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A inserção do Brasil em um futuro verde

sex, 27/04/12
por rodrigo.bodstein |

 

 No próximo Milênio, a inserção brasileira em um futuro sustentável. Não perca a entrevista que Elizabeth Carvalho fez com o jornalista e ambientalista Washington Novaes. Segunda-feira, 30/04, às 23h30, na Globo News

 

O Código Florestal, que aguarda a sanção da presidente Dilma, trouxe à tona um debate sobre o limite da fronteira agrícola e a preservação da biodiversidade. Isso talvez seja uma das questões mais importantes para o futuro do Brasil, porque, de certa forma, demonstra o choque entre duas visões de desenvolvimento.

A primeira, ainda ligada ao uso infinito dos recursos e a necessidade de um crescimento econômico ilimitado, vê um país que precisa de mais terras para exportar e produzir. A pressão nesse sentido é enorme. Agrada a muitos dos que contribuíram para sermos, hoje, a sexta economia do mundo. A segunda defende a biodiversidade e uma economia que alie inovação, tecnologia e sustentabilidade. Enquanto o primeiro grupo enxerga terras, o segundo enxerga biomas e riqueza natural.

Essa reflexão acontece em um momento em que o mundo vem ao Brasil discutir clima, meioambiente e economia. A proposta da Rio+20 é avaliar os progressos feitos desde a Rio92, analisar as possibilidades de transição de uma “economia marrom” para uma “economia verde” e propor medidas de governança para a sustentabilidade. Há praticamente um consenso que precisamos ter uma outra relação com o meioambiente, por mais que ainda permaneçam divergências sobre a intensidade e a maneira com que as mudanças devem ser feitas.

Pensar a inserção brasileira nesse contexto “verde” torna-se imprescindível e, como Washington Novaes ressalta, “falta ao Brasil uma visão estratégica de si mesmo.” Como um país com quase 20% da biodiversidade do mundo não tem uma participação maior no mercado de patentes? Quais são os custos sociais do crescimento? Qual é o modelo de desenvolvimento que o Brasil deveria adotar? Saiba mais no Milênio de segunda-feira, dia 30/04, às 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

A estratégia por trás da entrevista

qua, 25/04/12
por Equipe Milênio |

 

A orientação era precisa: o professor Brzezinski dedica apenas 30 minutos a entrevistas, do momento que chega ao momento que sai, portanto, tenham o equipamento pronto na hora marcada, duas e meia da tarde.

Chegamos com tempo de sobra e eu começo a rir sozinho assim que vejo a sala da entrevista: pequena. Uma das paredes tem um fundo/logo da Johns Hopkins, as outras duas tem estantes. Dennis faz cara feia (reporter cinematográfico Dennis Zanatta). Ele odeia espaços pequenos. Gosta de montar seis, sete fontes de luz em uma entrevista. Dessa vez, além do perfeccionismo habitual, quer trabalhar com três cameras, acrescentando uma Canon 7D para o shot aberto, além das Sonys no plano e contraplano. Começa a remover da sala tudo menos as estantes. Eu continuo rindo sozinho e leio minhas anotações, fingindo que me preparo para a entrevista. Nem sempre é facil escapar dessa disposição de fazer mudança… Vicente e Mayara, por exemplo, esquecem de se abaixar do radar, são convocados sem piedade (Vicente Cinque, produtor e Mayara Lima, estagiária).

Em alguns minutos, Dennis satisfeito, o equipamento começa a ser montado. Mayara está apreensiva, não quer atrapalhar. Vicente manda ela para um lado da sala. Depois para o outro. E outro. Dennis reclama que ela não passou os cabos dos microfones como deveria. Mayara se aflige, demora a entender que é tudo onda. Aí abre um sorriso encantador.

Zbiginiew Brzezinski não faz força para agradar e não tem paciência para bate-papo superficial. Além da inteligência aguda que tem, da experiência que acumulou e da importância do cargo que ocupou, faz parte de uma familia de nobres poloneses. Não é um inseguro, em busca de aprovação. É educado, mas senta-se para a entrevista olhando o relógio. 30 minutos.

