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Entre o poder público e o privado

qua, 02/04/14
por rodrigo.bodstein |

 

 

No final dos anos setenta, David Rothkopf tinha dois caminhos pela frente: a imprensa ou a política. Ele tinha acabado o mestrado na Universidade de Columbia, uma das melhores escolas de jornalismo dos Estados Unidos e o país, com Jimmy Carter presidente, estava no rumo político que ele prefere: liberal. Confrontado com a escolha, Rothkopf, seguiu a cartilha do over-achiever: optou… por ambas as coisas.
Na década seguinte, ele se tornou um editor de revistas financeiras em Washington. Teve sucesso, fez contatos valiosos e, na administração Clinton, foi nomeado sub-secretário de Comércio, encarregado da balança internacional.

Rothkopf é um intelecto sólido e tem um texto claro, soma valiosa. Ele se sente à vontade no campo de assessoria estratégica, que exige informação de proprietário, contatos de político, discurso de marqueteiro e diplomacia de cardeal. Durante anos, ele usou essas habilidades na Kissinger Associates, uma das mais requisitadas companhias de assessoria de Washington. Hoje, Rothkopf tem a sua própria companhia, a Garten Rothkopf, que analisa tendencias em energia, segurança e mercados para clientes exigentes e dispostos a pagar bem.  Ele não abandonou o jornalismo. É o editor da Foreign Policy Magazine, uma publicação sobre relações internacionais respeitada em Washington, posição dificil de manter, já que a cidade tem centenas de publicações de primeira linha.

Apesar da experiência e da capacidade intelectual que tem, Rothkopf não é um entrevistado dificil, daqueles que demoram para tirar o ego do caminho das respostas. Falando sobre o livro Power Inc., ele se refere ao crescimento do poder empresarial em termos claros, simples, como quem descreve as mudanças climáticas de um período geológico. Há uma certa tranquilidade na conversa, porque Rothkopf nunca perde a confiança na capacidade humana de buscar soluções para o quebra-cabeças complexo que é a sociedade. Mesmo que as soluções sejam necessárias porque o quebra cabeças é bagunçado… pela capacidade humana de bagunçar.

por Luis Fernando Silva Pinto

O alto preço do jornalismo

seg, 30/05/11
por Equipe Milênio |

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Jon Lee Anderson é uma pessoa muito tranquila – estranho para um correspondente de guerra, não? É também amável e fala com uma sonoridade primorosa. Fala tão bem quanto escreve – disse isso a ele ao final da entrevista.

fotos: Wilson Garcia

Durante todo o processo de gravação da entrevista, que é bem cansativo, não demonstrou qualquer contrariedade. Só reclamou do trabalho de desligar os celulares, porque tem três: um de operadora britânica, outro americana e mais um para usar no Brasil.

Anderson sempre se estende nas respostas, o que nos obrigou a dividir a entrevista em dois programas, para deleite de quem gosta de um bom papo. Foi possível perceber que, em alguns momentos, ele se deixa levar pela emoção: quando fala das mortes em El Salvador, das catástrofes no Haiti e, principalmente, quando lembra de seus colegas correspondentes, mortos no exercício da profissão.

Muito triste, mas Anderson sabe que é alto o preço a pagar por um jornalismo correto e independente.

por Tonico Ferreira

Próximo programa: Jon Lee Anderson (2ª parte)

sex, 27/05/11
por Equipe Milênio |
categoria Notas, Programas

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fotos: Wilson Garcia

O jornalista norte-americano Jon Lee Anderson é um cronista de crises políticas e sociais. Adepto do jornalismo de imersão, esteve no Afeganistão, em 2001, durante os bombardeios norte-americanos ao país. Dois anos depois estava em Bagdá, no meio da zona de guerra, reportando o fim do regime de Saddan Hussein pelos olhos dos iraquianos.

Para realizar as pesquisas e escrever a elogiada biografia de Che Guevara, lançada em 1997, mudou-se com a família para Cuba.

