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Uma fortaleza às margens do Mar Morto

sex, 12/07/13
por rodrigo.bodstein |

 

O Egito, o único país árabe a assinar um tratado de paz com Israel, vivenciou, em 2013, a derrubada pelas ruas do primeiro presidente eleito democraticamente e uma retomada dos militares. O suposto risco de um Irã nuclear continua a rondar a pauta da agenda internacional. A guerra civil na Síria se alonga por mais de dois anos e ameaça se espalhar pela região, principalmente para o Líbano. Enquanto isso, uma pequena “fortaleza”, detentora de um arsenal nuclear considerável e com um dos exércitos mais fortes do Oriente Médio, observa com atenção os desdobramentos dos conflitos vizinhos e está disposta a fazer de tudo para proteger seu território.

A preocupação territorial de Israel é uma consequência da sua história. Antes da formação do país houve uma tentativa, em 1919, de um acordo entre Faisal I do Iraque e Chaim Weizmann, da Organização Sionista Mundial, para establecer uma Terra de Israel na Palestina. Não deu certo. Gradualmente, a compra de terras e a exclusão dos árabes do processo produtivo criava polarização e oponência entre os dois lados. Nacionalismo árabe, sionismo judeu, pressão internacional após o Holocausto, colonialismo europeu na região, pobreza, exclusão, foram alguns fatores que contribuíram para o aumento da violência. A abordagem militarista ficou vinculada à questão de sobrevivência e os objetivos territoriais tornaram-se estratégicos.

Em 1948, logo após Ben Gurion declarar a independência de Israel em Tel Aviv, os árabes atacaram. Depois de décadas de ocupação britânica sobre aquele território e de uma declaração que não reconheceram, parecia ser o momento certo, mas Israel saiu vitorioso. Os sabras, judeus nascidos nos Kibutz e nas fazendas tornaram-se símbolo da força do novo país. O termo se refere a uma fruta que cresce nos cactos da região e que é dura e espinhosa por fora, mas doce por dentro.

Nas décadas seguintes, o país manteve os espinhos afiados e voltados para fora enquanto se tornava um oásis de desenvolvimento e tecnologia na região. Quase uma dezena de guerras depois – e alguns esforços de acordos de paz – Israel ainda briga por seu território e mantém uma relação conturbada com os palestinos. Em 2013, sessenta e cinco anos depois da fundação do país, o governo deciciu retomar os assentamentos na área E1 em Jerusalém Ocidental em uma tentativa de evitar que fosse formado um Estado Palestino contíguo.

Patrick Tyler, um veterano correspondente do New York Times e do Washington Post que passou boa parte da vida profissional no Oriente Médio, considera que o maior desafio para a paz em Israel é superar esse militarismo e que “desde o início havia uma ambição entre os líderes que precisariam de mais terra e que haveriam fases de guerra. O primeiro seria em 1948, mas logo haveria outros.” As Colinas de Golan, o Rio Jordão, a Galileia, o Negev, o território do Líbano até o Rio Latani, esses eram alguns dos territórios-chave para as lideranças que moldaram o Estado de Israel.

Mesmo com guerras, Intifadas, ataques preemptivos, foguetes cruzando os céus, muros dividindo a população, elementos presentes na relação entre palestinos e israelenses, Tyler afirma que a paz é possível. Sugere, como caminho, o desenvolvimento de instituições, em paralelo ao establishment militar, que busquem a negociação e a acomodação dos interesses para resolver um dos mais importantes conflitos do nosso tempo localizado no centro de uma das regiões mais instáveis do planeta. Em entrevista ao Milênio, Tyler oferece uma análise sobre as linhas de força que moldaram a percepção dos governantes de Estado de Israel – uma fortaleza às margens do mar morto – e sobre as perspectivas de paz na região.

