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O quarto episódio do podcast 'Isso Está Acontecendo' vai mostrar por que o mercado do ódio cresce tanto no Brasil e no mundo: de produtos feitos para serem odiados a pessoas que dedicam tempo e dinheiro com coisas que não gostam. O jornalista Chico Felitti conversou com especialistas no tema e um advogado cujo hobby é odiar. Ele chega a passar três horas do dia navegando nas redes sociais de quem detesta.
"Eu, por natureza, já sou uma pessoa pirracenta e briguenta. Daí eu vejo um perfil de uma pessoa tosca se achando. É óbvio que eu vou provocar. É isso que me dá prazer. Eu quero que a pessoa leia esse comentário e se sinta provocada, nervosa. Eu quero que ela fique estressada, eu quero que ela me responda mal-educada", disse o advogado, que pediu para não ser identificado.
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Isso Está Acontecendo: Na Mente de Um Hater — Foto: Globo
O psicólogo Yuri Busin, que é doutor em Neurociência Cognitiva pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, se depara com a raiva no dia a dia em seu consultório e explica que a raiva funciona como uma injeção de adrenalina.
"A raiva é uma emoção que nos desperta. Ela não nos coloca para baixo, ela nos causa adrenalina, ela causa aquele sentimento muito forte dentro da gente, e isso também é altamente prazeroso. É muito gostoso sentir tudo isso. Não é uma coisa tão ruim quanto parece", disse ele.
Segundo Busin, a raiva pode até repercutir mais que o amor nas redes sociais.
Pesquisador de comportamento de consumo, Tiago Faria concorda que o ódio passou a pautar as escolhas culturais das pessoas.
"A gente nunca consumiu tanto conteúdo, então acho que de alguma forma seja natural que entre o joio e o trigo tenha mais conteúdo que a gente desgoste. A gente, a partir da pandemia, passou a ter vidas muito mais medíocres do ponto de vista de ostracismo. Acho que tanto o amor quanto o ódio contribuem em alguma medida para eu sair desse cenário flat que eu estou. Então, a passionalidade nesse momento é bem vida, porque a gente está com a vida muito flat", opinou.
Ouça agora o episódio completo: