Fragilidade e firmeza
Robin Wright é uma destas mulheres frágeis e firmes, na voz e no corpo. Se faz cobertura do Oriente Médio há 43 anos é fácil ter uma noção da idade dela. Uma balzaqueana em transição. Fina, mulher vivida no mundo, circulada nas melhores redações, salões e restaurantes. E nas guerras. Num programa de televisão, o âncora Colbert, fez a apresentação e perguntou: você cobriu 12 guerras. Qual sua favorita?
A platéia veio abaixo e ela respondeu sem perder o rebolado: Líbano.
Trocamos figurinhas. Fui lá entrevistar o Arafat para a TV Globo. Antes que dissesse a ela minha experiência, ela disse: duas ou três semanas de espera, telefonema a uma da manhã. Para mim era como perder uma virgindade jornalistica, para ela, noite a noite.
De todas as previsões feitas em 2008 e confirmadas em 2010 e 2011, uma das mais surpreendentes é a mobilização das mulheres, subestimada pelos críticos. A Arábia Saudita acaba de dar direito, precário, às mulheres de votar.
A visão dela não veio de cima. Ela foi às raizes. Inteligente, bonita, batalhadora e culta. Solteira? O romance sempre perdeu para a próxima viagem.
por Lucas Mendes