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Um diplomata da neurociência

qua, 09/04/14
por Equipe Milênio |
categoria entrevista, Extras

 

 

Cientistas e leigos brasileiros terão a oportunidade de conhecer Nikolas Rose de perto em outubro, quando ele planeja visitar São Leopoldo e Porto Alegre, a convite de neurocientistas gaúchos, para participar de uma conferência sobre filosofia e bioética.

Vão conhecer então um diplomata da neurociência.

Diplomata não porque fique em cima do muro e seja cauteloso com o que diz. Mas porque Rose tenta encontrar um espaço de diálogo e troca de ideias entre os radicais do estudo do cérebro (aqueles que batem firme: “somos nossos neurônios, ponto final”) e outros especialistas do setor que dão peso considerável a outros aspectos, como as experiências de vida, na formação de nossos estados mentais, nossa maneira de ser.

Verdade que são poucos hoje os adeptos da chamada tabula rasa, que atribuem todos os traços do ser humano ao que ele absorve na sociedade ou natureza via experiências reais, educação, impacto do meio-ambiente, sem creditar características de personalidade e comportamento à herança genética. Mas ainda há um grupo que acha exagerada a tendência de muitos neurocientistas em atribuir traços humanos a nossa estrutura biológica, nossa herança evolutiva como espécie, nosso genes.

Quem tenta acompanhar essa discussão via mídia, conferências, debates acadêmicos, já percebeu que as duas facções brigam feio, com particular fúria entre os próprios neurocientistas. Rose mesmo descartou a diplomacia quando conversávamos em seu escritório no King’s College, em Londres e citei um neurocientista defensor da importância maior da herança genética (“não perco mais tempo lendo Steven Pinker”, reagiu).

Rose rejeita Pinker e tripudia ainda mais os que poderíamos chamar de fundamentalistas da neurociência, entre os quais estão alguns profissionais de renome, como o britânico Francis Crick, um dos descobridores, em 1953, da estrutura do DNA, momento chave na abertura do conhecimento sobre a genética e a natureza humana. Por isso, Crick recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia e Medicina (junto com o americano John Watson e outro britânico, Maurice Wilkins, este do mesmo King’s College de Rose).

Crick morreu há dez anos e passou os últimos tempos de sua vida dedicado a estudos do cérebro. Um de seus últimos legados foi o controvertido livro The Astonishing Hypothesis (A Hipótese Espantosa), em que defende justamente a tese de que o ser humano é produto da massa gelatinosa de um quilo e meio dentro do crânio. A mente, segundo Crick e outros que endossam suas conclusões, seria apenas a expressão do cérebro, sua personalização. “Somos nosso cérebro”, resumiu Crick.

Para os seguidores dessa linha, o fundamental é conhecer o funcionamento dos 80 a 100 bilhões de neurônios e suas conexões elétricas e químicas que comandam o organismo e, na opinião deles, determinam nosso estado mental. Dão pouca ou nenhuma importância a métodos alternativos de acesso a processos mentais, como a Psicanálise. Expulsam ego, superego e id da discussão, acolhem axônios, dendritos e sinapses. Conceitos como alma ou espírito, então, não colhem mais do que desprezo.

Rose tem um trajetória profissional diferente. Vem das ciências humanas. Escreveu um livro explicando Michel Foucault aos britânicos, admira o psicanalista francês Jacques Lacan. Passou muitos anos em ativismo social e vida acadêmica como sociólogo, até que, em tempos recentes, decidiu pesquisar neurociência. Seguiu em parte os passos de seu irmão mais velho, Stephen, um reconhecido especialista em estudos da memória. Defensor de uma abordagem multidisciplinar da questão, o Rose júnior dirige agora no King’s College um recém-criado Departamento de Ciência Social, Saúde e Medicina.

por Silio Boccanera

O comportamento humano e a oxitocina

qua, 15/01/14
por Equipe Milênio |

 

 

 

Paul Zak tem a mania de abraçar todo mundo. Alguns até se assustam com a aproximação dele, sobretudo no Brasil. Primeiro, porque brasileiro não espera que estrangeiro inicie contato físico, mas também devido aos quase dois metros de altura de Zak. Fica até cômico vê-lo abraçando alguns baixinhos desconfiados desse gringo efusivo.