Nesta segunda parte da entrevista, Jon Lee Anderson conversa com o repórter Tonico Ferreira sobre algumas questões presentes nos seus primeiros livros e reportagens recentes: o papel das guerrilhas e o surgimento do narcotráfico na América Latina, a comparação com o tráfico de drogas no Rio de Janeiro, ameaças à liberdade de imprensa e a arriscada – e mortal – atividade do jornalismo de guerra.

Segunda-feira (30/05) às 23h30.

@mileniognews

Próximo programa: Jon Lee Anderson (parte 1)

sex, 20/05/11
por Equipe Milênio |
categoria Notas, Programas

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fotos: Wilson Garcia

Jon Lee Anderson é jornalista, americano e filho de diplomata. Com uma bagagem cultural extensa, morou em países tão diversos como Coreia do Sul e Peru, Colômbia e Taiwan e Indonésia e Libéria. Hoje mora na Inglaterra com a mulher e três filhos.

Quem lê seus livros não se depara somente com o jornalista Anderson, mas com o um dos mais acurados e completos cronistas das crises sociais e políticas mundiais.

Conhecido por mergulhar profundamente nas realidades que retrata em seus artigos na New Yorker e em seus livros, Jon Lee Anderson desembarcou em 2001 no Afeganistão cerca de dez dias antes dos bombardeios norte-americanos. O livro “The Lion´s Grave” é o relato detalhado de uma nação em convulsão. Anderson havia trabalhado lá cobrindo a luta dos mujahedin contra as tropas soviéticas na virada entre as décadas de 1970 e 1980.

Para escrever seu primeiro livro, “Guerrillas: Journeys In the Insurgent World”, de 92, esteve em El Salvador, no Afeganistão, em Mianmar, no Saara Ocidental e na Faixa de Gaza.

Em 2003, durante a ocupação do Iraque, deixou seus editores enlouquecidos quando decidiu permanecer em Bagdá e na zona de perigo. Dessa experiência saiu o livro “A Queda de Bagdá”, em que relata o fim do regime de Saddam Hussein através de histórias de gente comum.

Anderson ficou conhecido mundialmente quando escreveu uma elogiada biografia de Che Guevara, lançada em 97. Para isso, mudou-se com a família para Cuba e teve acesso a documentos inéditos.

O Milênio aproveitou a presença de Jon Lee Anderson em São Paulo, onde participou do Terceiro Congresso de Jornalismo Cultural, para uma conversa em duas partes sobre guerras, guerrilhas, Osama e gangues de traficantes com o repórter Tonico Ferreira.

A primeira parte vai ao ar nesta segunda (23/05) às 23h30.

@mileniognews

Milênios entre os 300 intelectuais mais importantes do Reino Unido

qua, 18/05/11
por Equipe Milênio |

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Há pouco tempo o professor John Naughton, da Open University, publicou uma lista no Guardian com o que ele sugere ser a lista dos 300 intelectuais mais importantes do Reino Unido.

Discussões à parte – pois qualquer lista sempre apresenta a inglória tendência de deixar alguém de fora (mesmo sendo uma lista com 300 personalidades) – o que nos deixa mais orgulhosos é identificar que os pensamentos e ideias de cerca de 10% dos integrantes dessa lista já foram compartilhadas com os nossos telespectadores/assinantes em edições anteriores do Milênio.

Para um programa que prima ser um espaço de apresentação de ideias e agora que essas ideias podem ser debatidas e discutidas aqui neste espaço – o nosso blog – nada mais comum do que dividir essa satisfação com vocês, os telespectadores/internautas que nos acompanham.

Todas as 31 entrevistas (e logo, logo serão 32, pois o jornalista e analista político Anatol Lieven estará em uma das nossas próximas edições) dos pensadores que fazem parte da lista do Guardian estão disponíveis para serem revistas e repensadas por vocês.

Clique aqui e reveja todas essas entrevistas. O primeiro vídeo é sempre o da entrevista da semana (que também está publicada aqui no blog). Ao descer um pouco mais, lá estão as entrevistas dos nossos 31 integrantes da lista dos 300.

