O município de Catas Altas fica entre as primas ricas, Diamantina e Ouro Preto. O centro da cidade parece uma pintura, emoldurada pela Serra da Caraça. Nas férias e feriados, muita gente vem desfrutar da beleza sossegada da cidade e se deliciar com tudo que é possível fazer com a jabuticaba.
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“A gente faz o vinho, aguardente de jabuticaba, fazemos licores, fazemos geleias, fazemos compota, fazemos farinha”, conta a produtora de vinho Ana Viegas.
A tradição de Catas Altas é oferecer o vinho no lugar do cafezinho. Ana é uma das produtoras da região. Dona orgulhosa de 25 jabuticabeiras, algumas no quintal de casa. O vinho de jabuticaba foi inventado no século 19. Sacerdotes vindos de Portugal trouxeram videiras pra plantar. Da uva saía o vinho da missa.
Eles também ensinaram essa arte aos moradores. Mas ali as jabuticabeiras nativas davam mais que a fruta importada. Com o tempo, a matéria-prima acabou trocada e o vinho de Catas Altas continua sendo feito até hoje.
O vinho é totalmente artesanal, sem nenhuma química. Depois de lavar, selecionar e moer a fruta, é só fermentar e envelhecer. Faz muito bem à saúde. A semente tem tanino. A casca e a polpa têm ferro, fósforo, vitamina C, antocianina. “Também é antioxidante das nossas veias, ajuda a digestão e o metabolismo”, conta Ana.
E tem mais. O tal do vinho fica bom usado na cozinha. A Dona Vagna, cozinheira de mão cheia, fez um banquete pra equipe do Globo Repórter: costelinha ao molho de vinho de jabuticaba, banana verde frita e arroz. (Aprenda a receita)