 

por Rodrigo Bodstein

Um porto de ideias

sex, 15/02/13
por Equipe Milênio |

 

 

 

O plano era ir até o cais do porto, coração do Festival do Rio, um dos grandes acontecimentos, talvez o maior, da cidade. Lá, num dos imensos armazéns de frente para o mar, as mercadorias não são mais fardos, sacos e contêineres. Deram lugar a idéias e imagens. E nesse contexto, o objetivo era encontrar um dos expoentes do cinema de Israel atual, o diretor Eran Riklis. Instigante e bem-humorado na obra e carrancudo na imagem. Pelo que eu conhecia de filmes dele como “Noiva síria” , “Lemon tree” e “A missão do gerente de recursos humanos” e das entrevistas pescada pela internet, achei as definições razoavelmente adequadas, era como eu via o homem. Ao encontrar o sorridente careca, mais para o rechonchudo e com cara de bonachão, logo vi que “carrancudo”  não se aplicava. Riklis foi uma simpatia do início ao fim do nosso papo. E pude, aí sim, reparar em outra característica evidente: a veemência e assertividade na defesa de um certo tipo de cinema, no caso o dele. Autoral, por vezes ácido, político, sem medo de meter o dedo em feridas várias.

O diretor israelense aparenta bem menos do que os 58 anos que tem e demonstra ser apaixonado pelo que faz. E o que faz é levantar grandes questões, do Oriente Médio, do ser humano, da fraternidade, do amor, a partir de histórias de pessoas. Do micro ao macro, na ótica de um cidadão de Israel que viveu em vários países mas mantém Tel-Aviv como base, lutou na Guerra do Yom Kippur. Um quase sessentão que tem esperança em soluções para questões delicadas, como a relação com os palestinos e o mundo árabe, e que entre muitas dúvidas, tem pelo menos uma grande certeza: não devemos nos levar sério demais.

Estava lá na biografia do Riklis “viveu alguns anos no Rio de Janeiro..”. E ele confirma, foram três esses anos, na virada dos anos 60 para os 70, com o Brasil em plena ditadura militar e o mundo de olho na Guerra do Vietnã. Ele é, com orgulho, ex-aluno de uma excelente professora de literatura da Escola Americana, estabelecimento caro que reúne filhos da elite carioca e de diversas comunidades estrangeiras na cidade. E diz que ali, no convívio com essa mistura, ao lado da Favela da Rocinha, foi se formando o cineasta que ele se tornou. Além dessa informação fundamental, daquela época sobraram algumas palavras arranhadas num português carregado de sotaque e a mudança de uma percepção: Riklis disse que na juventude o Rio, o Brasil, parecia um lugar bom, que tinha tudo para ser excelente e dá a entender que hoje, há avanços importantes. A impressão sobre o conturbado Oriente Médio confirma um otimismo esperançoso. O isralense acha que com algum entendimento, a região pode bombar. E não no sentido bélico.

Na tarde calorenta do cais do porto, Eran Riklis, que teve formação cinematográfica na Inglaterra, diz que acha seu cinema mais parecido com o que se faz na França. Lembra que a discussão política está no centro da atividade cultural, mas não rejeita fazer uma superprodução hollywoodiana. E encerra o papo enaltecendo a importância do humor, mesmo quando se fala de coisa séria.

 por Marcelo Lins

A dimensão humana do conflito

sex, 08/02/13
por rodrigo.bodstein |

 

Na próxima segunda-feira, Marcelo Lins entrevista o cineasta israelense Eran Riklis que, em seus filmes, promove um olhar que estimula a reflexão e o diálogo sem perder a profundidade da dimensão humana das tensões políticas no Oriente Médio. Dia 11 de fevereiro, às 23h30, na Globo News.

 

As notícias que chegam do Oriente Médio, em geral, mostram uma região dividida e, quase sempre, a um fio de um conflito. Pouco antes de ser reeleito, em janeiro, Benjamin Netanyahu determinou a retomada da construção dos assentamentos em Jerusalém Oriental  e na Cisjordânia. Essa medida compromete o estabelecimento de um Estado Palestino contíguo e veio acompanhada de um corte nas transferências de recursos à Autoridade Palestina e de um protesto das Nações Unidas.

