A ilha das dunas gigantes é uma das mais isoladas do litoral do Maranhão. Do alto, lembra um deserto. Mas é uma ilha diferente. De um lado, água salgada, do outro, água doce. A equipe do Globo Repórter visita uma foz de dois rios que desaguam no Oceano Atlântico.
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O território da ilha ocupa 2,5 quilômetros de largura por pouco mais de cinco de comprimento. Apressando o passo dá pra chegar do outro lado em duas horas de caminhada. Os morros de areia chegam a 40 metros de altura. E pra refrescar, lagoas surgem como oásis.
Os moradores do local pegam água natural, vindas de fontes de água doce. Onde cavar entre as dunas se acha água limpa.
A energia no local é de graça, gerada pela força do vendo. Bem perto do mar foi instalado o equipamento de captação: um cata-vento que abastece a usina eólica. O suficiente para levar energia a todas as casas do vilarejo. E vem do mar a comida dos moradores da Ilha. E a pescaria pode ser a qualquer hora do dia ou da noite.
Uma das maiores dificuldades, a equipe do Globo Repórter encontra no meio do caminho: a pesca com malha fina. Proibida, crime ambiental. A rede captura até os filhotes.
Não é exagero considerar a pescada amarela o ouro dos pescadores no Maranhão. O peixe dos mais cobiçados, pode ser encontrado em todo o litoral brasileiro. Ele se reproduz na foz dos rios. Os mangues são os berçários dos filhotes. Quando começam a crescer, a maré se encarrega de leva-los para o mar aberto.
Na ilha de Guajerutiua, a pesca é a principal ocupação das 500 famílias da comunidade. Dá dinheiro e trabalho - até para as mulheres.
Na casa de Renata de Araújo, é uma delícia que perfuma a cozinha: a pescada amarela com arroz de cuxá. O segredo está no tempero à base de uma verdura chamada vinagreira. Mas ainda leva gengibre e pimenta de cheiro (aprenda a receita completa).