E obrigado por nos acompanhar e deixar seus comentários aqui no blog.

@mileniognews

“Messias-cibernético” obcecado, inseguro e paranóico

seg, 16/05/11
por Equipe Milênio |

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O Milênio conversou com David Leigh na sede do Guardian, e saímos de lá com a mesma impressão que já tínhamos extraído do livro e dos artigos que ele continua a publicar no diário de centro-esquerda onde trabalha há duas décadas.
Pouca ou nenhuma simpatia de Leigh pelo criador do site Wikileaks, Julian Assange, o ex-hacker australiano de 40 anos que passou as informações brutas à imprensa internacional e virou o rosto conhecido (cabelo louro quase branco) do mais recente fenômeno de mídia eletrônica.

David Leigh

Na entrevista ao Milênio e no livro recém-lançado, Wikileaks – a guerra de Julian Assange contra os segredos de Estado, Leigh deixou claras suas restrições a Assange, que considera inteligente e hábil no que faz, mas paranóico e megalômano no comportamento diário. Outros colegas do respeitado diário britânico parecem concordar com Leigh. Assange, por sua vez, cortou relações com o Guardian e o New York Times, que o criticaram.

O repórter Nick Davies, que começou a negociação do jornal com Assange, largou o projeto no meio do caminho porque concluiu que o australiano agiu de forma desonesta quando, antes mesmo da data de publicação acertada em conjunto, cedeu parte do material à emissora britânica de TV Channel 4.

Nick Davies

As relações pioraram mais ainda quando Davies foi a Estocolmo e conseguiu documentos confidenciais da polícia sueca com detalhes de uma acusação de estupro contra Assange. Davies publicou a reportagem no Guardian e abalou a imagem de heroismo e retidão que cercava o responsável pelo site.
Assange alega que, se perder no Reino Unido o processo de extradição para a Suécia, pode acabar extraditado em seguida aos Estados Unidos, onde ele acha que corre o risco de processo por traição e, num caso extremo, condenação à morte.

“Besteira”, diz Leigh. “Os acordos de extradição entre Estados Unidos e Reino Unido são até de aprovação mais fácil do que ele enfrentaria na Suécia, e os americanos não pediram extradição dele à Justiça britânica. E se ele for daqui para Estocolmo por causa de uma acusação sexual, os americanos não podem legalmente pedir extradição depois por outros motivos”.

O editor-chefe do Guardian, Alan Rusbridger, escreveu que a mídia internacional tende a tratar o criador do Wikileaks ou como messias-cibernético ou como vilão de James Bond, quando na verdade se trata de uma pessoa insegura, paranóica e obcecada em não perder o controle de tudo que o cerca.

Reação semelhante teve o editor-chefe do New York Times, Bill Keller, também obrigado a lidar com Assange e hoje convencido de que o australiano se deixou transformar pela própria fama de bandido-celebridade. “Ele virou uma figura de culto para europeus jovens e de esquerda, além de um ímã para mulheres”, disse Keller.

Bill Keller

O editor do Times acrescenta que, ao contrário do papel que Assange gosta de se atribuir no projeto, como comandante da operação conjunta Wikileaks-mídia, ele foi tratado apenas como uma fonte de informação, em posse de farto material que oferecia potencial mas precisava ser avaliado por critérios jornalísticos.

Quando o Times publicou um perfil crítico de Assange, o australiano ameaçou vetar a participação do jornal americano no projeto. Leigh reagiu indignado: “Se você fizer isso, o Guardian também cai fora!” Mesma reação teve o editor da revista semanal alemã Der Spiegel, parte do grupo inicial de imprensa reunido para avaliar e publicar a massa de material bruto em mãos do Wikileaks. Assange recolheu as armas e aceitou prosseguir com o acordo previamente acertado.

Julian Assange

Quando decidiu ceder o material bruto guardado online, Assange simplesmente passou aos jornalistas a senha de 58 dígitos: “AcollectionOfDiplomaticHistorySince_1966_ToThe_PresentDay#”
Estava tudo lá.

