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A Nigéria de Wole Soyinka

dom, 13/05/12
por Equipe Milênio |
categoria Programas

Nigéria: um país dividido. A independência, em 1960, não significou a união dos 300 grupos étnicos e culturais que compõem o país. A falta de unidade entre o sul, rico em petróleo, e o norte, agrícola, dava o tom das profundas diferenças econômicas.

O conflito nigeriano que primeiro chocou o mundo aconteceu apenas 7 anos apos a independência. Essas diferenças levaram norte e sul da Nigéria a se envolveram naquela que hoje é conhecida como a Guerra de Biafra. Quando o conflito terminou, em janeiro de 1970, as mortes chegavam a três milhões.

Hoje, a cisão também é religiosa. Muçulmanos, católicos, protestantes, iorubás, hauçás, entre outros disputam seu espaço. A violência têm se intensificado, com atentados e ataques de muçulmanos radicais a cristãos – católicos e protestantes.

Desta nação, bela e conflitada, origem de tantos milhões de brasileiros, nasce a obra de Wole Soyinka. Por escrever e pregar a liberdade de expressão, Wole Soyinka foi considerado um bandido perigoso em seu país. Cartazes com a foto dele, procurado vivo ou morto, foram colocados por toda parte. Essa é uma das histórias que este dramaturgo, poeta, ensaísta e romancista, premiado com o Nobel de Literatura em 1986, conta nesta entrevista exclusiva feita durante visita ao Brasil.

por Edney Silvestre

Um contraponto ao radicalismo na África

sex, 04/05/12
por rodrigo.bodstein |

 

No próximo Milênio, uma voz que transcende as divisões e sectarismos na África. Edney Silvestre entrevista o nigeriano Wole Soyinka, prêmio Nobel em Literatura e embaixador da UNESCO, sobre o radicalismo que toma conta da Nigéria, sua vida política e sobre a importância do diálogo intercultural. Saiba mais sobre este autor de uma obra fortemente influenciada pela cultura iorubá e permeada pela discussão entre progresso e tradicionalismo, na segunda-feira, 07/05, às 23h30, na Globo News.

 

Na última semana, mais de oitenta pessoas morreram em atentados na Nigéria. Um mercado, uma universidade, a sede de um jornal e um comboio policial foram os mais recentes alvos da onda de violência que tem aumentado a pressão sobre o presidente Goodluck Jonathan. Depois de passar por uma série de regimes militares que cometeram atrocidades contra a população, o país mais populoso da África e maior exportador de petróleo do continente está dividido por questões étnicas e religiosas.

Denominações como hauçás, nagôs, igbos, cristãos, muçulmanos e iorubás delimitam mais do que a identidade. A radicalização toma conta da Nigéria. A violência é instrumentalizada e o discurso político cria barreiras ao diálogo. O outro passa a ser o infiel, o terrorista, o inimigo. Em um território com tantas nações, inserido em um continente com fronteiras porosas e artificiais, incitar o ódio é uma aposta arriscada.

Essa situação se agravou recentemente. Wole Soyinka lembra que, durante sua infância, na década de 1940, as comunidades religiosas viviam em paz. Nascido em uma família cristã, mas adepto da religião e cultura iorubá, Soyinka diz que “o nível de conflitos sanguinários que estamos testemunhando hoje é uma doença importada de fundamentalistas religiosos e da politização da religião que está afetando o mundo todo.” Terroristas ou não, os radicais têm tomado conta das páginas dos jornais e das urnas.

Crítico dos regimes ditatoriais e defensor da liberdade de expressão, Soyinka já teve que fugir do seu país em uma motocicleta durante o governo de Sani Abacha, foi preso por dois anos durante a Guerra de Biafra – guerra civil que ocorreu entre 1967 e 1970 – e criou inimizades com quase todos os regimes ditatoriais da África. Premiado com o Nobel de Literatura de 1986 e nomeado embaixador da UNESCO para a divulgação da cultura africana, direitos humanos e liberdade de expressão, Soyinka é um contraponto à violência que vemos hoje. Suas palavras transcendem às tantas divisões e aos sectarismos que marcam o mundo atual e nos lembram de um dos valores mais essenciais ao ser humano: o respeito. Saiba mais no próximo Milênio, às 23h30, na Globo News.

