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O lado histórico da vida de Jesus Cristo

qua, 29/01/14
por Equipe Milênio |

 

 

 

O Novo Testamento conta a história de Jesus Cristo, mas o que dizem outras fontes sobre quem foi realmente Jesus, o Jesus histórico? Pouquíssimos documentos sobreviveram à passagem dos Milênios, mas, desde o século XIX, pesquisadores trabalham para responder à pergunta.

O historiador da religião Reza Aslan reuniu as principais conclusões no livro Zelota, a vida e o tempo de Jesus de Nazaré. Um best-seller nos Estados Unidos, o livro provocou a ira de fundamentalistas cristãos, que atacaram Aslan: Como é possível que um muçulmano fale sobre Jesus?

De passagem por Nova York, Reza Aslan, um jovem americano de origem iraniana que vive na Califórnia, recebeu o Milênio para defender sua versão de quem teria sido o Jesus histórico.

 

por Jorge Pontual

O mais novo cardeal brasileiro

qua, 22/01/14
por Equipe Milênio |

 

 

Papa Francisco continua surpreendendo com mudanças na Igreja Católica. Ele parece seguir um roteiro bem estruturado. Primeiro foram gestos simbólicos de humildade: pagou a própria conta do hotel, viajou em carro comum, foi às ruas sem medo. Depois, enfrentou temas sensíveis para a doutrina da Igreja. Sobre o homossexualismo, disse: “Se alguém é gay e busca o Senhor com boa vontade, quem sou eu para julgar?”

Agora, na sua lista dos 19 novos cardeais, Francisco mostra que, aos poucos, vai mudar a estrutura de poder da Igreja, inclusive na representação geográfica.Entre os escolhidos, apenas 4 são membros da Cúria Romana, que é o órgão administrativo da Santa Sé. A grande maioria, vem de vários cantos do mundo. Foram contemplados religiosos de quinze países, alguns bem pobres – Costa do Marfim, Haiti. Outros com grande número de católicos, como o Brasil com a indicação de Dom Orani João Tempesta.

Monge paulista de São José do Rio Pardo, Dom Orani foi arcebispo de Belém do Pará e agora é o arcebispo do Rio de Janeiro. Ficou próximo do Papa Francisco durante a Jornada Mundial da Juventude, no ano passado. Dom Orani tem o perfil que o papa quer para seus cardeais: pastores que vão às ruas encontrar o seu rebanho. Nós conversamos com Dom Orani no Palácio São Joaquim, residência oficial do arcebispo do Rio. Ele já se prepara para viajar para Roma. Em 22 de fevereiro, em um Consistório no Vaticano, Dom Orani e seus 18 colegas irão receber do Papa Francisco o solidéu vermelho dos cardeais.

 

por Tonico Ferreira

O comportamento humano e a oxitocina

qua, 15/01/14
por Equipe Milênio |

 

 

 

Paul Zak tem a mania de abraçar todo mundo. Alguns até se assustam com a aproximação dele, sobretudo no Brasil. Primeiro, porque brasileiro não espera que estrangeiro inicie contato físico, mas também devido aos quase dois metros de altura de Zak. Fica até cômico vê-lo abraçando alguns baixinhos desconfiados desse gringo efusivo.

O abraço, que ele prega em livros, artigos e palestras, tem a ver com a importância que Zak atribui a um hormônio produzido pelo corpo humano, a oxitocina, para ele uma fórmula mágica de bem-estar, em oposição a substâncias perturbadoras como a testosterona ou a adrenalina. Zak acha que o comportamento humano, inclusive nossa atuação como agente econômico, amigo, amante, profissional, depende muito da ação da oxitocina no corpo.

Seus críticos denunciam um exagero na importância que ele dá a uma droga no organismo como explicação para tantas atividades humanas. Reclamam mais ainda da popularização de suas teorias, a ponto de inspirar títulos de artigos em jornais e revistas com referências a uma “molécula do amor”, terminologia pouco apropriada para quem tem pretensões de oferecer uma base científica para suas teorias. Zak não se importa.

Outros céticos preferem se divertir com uma “tendência de vampiro” em Zak, por causa das repetidas investidas dele em recolher sangue das pessoas, a fim de medir o grau de oxitocina em diferentes momentos, desde um casamento na Inglaterra a uma cerimônia de nativos em Papua Nova Guiné.