Após a publicação dos documentos secretos pelos jornais, Assange se tornou alvo de ataques, sobretudo nos Estados Unidos, o que incluiu protestos (moderados) do Departamento de Estado e do Pentágono, condenando a divulgação de documentos secretos e privados. Mas envolveram também reações histéricas, como os da extrema-direita americana, cujos militantes ofereceram até sugestões de matar Assange como terrorista ou prendê-lo como traidor. A sempre estridente Sarah Palin disse que ele deveria ser caçado como um talibã ou militante da Al-Qaeda.

Por outro lado, seus defensores, inclusive celebridades como Bianca Jagger e Michael Moore, passaram a tratá-lo como herói e guerrilheiro da liberdade, perseguido pelas forças ocultas do Establishment.

A fama de Assange como vítima de perseguição internacional ganhou mais fôlego quando autoridades suecas reabriram um caso policial em Estocolmo, onde duas mulheres o acusam de estupro, resultado de encontros íntimos em que ele se recusou a usar camisinha e foi em frente apesar da insistência das parceiras casuais em que ele usasse proteção.

Leigh nos explicou que as mulheres tentaram convencer Assange depois a fazer um teste de Aids, mas como ele se recusou, só então elas apelaram à polícia.

Os suecos pedem ao Reino Unido a extradição de Assange para que vá depor em Estocolmo. Juízes em Londres concordaram, mas advogados dele entraram com recurso e Assange agora aguarda sob fiança uma decisão final da justiça britânica. Foi acolhido por um simpatizante milionário numa mansão no campo e não pode deixar o Reino Unido, mas tem autorização para viagens internas, se avisar a polícia e não remover a tornozeleira eletrônica que permite localizá-lo via GPS.

Recebeu autorização em março para dar uma palestra na Universidade de Cambridge, onde voltou a ser notícia ao alertar que a internet pode ser usada como “a maior máquina de espionagem que o mundo já viu”. Disse que embora a rede permita melhor cooperação entre ativistas e maior transparência das atividades do governo, pode também dar às autoridades a capacidade de capturar dissidentes.

Quase como endosso das palavras de Assange, poucos dias após o alerta dele em Cambridge, o Pentágono anunciou o desenvolvimento de um software que vai permitir aos militares americanos manipular a mídia social, usando falsas identidades online para influenciar conversas na internet e espalhar propaganda pro-americana.

Enquanto Assange aguarda o processo de extradição (advogados dizem que pode se arrastar durnte meses), bem pior é a situação do soldado americano Bradley Manning, de 22 anos, preso numa base militar americana, sob a acusação de ter repassado os documentos secretos ao Wikileaks, quando servia no Afeganistão como especialista em computadores, com acesso a redes internas de alta confidencialidade.

Bradley Manning

Na entrevista ao Milênio, Leigh, que mantém contato com os advogados de Manning, contou da situação precária do soldado na primeira prisão para onde foi levado, onde alegou sofrer privações e tortura, sem ter sido julgado ou muito menos condenado pelo que teria feito. Diante de manifestações públicas contra o tratamento a Manning (uma inclusive na presença do presidente Obama), o soldado foi transferido para outra prisão, sob promessas de melhores cuidados.

Em Washington, o principal porta-voz do Departamento de Estado, Philip Crowley, perdeu o emprego quando criticou o Pentágono pelo tratamento “ridículo, contraproducente e estúpido” ao soldado-hacker Manning na primeira prisão.

Manning foi identificado e preso devido ao vazamento dos documentos secretos porque ousou contar sua proeza a outro hacker americano, que em seguida o denunciou.

A se confirmar a história que o próprio Manning revelou ao hacker-delator, ele levava todo dia um CD com o título “Lady Gaga” à sua área de trabalho em computadores supostamente protegidos por alta segurança, em Bagdá. Frente à tela, inseria o CD na máquina e fingia ouvir a música enquanto trabalhava nos sites protegidos do governo americano (JWICS e SIPRNet), a que ele tinha acesso. Na verdade, porém, estava fazendo um download do material, que saía dali no CD Lady Gaga mas em vez de música pop da cantora moderninha, continha uma fonte imensa de segredos oficiais, que Manning enviou depois ao Wikileaks.

