O fim de mais um dia de julgamento do mensalão - com atraso por causa das definições das penas dos réus – volta a trazer preocupação para quem acompanha o caso. Para a professora de direito Margarida Lacombe a complexidade do caso vem causando a demora na decisão dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF): "São várias questões, obstáculos e situações novas que vão surgindo. Isso é quase que atípico, o Supremo, como corte constitucional, fazer aplicação de pena. Ontem (24) e anteontem (23) foram dias reservados para a dosimetria de só um réu. Agora entra um segundo em cena, então um elemento de comparação começa a aparecer. Aí começam a falar em rever as penas de Marcos Valério".
Segundo Lacombe, os ministros definiram um critério para julgar crimes com reincidência e isso pode atrapalhar ainda mais o andamento do julgamento. "Na situação de lavagem de dinheiro houve a reincidência 40 e tantas vezes e concederam ao Ramon (Hollerbach) 2/3 de aumento na pena. Aí verificaram que tinham sido brandos com o Marcos Valério e agora estão querendo rever a pena dele", explicou.
Com a suspensão do julgamento até o dia 7 de novembro por causa de uma viagem do relator Joaquim Barbosa e o provável atraso no julgamento, a professora de direito não acredita que ele termine antes da saída do ministro Carlos Ayres Britto, presidente do Supremo Tribunal Federal , marcada para o dia 14 de novembro.