Depois de algumas perguntas, ele está relaxado, percebe que tem tempo de completar os seus raciocínios. Entra na boa frequência – a do entrevistado que está contando, não apenas respondendo.

Os 30 minutos vão para o espaço, a entrevista dura 45. Ele se levanta e comenta que extendeu o tempo porque estava gostando da entrevista, normalmente, teria interrompido o papo aos 30. Elogio faz bem, mesmo de escanteio. Ele não disse que eu sou o melhor dos entrevistadores, mas o cara não faz força para agradar, pomba. Apertos de mãos de todos os lados, Zbiginiew Brzezinski vai embora.

Eu olho para o Vicente, ele está furioso. O Vicente lê mais que qualquer pessoa que eu conheço – provavelmente incluindo o Brzezinski – e tem uma expectativa de boas maneiras francamente inalcançável no planeta Terra. Ele achou o comentário inaceitável. “El interrumpiria una entrevista a 30 minutos?”, fulmina o venezuelano/italiano. “Así, no más? Seria capaz de esto? Es un absurdo!”

Minutos depois, enquanto desmontamos o equipamento, ainda impressionados com o duro julgamento contra Brzezinski, vemos que não é um absurdo. É fome. O Dennis pergunta: “vem cá, Vicente, você tomou café da manhã hoje?” (a essa altura são três e meia da tarde) “No, aún no”, responde o taciturno. Ah…

por Luís Fernando Silva Pinto

Os desafios para a ordem geopolítica mundial

sex, 20/04/12
por rodrigo.bodstein |

 

No próximo Milênio, ascensão da China, militarização da Ásia, crise nuclear no Irã, a tragédia no Afeganistão e o erro com o Iraque. Não perca a entrevista que Luís Fernando Silva Pinto fez com Zbigniew Brzezinski, estrategista e ex-assessor para segurança nacional de Jimmy Carter, sobre a crise do poder global e a necessidade de encontrar um novo equilíbrio geopolítico. Segunda-feira, 23/04, às 23h30, na Globo News.

A guerra do Iraque foi um erro e a do Afeganistão, uma tragédia. É assim que Zbigniew Brzezinski, renomado estrategista, resume dois dos principais conflitos atuais. O envolvimento dos Estados Unidos no esforço de “construir” democracias e combater o terrorismo custou caro e o resultado ainda está indefinido. Enquanto isso, a China apresenta um desafio econômico para os norteamericanos e aumenta o orçamento militar. Segundo dados da revista The Economist, os gastos chineses com o setor aumentaram de 30 bilhões de dólares, em 2000, para 160 bilhões, em 2012. Se essa taxa for mantida, a China ultrapassará, à médio-prazo, os Estados Unidos. Isso demonstra o esforço Chinês de se firmar como uma potência e contrabalançar o poder dos Estados Unidos.

A Coreia do Norte permanece uma incógnita, a Índia testou um míssil capaz de atingir Pequim e o Japão tenta revisar o artigo 9 da sua constituição, que o proíbe de declarar guerra. A Ásia Oriental é um dos centros econômicos mais importantes do mundo e a combinação de nacionalismos, armas e disputas econômicas já se mostrou explosiva em outros períodos da história. Além disso, a crise nuclear no Irã e um potencial desequilíbrio no Oriente Médio também criam desafios para a ordem geopolítica mundial.

Os desafios não estão apenas relacionadas ao campo militar. Hoje, percebe-se que a interdependência ganhou força, estratégias de geometria variável estão cada vez mais presentes e a multipolaridade tornou-se uma das principais características do sistema. Já não está mais presente a impressão que os Estados Unidos seriam a superpotência global e xerife do mundo, que predominou logo após o final da Guerra Fria. A política internacional ficou mais complexa. Segundo Zbigniew Brzezinski, estamos em um momento de crise do poder global e precisamos de um equilíbrio geopolítico que acomode a queda do poder americano e evite maiores tumultos no mundo.