Lady Gaga

Passada a fase inicial de reportagens impactantes publicadas com material extraído do Wikileaks, o volume de revelações diminuiu. Mas não cessou, porque há tanto documento bruto ainda a analisar, que muita pérola ainda pode surgir. De vez em quando, sai algo novo em algum canto do mundo. Um deles, publicado na Índia em março, denunciou o governo daquela país por comprar votos e provocou escândalo nacional.

Em abril, vários jornais publicaram revelações sobre o (mau) tratamento de detidos na base americana de Guantánamo, onde é comum a prática de tortura contra suspeitos de terrorismo e outros que os documentos mostram nada ter a ver com essa atividade. O Pentágono criticou a publicação dos segredos que deixam mal os militares americanos, mas não conseguiu conter a publicação.

Além de detalhes sobre a guerra, inclusive inúmeras mortes não divulgadas de civis, as mensagens diplomáticas confidenciais revelavam informações de bastidores. Por exemplo, que o ex-ditador da Tunísia, Ben Ali, roubava mais dos cofres públicos do que se desconfiava. Meses depois, ele foi deposto, na primeira das revoluções de rua qua ainda sacodem o mundo árabe.

Também as família de Muamar Kadafi na Líbia e de Hosni Mubarak no Egito tiveram segredos revelados de corrupção e abuso de poder. O rei Abdullah, da Arábia Saudita sunita, apareceu a favor de um ataque militar americano ou israelense ao Irã xiita.

Dirigentes da gigante de petróleo anglo-holandesa Shell se gabaram de infiltrar gente em todos os ministérios da Nigéria. Laboratórios farmacêuticos apelaram ao suborno para escapar de processos.

O governo americano mandou seus diplomatas bisbilhotarem os telefones celulares e até dados biométricos de diplomatas estrangeiros na ONU, ação que viola as garantias de neutralidade oferecidas à organização em Nova York.

Entre cabeças que rolaram em consequência do Wikileaks, o embaixador americano no México, Carlos Pascual, deixou o cargo que ocupou durante quase dois anos porque uma de suas mensagens vazadas dizia que o exército mexicano sofria de “aversão a riscos” no combate ao tráfico de drogas.

Carlos Pascual

A embaixadora dos Estados Unidos no Turcomenistão foi transferida para a Sibéria porque escreveu que o presidente do país onde servia era meio obtuso.

por Silio Boccanera

Próximo programa: David Leigh e os segredos do Wikileaks

sex, 13/05/11
por Equipe Milênio |

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fotos: The Guardian

Há poucos meses, milhares de documentos secretos e a correspondência diplomática do governo americano – grande parte deles relativos às guerras no Iraque e Afeganistão – começaram a ser divulgados pelo jornal britânico The Guardian, pelo norte-americano The New York Times, e pela revista alemã Der Spiegel, numa parceria com o site Wikileaks.

Um dos maiores furos jornalísticos das últimas décadas.

Revelaram detalhes das comunicações sem censura entre soldados e oficiais na frente de luta, bem como troca de mensagens entre diplomatas americanos pelo mundo e seus chefes em Washington.

Há anos o australiano Julian Assange, o criador do Wikileaks, se especializou em receber e dar publicidade a informações proibidas ao público. No ano passado o site tornou público uma filmagem secreta do Pentágono, mostrando disparos de um helicóptero americano contra civis em Bagdá. Uma operação desastrosa, que resultou na morte de 18 pessoas, entre elas dois jornalistas da agência Reuters.

Os jornalistas do Guardian, do NY Times e da Spiegel auxiliaram Assange a analisar, triar, checar e publicar o que acharam mais relevante.

