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As cidades e o poder global

qua, 23/04/14
por Equipe Milênio |

 

 

Benjamin Barber, ser urbano. Essa é a impressão que ele passa. Colocado em um cenário idílico, com passarinhos, barulho de riacho, ele provavelmente fica ansioso para voltar às ruas cheias de Nova York, onde nasceu, entre as sirenes e o caos do tráfego. Em lugar de se afligir, ele se alimenta do stress metropolitano. E quando busca uma sociedade melhor, não se remete a cenário utópico. Imagina isso no meio dos arranha-céus e das avenidas. Apaixonado pelo teatro, prefere mudança de roteiro ou de cenário, mas não de palco. Ele acredita que o mundo se tornou uma maquina ineficiente, rachada por divisões políticas e travada por abismos culturais e desigualdades econômicas. Vê como uma das soluções, um poder municipal exercido de forma pragmática, substituindo o modelo de poderes nacionais ideológicos, definidos pela burocracia e pela distribuição de favores políticos.

Nas ultimas décadas, Barber evoluiu de autor e ativista liberal para o que é hoje, um apóstolo da democracia sustentada por um pacto civil moderno. Ele é otimista, acha não só que a sociedade pode encontrar um modelo mais eficiente, mas acredita que a comunicação aperfeiçoa o ser humano e coletivamente, nós vamos conviver melhor , com menos radicalismo. Como entrevistado, Barber é o equivalente a um vendedor de rua de Nova York. Começa impaciente, sem apostar na transação. Mas quando vê interesse genuíno, investe, mostra o produto. É agradável observar o entusiasmo e a energia. Barber tem setenta e quatro anos, mas não carrega o peso das décadas vividas. Intelectualmente, parece ansioso para viver outro tanto.

 

por Luís Fernando Silva Pinto 



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