Brzezinski era diretor-executivo da Comissão Trilateral antes de ser chamado por Jimmy Carter para ser assessor para segurança nacional. Durante os anos em que esteve no governo americano, Afeganistão, China e Irã ocupavam as manchetes dos jornais. Brzezinski participou ativamente da estratégia de auxílio aos mujahedins contra os soviéticos no Afeganistão, normalizou as relações com a China – inclusive recebendo Deng Xiaoping em sua casa -, auxiliou no tratado de paz entre Israel e Egito e discutiu os rumos para o Irã antes da revolução e do ataque à embaixada americana. Hoje, esses países voltaram à ordem do dia. O Milênio da próxima segunda-feira foi ouvir o homem que participou desse pedaço da história, que tanto influencia nossos dias.


por Rodrigo Bodstein

Uma economia do tamanho do planeta

qua, 18/04/12
por Equipe Milênio |

 

 

Já conhecíamos Andrew Simms de encontros anteriores no think-tank New Economics Foundation, que ele dirigiu por tanto tempo e onde agora atua mais como analista. Em entrevistas, artigos, e palestras, ele há muito bate na tecla de que economistas precisam repensar alguns dogmas básicos da economia, como a noção de que o crescimento é sempre a meta ideal a se perseguir como diretriz básica de produção e distribuição de bens numa sociedade.

Esse culto ao PIB precisa ser reavaliado, sustenta Simms, porque ele não representa apenas atividade produtiva e criação de empregos, mas implica também poluição e destruição dos recursos limitados da natureza, sobretudo via consumo obsessivo. Claro que os pobres precisam de emprego e renda para melhorar de vida, nota Simms, e têm direito de consumir produtos e serviços a um nível mais elevado do que conseguem quando seus recursos são parcos.

O problema é que se todos consumirem ao nível de europeus e americanos hoje, os recursos do planeta não darão conta do recado. Sete bilhões de pessoas no planeta não podem copiar os padrões de compra adotados no mundo rico de hoje, porque a Terra pifa. Compreensível também que os pobres e os de classe média se deixem encantar pelas tentações do consumismo, pois afinal recebem as mesmas mensagens de propaganda que a mídia divulga, incitando as pessoas a comprar mais.

Até os governos, sobretudo em fase de aperto econômico como na crise atual, tentam convencer o público a consumir mais, para assim estimular o comércio, a indústria e os serviços, criando empregos, elevando impostos e assim melhorando a vida de todos. Pouco importa se, ao mesmo tempo, e enquanto abrem as portas para facilitar o crédito, os políticos também preguem aos cidadãos: não gastem mais do que suas rendas permitem. O que economistas como Simms propõem é repensar novos critérios econômicos, não para levar o mundo a um paraíso hippie de pura contemplação da natureza enquanto se vive de jaboticaba, mas que a sociedade reconheça as limitações de recursos e produza levando em conta o meio-ambiente e o bem estar das pessoas.

Daí a implicância desses novos economistas com índices do tipo PIB, que só medem crescimento econômico e computam da mesma coluna positiva gastos com saúde e despesas para limpar um derramamento de petróleo. Preferem novos índices que aos poucos se tornam mais conhecidos, como o de Desenvolvimento Humano (IDH), criado pela ONU, e outros que vêm surgindo, com o objetivo de medir parâmetros de bem-estar como educação, lazer, convivência social. Ou mesmo um “índice de felicidade”, conforme adotado pelo reinado do Butão, no Himalaia, já tema de análises acadêmicas. O próprio estudo de felicidade deixou de ser preocupação apenas de psicólogos e já entrou no currículo de universidades sérias, como a London School of Economics. Foi capa da Harvard Business Review de janeiro último, examinado sob o rigor de princípios estatísticos.

O comportamento do consumidor na sociedade também deixa de ser apenas assunto para especialistas em marketing e passa pelo crivo acadêmico de especialistas como Daniel Kahneman, que ganhou um Prêmio Nobel de Economia justamente por suas pesquisas na área de economia e comportamento. E Zygmunt Bauman, que o examina sob o prisma sociológico. Outros ganhadores do Nobel de economia, como o americano Joseph Stiglitz e o indiano Amartya Sen, propõem métricas mais abrangentes do que o PIB e querem ir mais longe do que o IDH, criação do próprio Sen nos anos 90. Colegas de renome, como Nicholas Stern, da London School of Economics, buscam dar valor monetário às medidas de combate aos danos provocados pelo crescimento desordenado. Outros com experiência de mercado, como o banqueiro Pavan Sukhdev, ex-Deutsche Bank, tentam dar preço a bens naturais tão imponderáveis quanto a evaporação dos rios amazônicos, que permitem irrigar solos férteis na Argentina e no Mato Grosso do Sul. Usuários deviam pagar por esse bem, sustenta Sukhdev.

