Edição do dia 23/10/2015

24/10/2015 00h05 - Atualizado em 24/10/2015 00h05

Mercearia guarda caderno de fiado com anotações de mais de cem anos

Rony herdou o comércio e o caderno do bisavô. E a história da mulher que mantém montado o ano inteiro o presépio mais famoso do interior de MG.

São 260 quilômetros que separam o mercado de Diamantina do mercado do Roninho.
E esse também vale a parada. O nome certo é mercearia Paraopeba. Mas o povo de Itabira conhece mesmo é pelo apelido do dono. Ele é bisneto do primeiro proprietário, herdou o comércio e o caderno de fiado, já meio comido pelos cupins. Tem anotação de mil oitocentos e setenta e tantos!

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São só 24 metros quadrados. Mas o que tem ali é um espanto! O que você pedir, pode apostar, Roninho e Josimar, o ajudante fiel, vão encontrar.

Negócios também são feitos sem dinheiro - o velho escambo. Traz uma coisa, leva outra do mesmo valor. Seu Chico é fornecedor há 20 anos, traz queijos e leva parte do pagamento em garrafas de coalho e rosquinhas.

Mulher mantém o presépio mais famoso do interior de Minas montado o ano inteiro

E nesse interior mineiro quando a gente pensa que já viu tudo, vem outro lugar pra nos conquistar: Milho verde. A cidade é bem pequena. Na pracinha da capela o único movimento é do vento. Tão lindas quanto as paisagens são as pessoas dessa terra.

Do pomar de casa Dona Helena Torres vê o Vale do Jequitinhonha. A mata, os ipês amarelos. Os passarinhos cantam o dia todo. Nesse cantinho de paz, durante anos, Dona Helena escreveu cartas para pessoas que não sabiam nem ler nem escrever. O Ailton da mercearia é testemunha.

“Era carta pra namorado, de amor, qualquer tipo de carta que pedisse a ela escrevia”, relembra o comerciante.

Conversa na cozinha é sempre boa. A equipe do Globo Repórter conversou sobre os filhos, sobre a vida. E ouviu histórias de assustar, que Dona Helena inventa e gosta de contar. Mas no quartinho ao lado é que fica a melhor criação dela: um presépio que fica montado o ano inteiro. Até o bispo já foi visitar ao local.