Zak aceita que fatores sociais e econômicos, bem como a forma de educação que as pessoas recebem, influenciam o comportamento delas, mas ele defende que esses fatores se traduzem em reações químicas no organismo. É neste ponto que a oxitocina adquire para ele uma importância fundamental, a ponto de ter se tornado seu principal foco de pesquisas, artigos, palestras e entrevistas. A do Milênio foi conduzida com o devido grau de ceticismo mas com abertura para que Zak explicasse suas teses.

por Silio Boccanera

Uma história de luta pelo direito e pela liberdade das mulheres

qua, 08/01/14
por Equipe Milênio |

 

 

 

Quando foi marcada a entrevista com Zainab Salbi, ela insistiu que fosse no escritório dela em Manhattan em vez do estúdio que usamos com mais frequência. Fica a cinco minutos da minha casa, frequentamos os mesmos restaurantes e vamos à mesma feira no sábado mas nunca havíamos nos encontrado antes. O escritório eh fica num loft bem iluminado com com moveis práticos e poucos quadro. Tem apenas um assistente.

Antes da entrevista ela contou que a primeira viagem no “jato do papai”,como se referia a um 747, um dos primeiros entregues pela Boeing, foi ao Rio de Janeiro. Ficaram hospedados em Copacabana. Tinha uns 11 anos e ficou deslumbrada com a cidade. Isto foi antes do pai se tornar o piloto particular de Saddam Hussein quando a vida da tomou um novo rumo com frequentes visitas e fins de semanas nos palácios do ditador.

Zainab era bonita. Contra a vontade da família, em especial da mãe e das tias, decidiu se casar com o primeiro namorado que conheceu na faculdade. Vinha de família pobre com tradições tribais. Noivaram mas ela rompeu pouco antes do casamento quando percebeu o autoritarismo do futuro marido.

Preocupada com a proximidade de Saddam e dos filhos incontroláveis, a mãe arranjou um casamento com um homem mais velho , rico , de boa família em Chicago. O baú era furado e o senhor de boa família estuprou Zainab pouco depois do casamento. Fez as malas e, sem dinheiro, foi para Washington onde conheceu o terceiro homem de sua vida, um palestino. Foi bom enquanto durou, diz Zainab, que ainda tem boas relações com ele mas não tem filhos.

Um dia, depois de ouvir pela televisão relatos de estupros em massa na Bósnia e na Croácia, ela resolveu fundar uma ONG, Women for Women, para ajudar mulheres vítimas de conflitos. No primeiro ano, tinha 31 mulheres na lista. Hoje, a ONG já distribuiu US$ 102 milhões para 370 mil mulheres em vários países. Zainab foi homenageada pelo presidente Bill Clinton na Casa Branca, e a Women for Women foi reconhecida como uma das organizações mais influentes no socorro de vítimas de abusos em conflitos. Zainab se demitiu da direção para escrever e fazer conferências.

Contei a ela que os números sobre estupros no Brasil tinham acabado de sair e deram um salto, mas os números e o Brasil não estão no radar dela. Hoje, trabalha só com mulheres do Oriente Médio, onde as estatísticas de estupros e abusos sexuais são pouco confiáveis. Mulheres abusadas são ensinadas a se envergonhar de si mesmas e uma denúncia na polícia pode comprometer a honra da família. Nas regiões tribais, pais e irmãos ainda apedrejam filhas violentadas.

Os números sobre estupros são estuprados. Em algumas estatísticas, a Suécia é líder de estupros. As explicações são os imigrantes e os rígidos critérios suecos de definir estupros. O Brasil, com 26,9 estupros por 100 mil habitantes, tem o dobro de estupros do que o México. A pacífica Costa Rica, com 34 por 100 mil, é a campeã de estupros da América Latina. Roraima tem 52 por 100 mil, mas os números no Brasil são pouco confiáveis. O país está dividido em quatro regiões, de 1 a 4. As estatísticas da região 1 são as melhores, as da 4, as piores. Quanto mais pobre, maior a mentira das estatísticas. Nesta violência, a verdade não está nos números e Zainab não trabalha com estatísticas. Nos livros, ela conta histórias de poucas vítimas com fotos que apunhalam.

 

por Lucas Mendes



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