O Brasil ainda vive a febre e a empolgação com o crescimento a qualquer custo, mas até um economista de linha tradicional como Delfim Neto comentou “nunca tive a ilusão de que esta astronave independente, rodando em torno do Sol, tivesse recursos infinitos“.

por Silio Boccanera

A necessidade de repensar a economia

sex, 13/04/12
por rodrigo.bodstein |

 

No próximo Milênio, como chegar a uma economia verde que atenda as necessidades de todos? Não perca a entrevista que Silio Boccanera fez com o economista Andew Simms, da New Economics Foundation. Segunda-feira, 16/04, às 23h30, na Globo News.

 

A primeira frase do livro de André Gorz, Critique of the Economic Reason, de 1990, não poderia ser mais atual: “O que estamos vivenciando não é a crise da modernidade. Estamos vivenciando a necessidade de modernizar os pressupostos sobre os quais a modernidade se baseia.” Pensar o que estamos fazendo e tentar descobrir soluções para essa sociedade tão impregnada por uma lógica de mercado quase irracional e que caminha para o limite dos seus recursos naturais, levanta uma questão: Para que serve a economia? Para Andrew Simms, economista britânico da New Economics Foundation, a resposta não é apenas crescimento econômico.

A busca por maior produtividade e lucro precisa do controle do tempo e de cada processo. No início do século, o relógio passou a cronometrar a indústria e a linha de montagem ganhou força como método eficaz para gerenciar a produção. Depois, a produção se libertou do espaço e do tempo linear. Enormes cadeias de produção e fornecimento, amarradas por intrincadas redes de logística e de telecomunicações, transformaram o trabalho e a vida. Criou-se um ciclo de produção desenfreada e de estímulos constantes ao consumo que, junto com a livre circulação de capitais financeiros, contribuiu consideravelmente para a crise atual.

Simms vê nesta crise a oportunidade de mudança. Mas, para enxergarmos novas possibilidades, precisamos olhar o mundo de forma diferente. Assim como as ciências naturais evoluem com novos equipamentos, que permitem uma observação mais minuciosa, os instrumentos que usamos para medir a economia são essenciais. A partir desses índices, os governos e investidores tomam decisões que afetam a alocação de capitais no mundo. Mas, faz sentido basear essas decisões no PIB – produto interno bruto – um instrumento que foi criado para medir apenas o valor das trocas de bens e serviços que circulam na economia? Faz sentido medir a vida em sociedade de forma tão obtusa? Qual é a opção para a nossa economia? Não perca a entrevista com Andrew Simms no Milênio da próxima segunda-feira, 16/04, às 23h30, na Globo News.

por Rodrigo Bodstein

Por um desenvolvimento qualitativo

qua, 11/04/12
por Equipe Milênio |
categoria entrevista

 

Desde que lançou o best-seller O Tao da Física, no final dos anos 60, Fritjof Capra abriu um novo capítulo em sua biografia. Ao relacionar aspectos do zen oriental com a física quântica, Capra entendeu que o grande desafio da ciência contemporânea era a aceitação da sua não-linearidade: a forma como se move a própria teia da vida, em diferentes direções.

Fritjof Capra esteve no Brasil em 2003, propondo novos paradigmas na forma de estar no mundo. Em 2012, seu foco está voltado para a questão do modelo de desenvolvimento. Este é o núcleo central do balanço dos últimos dez anos que o Milênio foi buscar com o velho físico e ativista.

por Elizabeth Carvalho

O desenvolvimento sustentável seria insustentável?

sex, 06/04/12
por rodrigo.bodstein |

 

 

No próximo Milênio, a importância da consciência ecológica para transformar a forma como entendemos o crescimento econômico. Não perca a entrevista que Elizabeth Carvalho fez com o físico e ativista ambiental Fritjof Capra. Segunda-feira, dia 09 de abril, às 23h30, na Globo News.