Esse foi apenas mais um capítulo da difícil convivência entre israelenses e palestinos em um território do tamanho do estado de Sergipe. As dimensões pequenas e a proximidade com países que não necessariamente querem a existência de Israel foram argumentos usados para a postura de constante defesa e militarização da relação com os vizinhos. A sobrevivência, normalmente, é um argumento aceito e útil na política.

Pouco tempo depois de retomar os assentamentos, um ataque aéreo preemptivo israelense contra um centro de pesquisa militar no território Sírio, levou a ameaças de retaliação por parte do Irã e da Síria, o que torna ainda mais presente o risco do conflito se alastrar pela região. E, após três anos de pesquisa, foi divulgado esta semana um estudo mostrando que a divisão chega até mesmo aos livros escolares. Israelenses e Palestinos são educados para reconhecer o outro como inimigo.

Teorias políticas, discursos religiosos, ideologias, tudo isso funciona como óculos para enxergar a realidade. O mesmo fato pode ser contado e interpretado de acordo com a lente que se usa, que, por sua vez, é escolhida com um interesse específico e traz conseqüências distintas. Da mesma forma, no cinema, é possível filmar a mesma cena ou contar a mesma história de, pelo menos, 7 bilhões de maneiras diferentes, já que cada pessoa enxergará e interpretará o texto de um jeito.

E, em meio a tantos olhares tomados pelo radicalismo, o cineasta Eran Riklis nos oferece, com seus filmes, uma visão otimista e humana que, com um toque de humor, nos conduz em um mergulho profundo nesse mar turbulento das relações políticas e pessoais daquela parte do Oriente Médio ou, como ele mesmo diz,“não faço filmes políticos, faço observações de situações políticas e sobre pessoas presas em situações políticas.”

O Milênio da próxima semana conversa com o diretor israelense Eran Riklis e tenta mostrar um outro lado para este debate polarizado. Um olhar que promove a reflexão e o diálogo e que acredita ser possível encontrar um caminho para, nas palavras de Riklis “criar talvez não o paraíso, mas algo bem próximo disso no Oriente Médio.” Segunda-feira, 11 de fevereiro, às 23h30, na Globo News.

 

por Rodrigo Bodstein

Vídeo extra: Silvan Shalom

qua, 15/12/10
por Equipe Milênio |
categoria Notas, Programas, Vídeos

Como em todas as quartas-feiras, abaixo segue o material inédito da conversa entre o repórter Ernesto Paglia e o vice-premiê de Israel, Silvan Shalom.

Pombos e falcões

ter, 14/12/10
por Equipe Milênio |

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Assista ao programa com o vice-Primeiro Ministro de Israel, Silvan Shalom e, logo abaixo, confira o texto com os bastidores da conversa, pelo repórter Ernesto Paglia.

Se o modo de resolver conflitos divide os homens em “falcões” e “pombos”, o homem que encontro do lado de fora do elevador, certamente, não pertence à segunda categoria…

Mas este é um falcão simpático e despachado. Silvan Shalom acabou a entrevista anterior um pouco mais cedo e resolveu antecipar a minha em meia hora, por conta própria. Como eu ainda não havia chegado ao subsolo do hotel paulistano onde foi montado o nosso “set” para a gravação, o vice-primeiro ministro de Israel esperava ansioso, no corredor.

Recebeu-me com um efusivo aperto de mão e já saiu andando na direção da sala onde eu faria a entrevista. Vigoroso e enxuto nos seus cinquenta e dois anos, com algo da postura ativa e do perfil, digamos, igualmente falconídeo, de Silvio Berlusconi, Shalom carrega a “paz”, em hebraico, no sobrenome. Mas a visão de paz do seu partido, o conservador Likud, costuma endossar as soluções mais linha-dura para o eterno conflito com os palestinos.