 

por Rodrigo Bodstein

Vídeo Extra: Filipe de Meneses – Salazar parte 2

qua, 20/04/11
por Equipe Milênio |
categoria Sem Categoria

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Neste material extra, referente à segunda parte do Milênio especial sobre o periodo salazarista em Portugal, o historiador português Filipe de Meneses revela ao correspondente Silio Boccanera mais alguns detalhes sobre as relações entre Portugal e suas colônias africanas, sobre a apropriação do conceito de lusotropicalismo por Salazar e mais detalhes sobre a neutralidade portuguesa durante a II Guerra Mundial.

Filipe de Meneses também explica o todo o contexto de um acontecimento curioso: o fato de Salazar ter sido eleito a personalidade mais admirada de Portugal em um programa da televisão portuguesa.

Salazar: de Lanzarote a Londres, via Las Vegas e Maynooth

seg, 18/04/11
por Equipe Milênio |

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O interesse do Milênio em Salazar começou com a morte de José Saramago.

O repórter cinematográfico Paulo Pimentel, que registra com maior regularidade as imagens do Milênio na Europa, tinha ido cobrir a morte do escritor português na ilha de Lanzarote, onde o premiado Nobel de Literatura tinha passado os últimos anos.

Na volta à sua base em Londres, via Lisboa, Pimentel leu a bordo do avião, numa revista portuguesa, referência a uma recém-lançada biografia do ditador António de Oliveira Salazar, que comandou Portugal com linha dura e ideias moles durante quase meio século.

“Isso rende um Milênio” – pensou logo Pimentel, com seu faro jornalístico de 30 anos em coberturas para a Rede Globo e a Globo News, além dos muitos trabalhos que realiza como cinegrafista freelance para emissoras de TV europeias. São dele, em geral, as fotos que ilustram o blog dos Milênios feitos na Europa.

repórter cinematográfico Paulo Pimentel

Pimentel trouxe o artigo e concordamos que Salazar era um assunto ótimo para o Milênio, um programa de ideias e temas de impacto na sociedade e na história. Mas como sempre, era preciso ler o livro primeiro, para saber se tinha qualidade para justificar uma entrevista com o autor.

Encomendar o livro, até então não publicado no Reino Unido, foi uma operação complexa, que me obrigou a comprá-lo de uma editora em Nova York, que o enviou a Las Vegas(!), de onde um portador me trouxe em mãos a obra que, para surpresa minha, veio dos EUA em português, embora exista uma edição em inglês. Nem tentei entender o porquê.

Segundo obstáculo foi encarar 802 páginas, em meio a tantos livros para ler, tantas outras entrevistas a preparar. Mas aos poucos consegui mergulhar na biografia (a chuva constante em Londres serve para alguma coisa) e logo fiquei intrigado pela figura de Salazar, quem era e o que fez durante períodos-chaves na história recente, da Segunda Guerra Mundial à descolonização da África. Havia ainda sua relação com Mussolini, Franco, Hitler, e com o Brasil, que ele cultivava e repelia ao mesmo tempo.

fotos: Paulo Pimentel

O autor da biografia, Filipe Ribeiro de Meneses, não morava nem em Portugal nem no Reino Unido, mas na República da Irlanda, onde é professor de História na Universidade da Irlanda, filial de Maynooth, perto de Dublin.

Logo no primeiro contato, Meneses mostrou boa-vontade com nosso pedido de entrevista. Conhece o Brasil, que visitou quando seu pai serviu como diplomata em Brasília. A programação do encontro ainda caminhava quando ganhou uma dimensão peculiar no dia em que Pimentel e eu fomos entrevistar para o Milênio outro autor com interesse em Portugal. Era o historiador britânico Edward Paice, que escreveu sobre o mega-terremoto e a tsunami em Lisboa, em 1755, e foi convidado do Milênio em janeiro (clique aqui e reveja esse programa).

