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O fim do mundo como o conhecemos…

sex, 26/10/12
por rodrigo.bodstein |

 

No próximo Milênio, Jorge Pontual entrevista o escritor e ambientalista Paul Gilding sobre consumo, meio ambiente, desigualdade e o fim do mundo como o conhecemos. Segunda-feira, 23h30, na Globo News.

 

O clima eufórico em torno do ato de consumir e o esforço de atrelar concepções de estilos de vida aos produtos criaram ilusões que ganham ar de realidade por alguns momentos. Em seguida, o ciclo é mantido pelo bombardeio de propagandas, de “benefícios comprovados cientificamente até a semana que vem”, da pressão pelo novo e, em alguns casos, por questões de aceitação social.

É possível dizer que foram criados níveis e hierarquias de acordo com o que cada um tem acesso, seja em bens materiais ou com relação aos saberes. As divisões aumentam a cada novo lançamento ou demanda do mercado e se manter atualizado não é tarefa simples. Os níveis de desigualdade, hoje, afetam até mesmo a estabilidade do sistema que vivemos.

A revista The Economist, da semana do dia 13 de outubro, apresentou um dado impressionante. Por mais que a desigualdade tenha sido reduzida em termos globais, com relação ao PIB dos países ricos e pobres, mais de dois terços da população mundial vivem em países em que a desigualdade aumentou desde 1980. Nesse sentido, Paul Gilding, escritor e, por muitos anos, ambientalista, afirma que “a pobreza é como um câncer na alma da nossa sociedade.”

Estamos criando um mundo frágil e dependente de recursos e estruturas insustentáveis. Entre alguns exemplos, podemos citar que cidades inteiras dependem da entrega de comida para funcionar, desertos alimentícios se formam pelo mundo, planejamento urbano é inexistente em muitos lugares e o petróleo é fonte de energia e base para inúmeros compostos sintéticos. Estamos transformando a química da vida e explorando abusivamente os oceanos. É como se andássemos em um lago congelado e o próximo passo pode ser o último.

Essa fina camada que separa o mundo do consumo da realidade de pobreza, sofrimento e poluição que o mantém talvez não dure muito. A necessidade de mudança – e a incrível dificuldade de a sociedade se transformar – fica cada vez mais evidente. O vício de ter mais, de fazer mais e de conseguir tudo no curto-prazo está mais forte e, de certa forma, fez de nós, segundo Gilding, “a primeira geração que em vez de se sacrificar pelo futuro dos filhos, está sacrificando o futuro dos filhos para si.”

O Milênio entrevistou o escritor australiano Paul Gilding em plena Times Square, símbolo do consumo. Ele falou sobre o fim do mundo como o conhecemos e sobre a necessidade de conscientização de que toda essa parafernália não é necessária à vida, apenas acessória. Segunda-feira, 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

Ficção ou realidade?

qua, 24/10/12
por rodrigo.bodstein |

 

Observar a realidade e, a partir daí, criar um universo pessoal com que todos nós conseguimos nos identificar. Esse é o principal desafio de um escritor. As palavras no papel ganham significado a cada leitura e o ponto de contato com nosso cotidiano nos faz refletir e enxergar o mundo com outros olhos, quase como se pudéssemos viver outra vida, outros sofrimentos e alegrias.
 
Jonathan Franzen é um autor que, como poucos, consegue mergulhar na realidade dos personagens. No romance Liberdade, um dos seus livros mais conhecidos, Franzen descreve os dilemas, sonhos e conflitos da classe média americana atual.
Introspectivo e bem humorado, Franzen nos convida, nessa entrevista ao Milênio,  a conhecer um pouco do seu mundo.

por Edney Silvestre

O mundo de Jonathan Franzen

sex, 19/10/12
por rodrigo.bodstein |

 

No próximo Milênio, o que separa a ficção da realidade? Edney Silvestre entrevista o escritor Jonathan Franzen sobre seu processo criativo, sua vida e seus projetos futuros. Segunda-feira, 23h30, na Globo News.

Contar uma história é criar um recorte da realidade. Encontrar os personagens, ter a sensibilidade de escolher as falas, organizar a informação no roteiro e depois transformar tudo isso em uma obra coerente é um trabalho quase artesanal em que a observação é imprescindível. É a partir dela que surgem os caminhos para esses mundos paralelos de alegrias e sofrimentos com os quais conseguimos nos identificar e que nos fazem refletir sobre nossas vidas. As palavras, aparentemente mortas no papel, ganham vida com a leitura. Imagens e emoções ressoam no leitor e ecoam pelo mundo. Cada livro abre uma porta que, de certa maneira, une os autores e os leitores em um processo criativo que está em constante mutação.

