Há 20 anos, a capital sueca dedica uma semana no fim do verão para reunir especialistas de todo o mundo em torno de um tema vital: água. A editora do Cidades e Soluções, Marina Saraiva, está em Estocolmo para a World Water Week 2010, e vai contar aqui no blog o que se passa no evento.
foto: SIWI
A Semana Mundial da Água de Estocolmo começou em 1991, como um complemento do Festival da Água, que levava os suecos para as ruas para aproveitar os últimos dias do verão nas águas límpidas do Lago Mälaren. O Festival não existe mais, mas a tradicional reunião de especialistas, empresários e lideranças políticas de todo o mundo continua, motivada pelo desafio crescente de buscar soluções para o abastecimento, o tratamento e o consumo de água nas diferentes regiões do planeta.
O evento reúne, este ano, 2500 pessoas no Stockholmsmässan, o impressionante centro de convenções de Estocolmo, que mantém a coerência com o tom do evento. A iluminação é eficiente, há grande aproveitamento da luz natural, descargas econômicas nos banheiros. A água pode ser encontrada, potável, em qualquer torneira. Mais do que isso: como disse orgulhosamente o prefeito Sten Nordin, na abertura do evento, em qualquer lugar da chamada Veneza do Norte, rios, córregos, torneiras de rua ou das casas, a água está sempre limpa e pronta para o banho ou para matar a sede.
Os suecos dão o exemplo e vão além: este ano, o tema da World Water Week é “Respondendo às mudanças globais: o desafio da qualidade da água”. O foco das discussões é como garantir o acesso à água limpa para toda a população mundial, o perigo da contaminação pelo esgoto, produtos químicos e a transmissão de doenças.
Anders Bentell, diretor executivo do Instituto Internacional da Água da Suécia (SIWI), responsável pela organização do evento e por importantes estudos sobre o tema, foi taxativo: “A poluição da água mata mais pessoas no mundo do que o HIV, a malária e as guerras juntas, sem contar os efeitos sobre os ecossistemas. Nós já sabemos que água limpa é a solução; mas é preciso discutir a melhor forma de resolver as questões políticas, sociais, territoriais e garantir o acesso de todos”.
E para não fazer deste objetivo uma bandeira humanitária, os especialistas buscam exemplos economicamente viáveis, lucrativos para empresas e governos. O desafio está lançado. E, nos próximos dias, você vai conhecer aqui algumas destas soluções.