Mentes Digitais: Na medicina, Inteligência Artificial pode revolucionar diagnósticos e tratamentos
No segundo episódio da série "Mentes Digitais", o Fantástico fala dos potenciais da inteligência artificial para revolucionar a área da saúde.
De um lado, a possibilidade de criar remédios com uma velocidade nunca vista. De outro, sistemas de diagnósticos muito mais eficientes do que os que existem hoje.
E tem muitos brasileiros envolvidos em todas essas novidades.
A carioca Giulia Be lançou "Menina Solta" em 2019. Hoje ela mora em Los Angeles, está vindo com músicas novas. E fica ligada nas novidades tecnológicas!
"Na verdade, eu sempre fui muito fã de tecnologia, a minha vida toda eu acompanhei, gostava sempre de estar à frente, porque eu acho que na música é uma coisa que acaba caminhando junto, né? E eu acredito muito que muitos artistas que eu admiro pra caramba, David Bowie, por exemplo, um deles, sempre foi muito conectado com tecnologia", diz.
Esse papo foi num sábado. Na segunda, Giulia estava concentrada em um galpão.
Mas esta série é de inteligência artificial, não de música! Então por que a Giulia B está aqui? Calma... antes de explicar, vamos cruzar a América do Norte, porque uma grande novidade está surgindo no Canadá, mais precisamente em um pequeno prédio em Toronto. É para diagnóstico de Alzheimer, doença ainda sem cura.
O Dr. Cohen é colaborador médico da RetiSpec, e sua equipe forneceu à empresa centenas de imagens dos cérebros de pacientes com e sem Alzheimer. O objetivo é que a inteligência artificial aprenda a identificar a doença.
As imagens, coletadas por meio de tomografia PET, um exame complexo e caro, são analisadas pela IA.
"A gente costuma dizer que a parte de trás do olho é a frente do cérebro. Por isso, a empresa fez também imagens de fundo de olho desses mesmos pacientes - dos que tinham e dos que não tinham a Alzheimer", diz o Cohen.
Tomografia PET — Foto: Fantástico
Assim, a inteligência artificial aprende a identificar padrões nos olhos que podem indicar a presença ou o risco de Alzheimer, permitindo um diagnóstico precoce sem a necessidade da tomografia PET.
Mas como a IA relaciona as tomografias cerebrais com as imagens do fundo dos olhos? O que ela está encontrando nos olhos que os médicos não conseguem enxergar? Isso ainda é um mistério.
E isso acontece frequentemente com a inteligência artificial: um resultado interessante surge, mas como a IA chegou até ele... ninguém sabe. De qualquer forma, o avanço é significativo.
Além da inteligência artificial, foi criada uma câmera especial para fotografar os olhos. A ideia é proporcionar, de forma simples e acessível, uma maneira de diagnosticar Alzheimer muito antes dos sintomas aparecerem, o que poderia permitir um tratamento precoce e evitar a progressão da doença.
De volta aos EUA
Enquanto isso, a milhares de quilômetros de Toronto, em Hollywood, a cantora Giulia Be continua posando no galpão para mais uma sessão de fotos.
Mas agora, voltamos à América do Norte, na região de Boston, onde ficam o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e a Universidade de Harvard.
Foi em Harvard que a engenheira Júlia teve uma ideia inovadora para o seu mestrado, utilizando a inteligência artificial de aprendizado profundo (Deep Learning) para detectar 73 tipos de emoções na face das pessoas.
Júlia criou um aplicativo de ajuda psicológica, com base nesse aprendizado. Aliás, ela mesma faz terapia, mas com uma psicóloga humana. "Hoje, estou aqui por causa da terapia que fiz, que me ajudou a me descobrir", compartilha ela.
Júlia combinou duas habilidades da inteligência artificial: a capacidade de detectar expressões faciais e de conversar, como o ChatGPT faz.
O sistema avalia as expressões do paciente, associa com o que ele diz e fornece orientações, funcionando como um psicólogo-robô, ainda em fase experimental.
“A ideia nunca foi substituir os psicólogos. O objetivo é ter um companheiro que ajude a ver as coisas de uma forma mais clara”, explica.
Após conhecer a criatividade de Júlia, fomos até o MIT, onde conhecemos Alan, um outro brasileiro que trabalha com inteligência artificial, mas de uma maneira completamente diferente.
Alan utiliza a IA para entender moléculas e criar novas, o que pode ser aplicado em fármacos, materiais, alimentos e cosméticos. Ele explicou como a IA ajuda a entender como as moléculas funcionam, como interagem e se dobram, o que é essencial no desenvolvimento de novos medicamentos.
Dá gosto conhecer jovens tão brilhantes, mas a série não se resume a essa galera. Enquanto Júlia e Alan começam suas carreiras, a cantora Giulia B segue sendo "escaneada" no galpão de Hollywood.
A doutora Rosana já comanda uma empresa que desenvolve novos medicamentos. Ela explica que a inteligência artificial tem acelerado o trabalho de descoberta de novas moléculas, tornando-o muito mais eficiente do que seria possível para os humanos sozinhos.
“A inteligência artificial consegue entender todos os dados gerados durante o desenvolvimento de remédios de maneira muito mais eficaz”, afirma.
Ela também utiliza a IA para estudar uma parte do DNA que, até pouco tempo, se pensava ser inútil, mas que pode estar envolvida em doenças autoimunes, aquelas que fazem o corpo atacar a si mesmo.
“Nosso trabalho agora está em descobrir novos tratamentos para essas doenças crônicas”, diz a doutora. Ela espera começar os testes clínicos no próximo ano.
O futuro já começou! Nos próximos episódios, você vai ver o fim do mistério da cantora Giulia B e descobrir o que ela estava fazendo naquele galpão de Hollywood e o que isso tem a ver com a inteligência artificial.
E mais: será possível alguém morrer e "ressuscitar" dentro de um robô?
Neste episódio, vamos conhecer o Bowser, um robô inteligente que faz coisas incríveis no MIT. Também vamos explorar os segredos das empresas de inteligência artificial, que têm muito a esconder em meio à competição entre os EUA e a China.
Tudo isso e muito mais, nos próximos episódios de "Mentes Digitais - A Era da Inteligência Artificial". Não perca!
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