Não me entenda mal: Silvan Shalom está longe de ser um sujeito antipático. Muito ao contrário. Seu jeito de lidar com os jornalistas é descontraído, sem cerimônias. Afinal, ele conhece bem de perto o mundo da mídia: é casado com uma das mais famosas apresentadoras da TV israelense. E é membro do Knesset, o parlamento do seu país, ininterruptamente, desde 1992. Definitivamente, não é um novato na arte de fazer amigos e influenciar as pessoas…

Totalmente à vontade, não tem pudor de mostrar desconhecimento da política do país que visita oficialmente (“- O governo brasileiro é de esquerda?”). Depois de informado sobre a operação policial contra o tráfico de drogas, no Rio de Janeiro, mostra interesse imediato no meu prognóstico (“- Quem vai vencer?”).

Um homem habituado a viver em um país em conflito, mas que aprendeu, na política, a negociar e a dar a devida importância ao peso da economia na complicada equação do convívio entre israel e o mundo árabe.

por Ernesto Paglia

Próximo Milênio: Silvan Shalom

sex, 10/12/10
por Equipe Milênio |
categoria Notas, Programas

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Silvan Shalom já foi jornalista, economista e é mestre em políticas públicas. Foi ministro da Ciência e das Relações Exteriores. Agora é o vice-Primeiro Ministro do país. Numa rápida passagem pelo Brasil, Shalom – que significa paz em hebraico – conversou com o repórter Ernesto Paglia e abordou, sem se esquivar, temas sensíveis para Israel como a situação nuclear do Irã, a expansão dos assentamentos em Jerusalém e o atual status da diplomacia brasileira, que vem exercendo um papel cada vez mais atuante nos grandes debates internacionais.

foto: Mylene Guerra

“Se o modo de resolver conflitos divide os homens em “falcões” e “pombos”, o homem que encontro do lado de fora do elevador, certamente, não pertence à segunda categoria…” – conta o repórter Ernesto Paglia. “Mas este é um falcão simpático e despachado. Shalom carrega a “paz”, em hebraico, no sobrenome. Mas a visão de paz do seu partido, o conservador Likud, costuma endossar as soluções mais linha-dura para o eterno conflito com os palestinos.”

@mileniognews

Próximos Milênios: dois olhares sobre o Oriente Médio

qui, 09/12/10
por Equipe Milênio |
categoria Notas, Programas

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Nas próximas duas semanas o Milênio vai discutir alguns aspectos políticos, econômicos e sociais do Oriente Médio com duas figuras internacionalmente conhecidas e de profunda influência em seus países.

Dia 13/12 – Ernesto Paglia entrevista o vice-premiê de Israel, Silvan Shalom

foto: Mylene Guerra

Dia 20/12 – Jorge Pontual conversa com a advogada iraniana e prêmio Nobel da Paz de 2003, Shirin Ebadi

foto: Anderson Gazio

Siga o Milênio no twitter: @miêniognews

Vídeo extra: Sasha Polakow-Suranski

qua, 21/07/10
por Equipe Milênio |
categoria Sem Categoria

Neste material extra, com perguntas que não foram ao ar, Sasha revela ao correspondente Jorge Pontual suspeitas e detalhes sobre os testes nucleares realizados no Oceano Atlântico, em 1979, ao sul da África do Sul.

Siga o Milênio: @mileniognews.

O acordo nuclear secreto entre Israel e África do Sul

ter, 20/07/10
por Equipe Milênio |

Assista à entrevista de Sasha Polakow-Suranski ao correspondente Jorge Pontual.

Leia, mais abaixo, o texto do Pontual com os bastidores da entrevista.

Nesta quarta vamos publicar os extras (trechos que não foram ao ar).

Siga o Milênio: @mileniognews.