O abraço, que ele prega em livros, artigos e palestras, tem a ver com a importância que Zak atribui a um hormônio produzido pelo corpo humano, a oxitocina, para ele uma fórmula mágica de bem-estar, em oposição a substâncias perturbadoras como a testosterona ou a adrenalina. Zak acha que o comportamento humano, inclusive nossa atuação como agente econômico, amigo, amante, profissional, depende muito da ação da oxitocina no corpo.

Seus críticos denunciam um exagero na importância que ele dá a uma droga no organismo como explicação para tantas atividades humanas. Reclamam mais ainda da popularização de suas teorias, a ponto de inspirar títulos de artigos em jornais e revistas com referências a uma “molécula do amor”, terminologia pouco apropriada para quem tem pretensões de oferecer uma base científica para suas teorias. Zak não se importa.

Outros céticos preferem se divertir com uma “tendência de vampiro” em Zak, por causa das repetidas investidas dele em recolher sangue das pessoas, a fim de medir o grau de oxitocina em diferentes momentos, desde um casamento na Inglaterra a uma cerimônia de nativos em Papua Nova Guiné.

Zak aceita que fatores sociais e econômicos, bem como a forma de educação que as pessoas recebem, influenciam o comportamento delas, mas ele defende que esses fatores se traduzem em reações químicas no organismo. É neste ponto que a oxitocina adquire para ele uma importância fundamental, a ponto de ter se tornado seu principal foco de pesquisas, artigos, palestras e entrevistas. A do Milênio foi conduzida com o devido grau de ceticismo mas com abertura para que Zak explicasse suas teses.

por Silio Boccanera

O que une primatas e humanos?

qua, 17/07/13
por Equipe Milênio |

 

 

Como é que você imagina o paraíso? Para alguns: anjos, cada um na sua nuvem. Outros: 72 virgens para cada mártir! Pra quase todos, um lugar branco, diáfano, meio entendiante e eterno… Mas eu cresci com uma ideia diferente do paraíso, tirada do Jardim das Delícias do pintor holandês Hyeronimus Bosch, que vi no Prado em Madri e em reproduções. Tinha um poster dele ao pé da cama. No paraíso de Bosch, passarinhos gigantes brincam com homens e mulheres nus, casais se beijam dentro de frutas, grupos alegres fazem amor montados em unicórnios. Todos os sexos e raças se cruzam, tudo é permitido e infinitamente prazeiroso. Não há pecado nem violência. Nem virgens. Todos são felizes.

O primatólogo holandês Frans de Waal nasceu na mesma cidade do pintor, ‘s-Hertogenbosch. Não me perguntem como se pronuncia. É uma semana mais velho que eu, nascido em Belo Horizonte. Temos em comum a paixão pelo Jardim das Delícias. De Waal dedicou sua vida ao estudo dos “great apes”, os grandes primatas, nossos primos mais próximos na árvore da Evolução das Espécies. Há 32 anos mudou-se para os Estados Unidos, onde dirige um centro de estudos de primatas perto de Atlanta. Conquistou o público americano com uma série de livros onde mostra o que temos em comum com chimpanzés e outros parentes nossos, como os pequenos bonobos do Congo.

Seu último livro, O Bonobo e o Ateu (de Waal é o ateu), começa e termina com uma meditação sobre o Jardim das Delícias de Bosch. O dia-a-dia dos bonobos, que vivem para o prazer numa sociedade matriarcal, onde todo mundo transa com todo mundo, lembra muito o paraíso de Bosch. Não é o nosso mundo, nem o dos chimpanzés — patriarcais e hierárquicos, violentos e traiçoeiros, como nós.

Mas temos em comum, com chimpanzés e bonobos, a concepção do que é certo e errado, o comportamento ético, noções de altruísmo, coletividade, respeito ao próximo. O ateu (o autor) argumenta que não são as religiões, não é Deus, quem instila esses valores no ser humano. São resultado necessário da evolução de mamíferos altamente sociáveis que dependem do grupo para sobreviver. Concordando ou não, é certamente uma delícia seguir o raciocínio e as histórias contadas por de Waal, que vai fundo no conhecimento dos primatas para entender melhor o ser humano.

por Jorge Pontual

O fundamento biológico da moral

seg, 15/07/13
por rodrigo.bodstein |

 

Hoje, às 23h30, na Globo News, Jorge Pontual entrevista o primatólogo e etnologista Frans de Waal sobre o fundamento biológico da moral.