Paice queria conhecer Meneses, com quem compartilhava interesse sobre as colônias portuguesas na África. E também quis ler a biografia de Salazar.

Combinamos então um encontro a três em Londres, no próprio escritório de Paice, vizinho ao Big-Ben. E ali foi feita a entrevista sobre Salazar que o Milênio agora leva ao ar.

O livro nos ofereceu a oportunidade de discutir com o autor desde o Salazar jovem, quase-padre, depois o professor universitário, até o ministro das Finanças que virou ditador todo-poderoso.

Seria quase como examinar a evolução de Salazar, não fosse essa palavra tão inapropriada para descrever uma homem e político congelado em suas crenças e seus preconceitos, irredutível em sua visão de mundo mais apropriada para a Idade Média do que para um país europeu no século vinte. Achava, por exemplo, que o Brasil tinha se tornando independente cedo demais, era um país imaturo e devia suas benesses à colonização portuguesa.

O subsecretário de estado americano George Ball ofereceu uma descrição mais pitoresca, ao visitar Lisboa em 1963, para negociar com Salazar: “- Um reacionário!” – escreveu Ball a seu chefe, o presidente Kennedy “- Salazar vive absorto numa dimensão temporal muito diferente da nossa; parece que ele e todo o seu país vivem em mais do que um século ao mesmo tempo, e que os heróis do passado continuam a moldar a política portuguesa”.

A conclusão de Ball foi de que Portugal era governado por um triunvirato: Vasco da Gama, Infante Dom Henrique e Salazar.

O Milênio joga uma luz sobre o líder que virou sinônimo de Portugal no século vinte. Ou seria o século quinze?

por Silio Boccanera

Conversas sobre Salazar – segunda parte

sex, 15/04/11
por Equipe Milênio |
categoria Notas, Programas

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Nesta segunda parte da conversa com o correspondente Silio Boccanera, o historiador português Filipe Ribeiro de Meneses – radicado na Irlanda e professor da National University of Ireland, autor de Salazar – biografia definitiva – revela um pouco mais das relações do caudilho português com Francisco Franco, Adolf Hitler e Benito Mussolini.

fotos: Paulo Pimentel

Filipe de Meneses também analisa mais profundamente as relações do regime salazarista com as colônias portuguesas na África e conta como António de Oliveira Salazar se utilizou das teorias do lusotropicalismo de Gilberto Freyre para legimitar e justificar a presença portuguesa no continente africano.

Próxima segunda (18/04) às 23h30.

@mileniognews

Vídeo extra: Graça Machel

qua, 05/01/11
por Equipe Milênio |
categoria Sem Categoria

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Como já é de praxe, todas as quartas-feiras publicamos, exclusivamente aqui no blog, trechos extras das nossas entrevistas que não foram ao ar.

Graça começa este vídeo extra revisitando sua reação à morte de Samora Machel, num acidente aéreo até hoje mal esclarecido, em 19 de outubro de 1986, na região das montanhas dos Libombos, em Mbuzini, na África do Sul.

Apoveitem mais 14 minutos da conversa entre Graça Machel e o repórter Tonico Ferreira.

Deixem comentários e nos sigam também por @mileniognews.

Mais alta do que nas fotos

seg, 03/01/11
por Equipe Milênio |

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(Re) veja o programa com Graça Machel e leia abaixo o texto de bastidores do repórter Tonico Ferreira.
Na quarta-feira vamos publicar os extras da entrevista (perguntas que não foram ao ar).

@Mileniognews

Quando fui consultado pelo chefe de redação da Globo em São Paulo, Mariano Boni, se eu gostaria de entrevistar Graça Machel para o Milênio, minha resposta teve uma única palavra: “adoraria!”

fotos: José Afonso

Sou da época em que a luta pela independência das colônias portuguesas na África eram acompanhadas de perto pelos jovens brasileiros. Agostinho Neto, de Angola, Amilcar Cabral, de Guiné-Bissau, Samora Machel, de Moçambique, eram nomes do nosso mundo político.

