O mais novo cardeal brasileiro
Papa Francisco continua surpreendendo com mudanças na Igreja Católica. Ele parece seguir um roteiro bem estruturado. Primeiro foram gestos simbólicos de humildade: pagou a própria conta do hotel, viajou em carro comum, foi às ruas sem medo. Depois, enfrentou temas sensíveis para a doutrina da Igreja. Sobre o homossexualismo, disse: “Se alguém é gay e busca o Senhor com boa vontade, quem sou eu para julgar?”
Agora, na sua lista dos 19 novos cardeais, Francisco mostra que, aos poucos, vai mudar a estrutura de poder da Igreja, inclusive na representação geográfica.Entre os escolhidos, apenas 4 são membros da Cúria Romana, que é o órgão administrativo da Santa Sé. A grande maioria, vem de vários cantos do mundo. Foram contemplados religiosos de quinze países, alguns bem pobres – Costa do Marfim, Haiti. Outros com grande número de católicos, como o Brasil com a indicação de Dom Orani João Tempesta.
Monge paulista de São José do Rio Pardo, Dom Orani foi arcebispo de Belém do Pará e agora é o arcebispo do Rio de Janeiro. Ficou próximo do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, no ano passado. Dom Orani tem o perfil que o papa quer para seus cardeais: pastores que vão às ruas encontrar o seu rebanho. Nós conversamos com Dom Orani no Palácio São Joaquim, residência oficial do arcebispo do Rio. Ele já se prepara para viajar para Roma. Em 22 de fevereiro, em um Consistório no Vaticano, Dom Orani e seus 18 colegas irão receber do Papa Francisco o solidéu vermelho dos cardeais.
por Tonico Ferreira