O corpulento, o cachorro e o bebê

ter, 20/07/10
por Equipe Milênio |
categoria Bastidores, Notas

foto: Emmanuel Bastien

foto: Emmanuel Bastien


Sasha Polakow-Suranski
é um jovem modesto e tímido. Fui encontrá-lo no apartamento extremamente simples, no Brooklyn, que divide com um amigo que conheceu na faculdade, um ator e músico que viveu no Brasil. Emmanuel Bastien, meu cameraman, que é francês, chegou mais cedo e ficou esperando em frente ao prédio. Um pouco paranóico (claro, francês), achou que o prédio estava sendo vigiado por um sujeito corpulento, sentado no bar ao lado, acompanhado de um bebê e um cachorro. Emmanuel ouviu o sujeito falar inglês com um sotaque israelense carregado. Depois da entrevista, Emmanuel me contou sua suspeita e disse que estava preocupado com a segurança de Sasha. Mandei então um email avisando: “Sasha, Emmanuel avisa que você está sendo vigiado pelo Mossad. Ele viu três agentes israelenses vigiando o seu prédio, disfarçados como um sujeito corpulento, um bebê e um cachorro, que tentavam sem sucesso parecer personagens locais. Cuidado”.

Sasha respondeu às gargalhadas. Ele tem muitos vizinhos israelenses, inclusive o sujeito corpulento com o bebê e o cachorro, e às vezes acorda com o barulho de discussões altas em hebraico na calçada em frente. Ele não acredita que esteja sendo vigiado pelo Mossad nem que corra qualquer risco.

O governo israelense fez tudo para impedir o acesso do estudioso aos documentos que revela no livro Unspoken Alliance, sobre o acordo nuclear secreto entre Israel e África do Sul. As cópias dos documentos (mais de 7 mil) estão bem guardadas (não no apê de Sasha). Os originais estão nos arquivos da África do Sul, onde foram descobertos e estudados por ele. O livro traz facsimiles das provas mais explosivas. Tudo que Israel pode fazer é negar que o objetivo do acordo fosse vender armas nucleares à África do Sul. O que de fato acabou não acontecendo.

Mas o principal, a aliança militar secreta (e ilegal) entre os dois países, não há mais como negar.
Ao som da bossa nova tocada pelo companheiro de Sasha, ele contou que se interessou pelo assunto quando teve que escolher o tema para a tese de doutorado em história contemporânea na universidade de Oxford, para onde foi depois de ter se formado em Brown, uma das melhores universidades americanas. Os pais dele são judeus sul-africanos que vieram fazer carreira acadêmica nos Estados Unidos, onde são professores universitários. Ambos são anti-apartheid e pela paz entre israelenses e palestinos. “Eles devem se orgulhar muito de você”, insinuei. Sasha abriu um sorriso. “Claro, gostaram muito que eu tivesse revelado essa história”. Outros parentes, entre eles um tio que mora na África do Sul, não perdoam o que Sasha fez.
Mas ele está tranquilo. Logo depois de gravar o Milênio viajou à África do Sul para lançar a edição local do livro e dar uma série de entrevistas.

Aviso a quem for acusar o pesquisador de ser um “traidor dos judeus” e “antissemita” por revelar um episódio tenebroso da história de Israel: Sasha defende Israel e não concorda com aqueles que acusam o estado judeu de ser idêntico ao regime do apartheid sul-africano. No livro, de fato, ele aponta afinidades ideológicas entre certos grupos em Israel e os africânderes. Mas lembra que Israel é um estado democrático onde a minoria árabe tem o direito de voto, o que os negros no regime do apartheid nunca tiveram. Vê um risco considerável de que Israel, se continuar ocupando os territórios palestinos, se converta num regime no qual a minoria judaica venha a dominar uma maioria de árabes. Mas, otimista, acredita que Israel não chegará a esse ponto. O livro dele, ao revelar um passado vergonhoso e cobrar a responsabilidade dos envolvidos, contribui um pouco para isso.

por Jorge Pontual



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