No último século, ocorreu uma aproximação gradual do capitalismo com a profunda dependência de combustíveis fósseis, com uma noção de crescimento linear e com mercados financeiros desregulados e afastados de qualquer noção de ética. A resposta a isso veio em várias frentes. Nos últimos 40 anos, James Tobin propõs uma taxa sobre transações financeiras internacionais, o Relatório Bruntland da ONU lançou as bases do conceito de desenvolvimento sustentável e a Conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, em 1992, aprofundou a busca por uma relação mais saudável com o planeta que habitamos. Outras iniciativas aconteceram, mas Fritjof Capra ressalta que “a corrupção é tão sistêmica que, por meio de contribuições financeiras, a indústria dos combustíveis fósseis corta toda a discussão sobre uma política climática.”

Capra lançou o livro o Tao da Física em 1975 e, desde então, virou um dos gurus do ativismo ambiental. Criou, em 1994, uma organização para educação ambiental das crianças. Ensina a importância da consciência ecológica e promove o contato dos jovens com a natureza. Voz ativa na busca por uma mudança em nossa relação com o planeta, critica o desenvolvimento sustentável por ser uma contradição. Não podemos pensar em crescimento no sentido econômico – infinito e linear – em um mundo de recursos finitos. A solução seria um desenvolvimento qualitativo que respeitasse a vida e a não-linearidade dos processos na natureza. Segundo ele, “o que é sustentável em uma sociedade sustentável não é o crescimento econômico ou fatias de mercado, mas é a rede da vida, da qual a nossa vida depende.”

O Milênio, este mês, propõe uma reflexão sobre o meioambiente. Das cinco entrevistas, três serão sobre este tema. Começamos com Fritjof Capra e sua busca por conscientização ecológica, seguimos com Andrew Simms, que nos oferece uma visão mais econômica da questão e as raízes da obsessão por crescimento, e, na última segunda-feira do mês, apresentaremos Washington Novaes, jornalista e ambientalista brasileiro, para contextualizar o Brasil e falar sobre a sabedoria indígena. Esperamos, assim, contribuir para uma reflexão sobre o tema que será discutido no Rio de Janeiro entre os dias 20 e 22 de junho na Rio+20. Não perca a primeira etapa desta discussão na próxima segunda-feira, dia 09/04, às 23h30, na Globo News.

 

por Rodrigo Bodstein

Uma história cheia de surpresas

qua, 04/04/12
por Equipe Milênio |

 

A crítica americana recebeu bem o livro do historiador Richard Aldous sobre as relações entre Ronald Reagan e Margaret Thatcher. Foi o nono dele e, aos 42, parece dez anos mais jovem. Ele ensinava no University College de Dublin e, em 2010, foi convidado para assumir a cadeira Eugene Meyer de história e literatura do Bard College, uma das mais antigas universidades dos Estados Unidos. Meyer foi dono do jornal Washington Post, presidente do Banco Mundial e do Banco Central americano.

Aldous está impressionado com o nível dos estudantes e a liberdade de discutir assuntos paralelos à história “às vezes estamos falando sobre política britânica na década de 60 e um estudante de drama quer discutir o dramaturgo Harold Pinter. É fantástico e enriquece a conversa que pode seguir em qualquer direção. As relações entre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha parecem mais próximas do que nunca. Veja o sucesso da série Downton Abbey na televisão“. Bard fica na margem do rio Hudson e Aldous vive numa casa nas montanhas de Caskill com vista para o rio. “É uma região culturalmente muito rica. Os Astors, os Vanderbilts e os Roosevelts sabiam o que estavam fazendo quando construíram suas casas de campo aqui em volta”.

A maior surpresa do historiador, quando pesquisava para livro sobre Ronald Reagan e Margaret Thatcher, foi a frequência das brigas. Mantinham uma fachada harmoniosa, mas discordaram em quase todas questões internacionais: sanções contra a União Soviética, déficits orçamentários, controle de armas, Guerra nas Estrelas, Granada e Falklands (Malvinas) . Uma das citações favoritas dele é do presidente americano: “Boy, como ela é boa para falar” dizia Reagan, “mas não sabe ouvir”.

por Lucas Mendes



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