais sofisticado. Os aplicativos já são parceiros na administração do trânsito, mas por enquanto, as máquinas, sozinhas, ainda não andam, nem fazem a cidade andar.
O diploma de datilografia era o passaporte para muitas secretárias conseguirem emprego, há 40 anos. A máquina de escrever perdeu o status no mercado de trabalho. Junto com as listas telefônicas, tudo foi engolido pelo computador. Secretária diz que a tecnologia agiliza as tarefas feitas de forma repetitiva, mas não resolve problemas e não mostra como um ser humano deve se comportar.
O impacto da tecnologia nas salas de aula — Foto: Globo Repórter
Em outubro de 1983, o Globo Repórter mostrou quando o computador chegou a algumas escolas brasileiras. Se naquela época, a turma pegou rápido as manhas do computador, a geração de hoje está ainda mais ligeira. Os robôs, sempre mexeram com a nossa imaginação e o Globo Repórter falou muito deles em meio século. Mestre da ficção científica, Isac Asimov olhava para as máquinas e acreditava em um futuro mais justo. Os desafios para os próximos 50 anos são enormes. É preciso garantir acesso e também conteúdo de qualidade.
Nos tempos da inteligência artificial, os pesquisadores trabalham para desenvolver softwares capazes de identificar uma praga que se alastra pelas redes: as falsificações digitais. A necessidade desse trabalho minucioso de checagem só reforça que a tecnologia não é boa nem ruim, o que importa é o uso que fazemos dela.