Existe moral sem religião? Existe moral antes mesmo de que tomemos consciência da nossa condição humana? Em uma época em que as hierarquias são corroídas, em que tudo aquilo que impõe sentido ou alguma ordem para o mundo é recebido com uma certa dose de ironia e em que identidades são cada vez mais flexíveis, um questionamento necessário é: até que ponto os valores que regem a vida em sociedade são produto de uma construção social ou têm um fundamento biológico?

Para Frans de Waal, muitas das respostas podem ser encontradas ao observarmos os símios. Etnologista e primatólogo, de Waal começou a carreira na década de 1970 e logo em seu primeiro livro, Chimpanzee Politics, mostrava a ligação entre o comportamento dos chimpanzés e o pensamento maquiavélico e a proximidade entre eles e a política como conhecemos. A partir dessa ponte surgiu uma série de pesquisas sobre resolução de conflitos e outros temas relacionados.

Algumas décadas depois, ele se voltou para os Bonobos, uma espécie pacífica e organizada socialmente em matriarcado, para testar sua hipótese de que a moralidade é muito mais antiga do que os humanos. Entre as bases para o argumento está a empatia que alguns mamíferos possuem e a capacidade responder às emoções. O homo sapiens deixa de ser o ápice da cadeia evolutiva e passa a ser apenas um primata diferente, interconectado a uma história genética que ultrapassa os limites da nossa espécie.

Atualmente, de Waal busca ir além do humano e daquilo que nos divide. A proposta é ambiciosa: um debate sobre a moral que se afaste da polarização entre ateus e religiosos que, no decorrer do processo, pode nos ajudar a entender o que significa ser humano. Saiba mais hoje, às 23h30, no Milênio.

por Rodrigo Bodstein

Um universo desconhecido

sex, 03/08/12
por rodrigo.bodstein |
categoria Programas

 

No próximo Milênio, a importância dos oceanos para a sobrevivência humana. Jorge Pontual entrevista a oceanógrafa Sylvia Earle. Segunda-feira, dia 06/08, às 23h30, na Globo News.

Pulmão do mundo. Riqueza e exuberância de flora e fauna. Ameaçado de extinção. Ao escutar essas expressões, podemos pensar em uma floresta. Na Amazônia, por exemplo. A maior parte dos esforços de proteção ambiental e de propaganda de espécies em perigo está voltada para a fauna e flora terrestres. Árvores sendo desmatadas e animais sendo traficados ilegalmente são algumas das imagens mais comuns. Pouco se fala sobre os oceanos e mares, que, juntos, compõem essa enorme massa de água que cobre 70% do planeta, une os continentes e continua cheio de mistérios.

Os mares já foram vistos como um lugar onde monstros terríveis comiam aqueles que ousavam se aventurar e o horizonte era um precipício que aguardava os navegantes. Hoje, mapeamos cada metro da superfície marinha, navios gigantescos viajam com minérios e produtos, exploramos a pesca e os recursos naturais, mas, ainda assim, não conhecemos a fundo a dinâmica da vida submarina. Um estudo chamado Censo da Vida Marinha, feito durante a primeira década dos anos 2000, mostrou que 80% das espécies ainda não foram documentadas, mas, por mais que não saibamos muito sobre o que há abaixo da superfície, cerca de metade do oxigênio que respiramos é produzido por algas marinhas e outros seres microscópicos espalhados por todo o planeta.

Uma pergunta que poderia surgir é: se sabemos tão pouco, porque atuamos de forma quase irresponsável com os oceanos, se eles são essenciais para a sobrevivência humana? Diariamente, atacamos os mares. Parece haver uma crença em uma magia escondida que torna aquele ambiente inalterável, mas a realidade é outra. Dentre os principais desafios para o equilíbrio dos oceanos estão a exploração predatória de peixes, as toneladas de sacos plásticos que são jogados nos mares, esgoto e produtos químicos despejados sem tratamento, o aumento de dióxido de carbono na atmosfera que gera uma acidificação nos oceanos, afetando diretamente os corais e alterando profundamente a química da vida, enfim, isso sem contar os derramamentos de petróleo, como o que aconteceu no Golfo do México, uma das regiões mais ricas em biodiversidade marinha.

