Cidades e Soluções

A Bienal do Livro de São Paulo reuniu impressionantes 2 milhões e 200 mil exemplares de livros em suas prateleiras. Uma área equivalente a 10 campos de futebol, cheia de estandes, por onde circularam 700 mil pessoas.

É grande o impacto ambiental de um evento desta magnitude. Mas, na edição 2010, um desafio foi lançado pela organização do evento: envolver todos, expositores, autores, visitantes em um esforço coletivo por um evento mais sustentável.

Será que deu certo? André Trigueiro foi a São Paulo saber o que mudou, e quais os novos caminhos para a maior feira literária do Brasil.

Quando registramos os bastidores da fabricação do delicioso Pão do Bento (clique aqui para rever o programa) – que preserva 100% dos componentes nutritivos do trigo integral e atrai um numeroso séquito de seguidores no Rio de janeiro – fomos informados de que o prazo de validade do pão é de apenas 4 dias, justamente por não ter em sua composição nenhum conservante ou produto químico. Resultado : as lojas fazem os pedidos, recebem a encomenda em consignação e os pães que eventualmente não forem vendidos neste curtíssimo prazo são devolvidos à panificadora, que é obrigada a descartar as sobras como lixo em aterros.

Para nosso espanto, a quantidade de pães devolvidos atinge, por vezes, a marca de 800 unidades por semana. Desperdiçar alimentos – ainda que impróprios para consumo humano – é sempre algo muito triste, especialmente quando se sabe que é possível promover a destinação inteligente de matéria orgânica para outros fins. Pedi então autorização ao próprio Padre Bento para investigar alguma solução para o problema.

Quis o destino que apenas duas semanas depois realizássemos outra gravação para o Cidades e Soluções, mostrando o trabalho realizado pela empresa Vide Verde Compostagem Ltda, que realiza o nobre trabalho de converter 300 toneladas de matéria orgânica por mês em adubo de ótima qualidade na cidade de Resende, na região sul fluminense (clique aqui para rever este programa). A empresa recolhe há mais de 20 anos restos de frutas, legumes e verduras, poda de árvores e jardins e outros gêneros de matéria orgânica de vários clientes.

Veio à memória a situação do Pão do bento descartado como lixo. Comentei com Luiza Campos, diretora da Vide Verde e pioneira neste gênero de negócios no Brasil. Atenciosa, Luiza quis conhecer de perto a panificadora do padre. Os dois marcaram um encontro e o resultado é este que vocês estão vendo nestas fotos enviadas pela Luíza.

Os pães vencidos e o lixo orgânico gerado na produção do Pão do Bento são recolhidos pela Vide Verde

Os resíduos são compostados em Resende, RJ, e se transformam em adubo orgânico

As imagens vieram acompanhadas da seguinte mensagem:

“Olá André,

 Seguem algumas fotos que fizemos do Pão do Bento. Acertamos com ele a retirada de todo o resíduo, assim ele não precisa dispor mais nada para aterro, exceto o lixo de banheiro. Vamos fazer esta experiência sem custo para ele. Caso queira mais fotos podemos encaminhar.

Um abraço

Luiza Campos”

É por essas e outras que eu ainda acredito na humanidade. O mundo tem jeito! E o Pão do Bento – graças à santa Luiza – ficou ainda mais ecológico.

VEJA AQUI O PROGRAMA: Conheça as iniciativas que levaram Guarulhos a levar o prêmio Procel Cidade Eficiente. E o sistema de iluminação natural usado nos Jogos Olímpicos de Pequim

O Cidades e Soluções foi buscar maneiras inteligentes e econômicas para iluminar ambientes externos e internos.

60% de toda a energia consumida nas cidades são gastos em iluminação pública e semáforos. Um enorme desperdício, que pode ser reduzido com inteligência e novas tecnologias.

Conheça o programa Reluz, da Eletrobras, que criou uma linha de crédito para prefeituras melhorarem o desempenho dos sistemas de iluminação. A prefeitura de Guarulhos aderiu ao Reluz, entre outras medidas, incluindo uma parceria bem sucedida com a distribuidora local de energia, e venceu o prêmio Procel Cidade Eficiente 2010.

Em ambientes internos, o destaque é para a utilização da luz natural. Conheça o Solatube, a luminária usada nos Jogos de Pequim que não consome eletricidade, captando a luz solar e amplificando para dentro de residências, ginásios e estabelecimentos comerciais e industriais.

Não perca! Iluminação Eficiente, hoje, às 23h30, na Globo News.

Ensinar o respeito ao meio ambiente às nossas crianças é tarefa que deve ser cumprida em casa, na escola, e também no momento de escolher o material que elas vão utilizar nos estudos. O mercado brasileiro já oferece opções de lápis, papel e muitos outros itens da lista de materiais escolares certificados e produzidos com cuidados ambientais.

Fomos conferir a produção de cadernos de papel reciclado Jandaia, em Jundiaí, SP. E os ecolápis de madeira certificada Faber-Castell, em São Carlos, SP.

Veja aqui o vídeo do programa:

Mais do que isso: o lixo orgânico pode ser a solução. Foi o que aconteceu na cidade de Montanha, no norte do Espírito Santo. A população aderiu à coleta seletiva e se dedica de maneira eficiente à separação dos resíduos. A prefeitura montou uma estrutura eficiente de reciclagem e aproveitamento dos resíduos orgânicos. Eles são encaminhados para a compostagem, gerando emprego e renda para os moradores, além de adubo de excelente qualidade.

No Rio de Janeiro, a rede de supermercados Zona Sul começa a implantar em suas lojas a separação dos resíduos orgânicos. Funcionários e consumidores podem descartar o que não pode mais ser aproveitado. Tudo é enviado para resende, para uma unidade de produção de composto orgânico, a Vide Verde.

Veja abaixo o vídeo do programa: