O tempo para mudar o mundo
Na próxima segunda-feira, o Milênio discute a importância de se repensar o trabalho e as formas de cooperação nas sociedades para tornar o capitalismo mais humano. Não perca a entrevista que Lucas Mendes fez com o sociólogo Richard Sennett. Segunda-feira, 23h30, na Globo News.
10.000 horas. Cerca de 3,5 a 5 horas de trabalho por dia durante sete anos. Esse é o número que o sociólogo Richard Sennett afirma ser a média para formarmos um músico de orquestra, um jogador de futebol de nível profissional, um especialista ou simplesmente alguém bom no que faz. Mas, na economia de hoje, tempo é um bem escasso.
A incrível capacidade de fazer mais do mesmo – ou mais de quase o mesmo – para atender às demandas incessantes dos consumidores desenvolveu competição feroz, baseada no preço baixo, que terceiriza funções e rompe com a linearidade da produção. Menor preço, maior volume, menos qualidade. Embora alguns fabricantes tenham escolhido nichos específicos e se preocupem em entregar um bom produto, o que se vê é aumento do desperdício e redução do tempo de uso da maior parte do que é consumido no planeta.
O distanciamento e a fragmentação ganham terreno. O trabalho não define mais a identidade do indivíduo, mas apenas um período de sua vida. No mundo produtivo, as pessoas são pontos em uma rede que podem trocar de lugar constantemente. O ritmo quase frenético e o pouco compromisso anestesiam a criatividade de tentar descobrir novas maneiras para resolver os problemas. Há um misto de monotonia e determinismo na aparente liberdade do mercado de trabalho.
Se vidas de pessoas são apenas números em uma tela, o que estamos criando como sociedade? Como desenvolver valores de moral e ética, se há uma percepção de que somos insignificantes para o outro? Como estimular a cooperação e a empatia em um contexto de indiferença? Essas são algumas questões que norteiam Sennett em sua busca por um caminho mais humano para o capitalismo moderno. Saiba mais no Milênio da próxima segunda-feira, às 23h30, na Globo News.
por Rodrigo Bodstein