Construímos um mundo que demanda muito. Demanda energia, demanda alimentos, demanda produção, demanda quantidade, que deseja poder comprar mais a um preço menor, mas, como pergunta Sylvia Earle, “quanto vale a vida? Quanto vale o oxigênio em nossa atmosfera? Quanto vale um ambiente estável no qual podemos viver?” Uma das primeiras aquanautas, a oceanógrafa já passou mais de 7.000 horas submersa, mergulhou a mais de 1000 metros de profundidade e foi considerada a primeira Heroina do Planeta pela Revista Time. Poucas pessoas conhecem tão bem esse universo desconhecido, separado de nós por um fino espelho d´água, e poucas podem afirmar com tanta certeza que “os próximos dez anos serão os mais importantes para os próximos dez mil anos. Seja pelo que fizermos ou pelo que nós não conseguirmos fazer. Esse é o momento.” Não perca o Milênio da próxima segunda-feira, dia 06 de agosto, às 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

Relembrando Kandel

dom, 13/05/12
por rodrigo.bodstein |

 

 

Abaixo, republicamos o post do dia 9 de dezembro de 2011 sobre o programa:

Na próxima segunda-feira: A memória é o que dá sentido e coerência à vida, mas há uma base biológica para compreender como ela funciona?

Cada informação que coletamos, nossas experiências, boas e ruins, tudo isso ajuda a formar um conjunto de pequenas peças que, em certo momento, nos definem e criam a identidade pela qual vamos compreender o mundo à nossa volta e atuar na sociedade. Uma nota musical, uma frase, o que determina que certos momentos fiquem em nossa memória ao longo dos anos? Eric Kandel, prêmio Nobel no ano 2000, acredita que a resposta está na biologia. Ao analisar o hipocampo e doenças como o Alzheimer e a esquizofrenia, Kandel transitou entre a psicanálise, a filosofia, as artes e o funcionamento sistema nervoso com a premissa de que a percepção e a memória dependem de como nosso corpo é capaz de armazenar nos neurônios as informações que recebe.

E, essas informações, em geral, são limitadas. O cérebro está em um processo criativo constante que cria e recria significados aos estímulos que recebe. O simples ato de olhar para o rosto de alguém exige um esforço considerável. O cérebro precisa compilar, ininterruptamente, os pedaços de informações para formar um quadro coerente do que está vendo. Nesse sentido, ao apreciar uma obra de arte, como uma pintura, cada pessoa estabelecerá uma conexão emocional diferente, que dependerá das experiências que acumulou em sua vida e do que está conseguindo perceber naquele instante. O mais interessante é que existem regiões específicas do cérebro que respondem em cada uma dessas situações. Além disso, a maior parte das decisões que tomamos são feitas de forma inconsciente. Os sinais elétricos percorrem o sistema nervoso alguns segundos antes de termos consciência do ato. O que fundamenta as respostas do corpo? Memória e experiência.

A nova ciência da mente, que Eric Kandel desenvolve em seu laboratório na Universidade de Columbia, em Nova York, está transformando a relação entre a biologia, as ciências humanas e as artes. Indica não apenas novos caminhos para o tratamento de doenças mentais e para perda de memória, como também abre espaço para transformar a forma como compreendemos o mundo. Não perca a entrevista, segunda-feira,  às 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

A reunificação da Pangeia

sex, 24/02/12
por rodrigo.bodstein |

 

Na próxima segunda-feira, dia 27/02/2012, Jorge Pontual entrevista Charles Mann sobre a formação do mundo globalizado e sobre as civilizações pré-colombianas. Não perca!


Ao falarmos sobre globalização, os primeiros elementos que vêm à mente são, em geral, computadores, internet, aviões, mercados financeiros e crises. Alguns citam a instantaneidade das trocas, outros apontam para uma sociedade de risco, em que poluição e fatores locais têm conseqüências para todo o planeta. O escritor e jornalista Charles Mann vê algo além. Afirma, em entrevista a Jorge Pontual, que “a globalização é um fenômeno econômico e biológico” e que o início do mundo que conhecemos aconteceu em 1492, quando Colombo chegou à América.