Daí a emoção profunda que tive ao ver Graça Machel chegar ao Centro Ruth Cardoso em São Paulo para a entrevista. Se não consegui disfarçar o entusiasmo durante a conversa, peço desculpas aos telespectadores – isso não seria profissional.

A entrevista rolou solta, sem interrupções. Tínhamos duas câmeras para gravar e isso deixa as perguntas e respostas bem naturais.

Minha maior preocupação era não ser entendido por Graça na hora das perguntas mais pessoais sobre a relação amorosa dela com Samora e Mandela. Mas Graça sabe que são perguntas inescapáveis e não se ofendeu.

Ao final, ao cumprimentá-la, comentei que ela era mais alta do que parecia nas fotos. E ela me respondeu com seu lindo sotaque português-moçambicano: “e mesmo assim, tenho de olhar para cima quando converso com Nelson”.

por Tonico Ferreira

Siga o Milênio: @mileniognews

Próximo programa: Graça Machel

qui, 30/12/10
por Equipe Milênio |
categoria Notas

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fotos: José Afonso

Para abrir o ano de 2011, o Milênio recebe uma das ativistas pelos Direitos das Mulheres e das Crianças mais respeitadas e importantes do mundo: a moçambicana Graça Machel.

Atualmente casada com Nelson Mandela – ex-presidente da África do Sul e um ícone na luta contra o apartheidGraça também foi casada com outra das personalidades mais importantes do continente africano: Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique e cuja morte, em 1985 num acidente aéreo, continua sem esclarecimento até hoje.

Mesmo tendo ao seu lado dois homens fortes, Graça não ficou ofuscada por nenhum deles. Estudou num colégio metodista no Moçambique ainda colônia de Portugal e ganhou uma bolsa de estudos para cursar faculdade de Filologia em Lisboa. Foi lá que se envolveu com a Frelimo, a Frente de Libertação de Moçambique e conheceu Samora quando já havia se tornado guerrilheira e estava envolvida na luta contra os portugueses. Depois da independência, em 1975, assumiu o Ministério da Educação e Cultura.

Hoje, através da Fundação para o Desenvolvimento Comunitário (FDC), Graça mantém atividades voltadas para a prevenção de doenças infantis, apoio a ex-crianças-soldado, projetos de valorização da mulher e de combate a doenças sexualmente transmissíveis e à Aids.

Foram suas atividades no continente africano que trouxeram Graça Machel ao Brasil, e foi no Centro Ruth Cardoso que ela recebeu o repórter Tonico Ferreira e a equipe do Milênio para a entrevista.

“Sou da época em que a luta pela independência das colônias portuguesas na África eram acompanhadas de perto pelos jovens brasileiros.” Conta o repórter Tonico Ferreira. “Daí a emoção profunda que tive ao ver Graça Machel chegar ao Centro Ruth Cardoso em São Paulo para a entrevista. Se não consegui disfarçar o entusiasmo durante a conversa, peço desculpas aos telespectadores – isso não seria profissional.”

SEGUNDA-FEIRA 03/01/2011 ÀS 23H30.

Siga o Milênio: @mileniognews

Vídeo extra: Célestin Monga

qua, 20/10/10
por Equipe Milênio |

Como já virou tradição, quarta-feira é dia de publicarmos o material que não foi ao ar.

Neste vídeo extra, o economista-chefe do Banco Mundial, Célestin Monga, explica à repórter Elizabeth Carvalho os motivos do exílio fora dos Camarões e os planos de voltar ao país.

Siga o programa em: @mileniognews

África: um olhar pragmático e sem preconceitos

ter, 19/10/10
por Equipe Milênio |
categoria Programas, Vídeos

Nesta entrevista à repórter Elizabeth Carvalho, o economista-chefe do banco Mundial, o camaronês Célestan Monga revela uma África real e longe dos estereótipos.



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