É incrível como alguns personagens passam a fazer parte do nosso cotidiano e o caráter lendário que alguns livros ganham. A força da literatura talvez venha da capacidade das histórias de se aproximarem da narrativa de nossas vidas e de se entrelaçarem nelas de tal forma que, ao olharmos para trás, não consigamos separá-las de nossa identidade e de nossa cultura. Do lado do autor, também não é fácil separar as histórias. Para Jonathan Franzen, “a sensação de terminar um livro é de uma perda tremenda. É o fim da minha relação com os personagens e significa que não terei mais aquele trabalho todo dia. (…) Não chorar ao terminar um livro significa que ele não importava tanto.”

Franzen teve seu primeiro livro publicado em 1988, mas sua carreira só decolou quando ele publicou As Correções, em 2001. Depois, com Liberdade, em 2010, firmou-se como um dos mais importantes autores americanos contemporâneos. A mudança aconteceu quando ele decidiu que “a literatura que queria fazer era sobre tirar a cobertura de nossas vidas superficiais e mergulhar no que havia de interessante nas profundezas.”, como afirmou em entrevista à revista Paris Review.

Mergulhar nos personagens e escrever sem saber o rumo que a história vai seguir são algumas das características do estilo de Franzen. Filho mais novo de três irmãos, competitivo, sensível e introspectivo, ele conseguiu, como poucos, descrever os dilemas, sonhos e conflitos da classe média americana. No próximo Milênio, vamos conhecer um pouco do mundo de Jonathan Franzen e, quem sabe, abrir espaço para uma reflexão sobre o que separa a ficção da realidade. Segunda-feira, 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

Duas gerações tentando compreender a desigualdade

qui, 18/10/12
por Equipe Milênio |

 

 

Quando se esbarra em alguém de sobrenome famoso por causa de um parente com a mesma profissão, boas maneiras recomendam não fazer comparações e até evitar menções ao outro. E assim fizemos no encontro com James Galbraith, um economista filho de um dos mais famosos economistas do século XX. Resisti até a relatar ao filho uma história nada comprometedora, mas que envolvia o nome do pai: John Kenneth Galbraith me arruinou uma peça de teatro em Londres. Isso ocorreu pelo simples fato de John sentar-se exatamente à minha frente na plateia, com seus mais de 2 metros de altura. Por mais que eu entortasse o pescoço para ver o palco pelo lado, a movimentação da enorme figura à frente criava uma cortina impenetrável.

Quase bastou para destruir minha admiração pelo velho, que vinha desde os tempos da faculdade de Economia, quando ainda não tinham despontados estrelas com visão semelhante, como Paul Krugman e Joseph Stiglitz, contestadores do endeusamento do mercado light, sem regulamentação vigorosa pelo estado. E quando muitos ainda preferiam rezar pelo oráculo de Karl Marx e suas propostas de abolição completa do mercado. Galbraith pai e filho defendem um capitalismo regulamentado e atento aos abusos de minorias, que em nome de uma suposta liberdade das forças econômicas, acabam permitindo a criação de privilégios para uns poucos, apertos para muitos. E acham que nada é mais natural, chegando a sugerir que criticar o topo dessa pirâmide constitui “política de inveja”.

O pai combatia Milton Friedman e o monetarismo promovido pela Universidade de Chicago, com alcance mundial, inclusive no Chile do regime militar e no Reino Unido de Margaret Thatcher. O filho resiste às receitas do neoliberalismo que vê no estado o pecador supremo quando tenta interferir na economia, melhor deixada – dizem seus defensores – só nas mãos do setor privado, que ao competir por seus interesses produziriam o bem comum. Só que alguns acabam muito “mais comuns” do que outros, denuncia James, porque tiram vantagens de regras pouco rigorosas. Dessa falta de um estado atento aos excessos do mercado livre surgem as crises econômicas como a atual, aponta ele, enquanto denuncia uma consequência grave que motiva suas pesquisas: a desigualdade social.

James dirige um Projeto de Desigualdade, na Universidade do Texas, onde sua equipe desenvolveu um índice amplo para medir essa condição, em troca do padrão que vem sendo utilizado com mais frequência, o Gini, criado há muitos anos por um italiano.
Nos dois índices, Brasil e Estados Unidos têm nota baixa. Mas enquanto as diferenças no Brasil caminham na direção de mais equilíbrio (ainda é longo o caminho a percorrer), nos Estados Unidos elas marcham em direção oposta, para mais desigualdade e irritação de James.

por Silio Boccanera

A desigualdade é necessária?

sex, 12/10/12
por rodrigo.bodstein |
categoria Programas

 

No próximo Milênio, uma análise sobre a desigualdade de renda na sociedade contemporânea. Silio Boccanera entrevista o economista James Galbraith para o Milênio. Segunda-feira, 23h30, na Globo News.