O que torna 1492 tão importante? Houve outros períodos de aumento das trocas e de desenvolvimento tecnológico, científico e comercial. As expansões do império Macedônico, do Império Romano e a Islâmica são alguns exemplos. Mas, aquele momento em que Colombo desembarcou com sua tripulação e fez contato com os povos que viviam neste continente significou a reunificação da Pangeia, de acordo com Mann. Foi a ponte entre dois ecossistemas que não haviam se encontrado em duzentos milhões de anos. Era o elo que faltava. Ouro, prata, especiarias, bactérias, plantas, aventureiros e escravos percorreram o mundo e redefiniram a paisagem do planeta.

Mann também ressalta a riqueza das civilizações pré-colombianas e questiona a ideia de povos primitivos. Achados arqueológicos recentes estão reescrevendo a história desta parte do mundo e comprovando o profundo conhecimento sobre a natureza daqueles povos, em grande parte dizimados por doenças ou pela exploração dos colonizadores. O Milênio da próxima segunda-feira propõe uma reflexão sobre o mundo em que vivemos e sobre a história que nos é ensinada. Saiba mais sobre as origens biológicas da globalização e sobre as civilizações pré-colombianas no dia 27/02/2012, às 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

Eric Kandel e a nova ciência da mente

sex, 09/12/11
por rodrigo.bodstein |

 

Na próxima segunda-feira: A memória é o que dá sentido e coerência à vida, mas há uma base biológica para compreender como ela funciona?

Cada informação que coletamos, nossas experiências, boas e ruins, tudo isso ajuda a formar um conjunto de pequenas peças que, em certo momento, nos definem e criam a identidade pela qual vamos compreender o mundo à nossa volta e atuar na sociedade. Uma nota musical, uma frase, o que determina que certos momentos fiquem em nossa memória ao longo dos anos? Eric Kandel, prêmio Nobel no ano 2000, acredita que a resposta está na biologia. Ao analisar o hipocampo e doenças como o Alzheimer e a esquizofrenia, Kandel transitou entre a psicanálise, a filosofia, as artes e o funcionamento sistema nervoso com a premissa de que a percepção e a memória dependem de como nosso corpo é capaz de armazenar nos neurônios as informações que recebe.

E, essas informações, em geral, são limitadas. O cérebro está em um processo criativo constante que cria e recria significados aos estímulos que recebe. O simples ato de olhar para o rosto de alguém exige um esforço considerável. O cérebro precisa compilar, ininterruptamente, os pedaços de informações para formar um quadro coerente do que está vendo. Nesse sentido, ao apreciar uma obra de arte, como uma pintura, cada pessoa estabelecerá uma conexão emocional diferente, que dependerá das experiências que acumulou em sua vida e do que está conseguindo perceber naquele instante. O mais interessante é que existem regiões específicas do cérebro que respondem em cada uma dessas situações. Além disso, a maior parte das decisões que tomamos são feitas de forma inconsciente. Os sinais elétricos percorrem o sistema nervoso alguns segundos antes de termos consciência do ato. O que fundamenta as respostas do corpo? Memória e experiência.

A nova ciência da mente, que Eric Kandel desenvolve em seu laboratório na Universidade de Columbia, em Nova York, está transformando a relação entre a biologia, as ciências humanas e as artes. Indica não apenas novos caminhos para o tratamento de doenças mentais e para perda de memória, como também abre espaço para transformar a forma como compreendemos o mundo. Não perca a entrevista, segunda-feira, 12/12,  às 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

Vídeo-extra: Jared Diamond e o mito do “bom selvagem”

qui, 22/10/09
por Equipe Milênio |
categoria Extras, Vídeos

Neste vídeo-extra com perguntas que não foram ao ar nas duas partes do Milênio Especial, Jared Diamond desfaz o mito do “bom selvagem” e Jorge Pontual pergunta se ele se considera herdeiro de Charles Darwin.

Este vídeo-extra está no original, em inglês, sem legendas.

A órbita do colapso

qua, 21/10/09
por Equipe Milênio |
categoria entrevista, Vídeos

Nesta segunda parte do Milênio Especial com Jared Diamond, a conversa está mais centrada no livro mais recente do biólogo, “Colapso“.

Ele explica ao correspondente Jorge Pontual que, apesar do título, o livro é otimista já que, para ele, estamos longo do processo que levaria à extinção da nossa própria sociedade pela presença de dois detalhes cruciais: a Arqueologia e a Televisão.

Amanhã vamos publicar aqui no blog o vídeo-extra: perguntas e respostas que não foram ao ar nas duas partes da entrevista.

Até lá.

por Alexandre dos Santos



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