O correspondente Silio Boccanera foi até a redação do The Guardian para conversar com um dos autores do livro “Wikileaks, a guerra de Julian Assange contra os segredos de Estado”, o jornalista David Leigh, que foi o editor de investigações e coordenador do projeto Wikileaks no jornal britânico.

@mileniognews

Próximo programa: Robert Fisk fala sobre Osama bin Laden

sex, 06/05/11
por Equipe Milênio |

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O jornalista britânico Robert Fisk entevistou Osama bin Laden em três ocasiões.

fotos: Björn Suomivuori

A primeira delas quando Osama estava exilado no Sudão, logo depois de ser expulso da Arábia Saudita, no início dos anos 90. Osama já era um terrorista conhecido internacionalmente, depois da campanha contra a presença soviética no Afeganistão.

Nas outras duas vezes, foi Fisk quem foi chamado pelo próprio Osama para encontros no Afeganistão, para onde ele retornou na segunda metade dos anos 90, depois de ser expulso pelas autoridades sudanesas por pressão das Nações Unidas.

São os bastidores dessas conversas com bin Laden – e a tentativa frustrada de uma quarta conversa logo depois dos atentados de 11 de setembro – que Robert Fisk conta ao correspondente da Globo News em Beirute, Mounir Safatli.

Fisk, que é uma das maiores autoridades em Oriente Médio, jornalista premiado e colunista do jornal britânico The Independent, é o entrevistado do programa Milênio nesta segunda (09/05) às 23h30.

@mileniognews

Mudança de planos: especial 11 de setembro

seg, 02/05/11
por Equipe Milênio |

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Rreapresentamos trechos de duas entrevistas que revelam detalhes e bastidores do atentado de 11 de setembro e das ações militares dos EUA no Afeganistão e no Iraque.

Richard Clarke, que era responsável pelo combate ao terrorismo na Casa Branca quando os atentados aconteceram. (clique aqui e reveja a íntegra da entrevista com Clarke e o vídeo extra)

foto: David Leal

Chalmers Johnson, ex-integrante da CIA e historiador aposentado. Pouco antes do 11 de setembro, ele publicou o livro Blowback (retalição), no qual previa que algum tipo de represália estava sendo desenvolvida em resposta à presença militar cada vez mais frequente dos Estados Unidos no mundo. (clique aqui e reveja toda a entrevista com Johnson)

foto: Emmanuel Bastien

foto: Emmanuel Bastien

@mileniognews

P.S.: A entrevista com Peter Frey, editor-chefe do canal de televisão alemão ZDF vai ao ar na próxima segunda-feira (09/05), às 23h30.

Próximo programa: Peter Frey

sex, 29/04/11
por Equipe Milênio |

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O multiculturalismo pode ser considerado um projeto fadado ao fracasso? Afinal, ter que se “dedicar ao esforço” de absorver diferentes práticas culturais e religiosas já não denota a presença de uma “resistência”?

fotos: David Faria

O Milênio desta semana discute a multiculturalidade tendo o projeto alemão como foco, que também reflete as dificuldades do próprio bloco europeu em lidar com os fluxos migratórios e minorias étnicas. Afinal, o país que representa a maior economia da Zona do Euro – e é governado por uma mulher de pulso firme, Angela Merkel – possui um papel cada vez mais decisivo durante a atual crise que atinge o velho continente.

Além disso, os alemães se deparam com o inesperado sucesso do livro “Deutschland schafft sich ab” (“A Alemanha se extingue por ela mesma” em tradução livre) escrito pelo ex-conselheiro do Banco Central Thilo Sarrazin, que defende teses polêmicas, como a de que a Alemanha está se tornando mais burra por causa dos imigrantes muçulmanos.

Essas questões foram temas para a entrevista com um dos mais influentes e respeitados jornalistas alemães, Peter Frey, ex-correspondente internacional, âncora, comentarista e editor-chefe da ZDF, uma das emissoras públicas de TV da Alemanha.

Ele conversou com a repórter Leila Sterenberg numa rápida visita ao Brasil.

Nesta segunda (02/05) às 23h30.

@mileniognews



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