 

Em um mundo com culturas e paisagens tão distintas, a desigualdade talvez seja uma das poucas coisas que podem ser consideradas universais. Em todo o planeta, o contraste é evidente. De um lado, milhões de pessoas vivem abaixo da linha de pobreza, precisam andar quilômetros para conseguir um pouco de água potável e trabalham dezesseis horas para ganhar alguns trocados e manter a oferta de produtos a preços competitivos para mercados distantes. Enquanto isso, do outro lado, estão aqueles que podem consumir, que dispõem de tempo para si e que usufruem dos benefícios da tecnologia e infraestrutura modernas.

Pensar esses desequilíbrios é uma questão de justiça e, além disso, é indispensável para o bom funcionamento da sociedade. James Galbraith, economista de Harvard, faz comparação com a pressão sanguínea e afirma que “quanto mais alta a desigualdade em determinado país, maiores as chances de você ter problemas” mas, ainda assim, “é um elemento indispensável para a motivação dos indivíduos e para estabelecer recompensas diferenciadas.” O desafio está em como manter o equilíbrio entre a distância que separa os mais ricos dos mais pobres.

O Brasil, embora, desde 2001, tenha promovido políticas eficazes no combate à pobreza, permanece entre os países mais desiguais do mundo com mais de 16 milhões de pessoas abaixo da linha de pobreza. Falta de acesso a educação de qualidade, política fiscal injusta, baixos salários, problemas de acesso a serviços básicos e concentração de renda são apenas alguns dos obstáculos que o país enfrenta. A sexta economia do planeta ainda não encontrou um caminho para equacionar o bem-estar da população e a necessidade de fechar o ano com bons números para o mercado.

Nos Estados Unidos, a situação vem se deteriorando nos últimos trinta anos. Segundo Galbraith, “o setor bancário nos Estados Unidos, chegou a pagar cerca de 10% de todos os salários e ganhou aproximadamente 40% de todos os lucros corporativos”. Além disso, Joseph Stiglitz, recentemente, estimou que, na última década, 90% do aumento da renda ficou entre os 1% mais ricos, o que reduziu a circulação de dinheiro na economia e dificultou a recuperação do país.

O Milênio desta semana oferece uma reflexão sobre a desigualdade de renda na sociedade. Qual é a relação entre desigualdade e pobreza? Como lidar com essa questão em um contexto de crise? Qual é a perspectiva de mobilidade social na economia contemporânea? Não perca a entrevista que Silio Boccanera fez com o economista James Galbraith na próxima segunda-feira, 23h30, na Globo News.
 
por Rodrigo Bodstein

Duas vezes Hobsbawm

qua, 03/10/12
por Equipe Milênio |

 

Como é de praxe, toda quarta-feira publicamos em nosso Blog o vídeo com um texto do repórter. Desta vez, vai ser um pouco diferente. Em vez de um texto de bastidores, vamos usar esse espaço para colocar as duas entrevistas que temos em nosso acervo com Eric Hobsbawm. A primeira, feita por William Waack, em 1997, foi voltada para a visão que Hobsbawm tinha sobre a história e sobre o papel do historiador, mas também sobre o que ele achava que aconteceria com o Brasil e a situação do Estado de Bem-Estar Social, no ápice do neoliberalismo. A segunda, exibida em 09/09/2002 e feita por Silio Boccanera, mostra um pensador que olha um mundo diferente. Um ano depois dos ataques de 11 de setembro, o contexto era de crítica ao livre mercado – depois de uma década de crises financeiras sucessivas -, de um Terceiro Mundo que ganhava cada vez mais espaço e de uma política americana mais beligerante. Veja, abaixo, dois momentos de um dos maiores historiadores do século XX.

 

09/09/2002 – Silio Boccanera e Eric Hobsbawm:

 

16/02/1997 – William Waack e Eric Hobsbawm:

Hobsbawm, por acaso.

seg, 01/10/12
por rodrigo.bodstein |
categoria entrevista

 

 

Na semana passada, anunciamos que o programa desta segunda-feira seria sobre o acaso e o inconsciente em nossas vidas, mas fomos surpreendidos com a morte de um dos mais respeitados historiadores do século XX. Então, o Milênio, hoje, volta 10 anos no tempo. Vamos reprisar a entrevista que Silio Boccanera fez com Eric Hobsbawm, exibida em 9 de setembro de 2002. Reveja sua análise sobre a conjuntura internacional e as possibilidades que via para o futuro, um ano depois dos atentados de 11 de setembro. Ascensão dos países do terceiro mundo, crise econômica, crise do poder americano, a cegueria da política norte-americana, rumos da globalização… Convidamos vocês a assistir um retrato de uma época para refletir sobre os acontecimentos que nos trouxeram para a situação que vivemos hoje. Não perca! Hoje, 23h30, na Globo News.

O programa com Leonard Mlodinow será exibido na próxima segunda-feira.



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