(Foto: Dercílio Gobbo/ A Gazeta)
Mulheres que sofreram algum tipo de agressão no âmbito familiar vão ter apoio da Justiça para conseguir emprego, profissionalização ou abrir o próprio negócio.
A ideia foi proposta pela 9ª Vara Criminal de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e deve começar em agosto.
Ainda será feita uma parceria com a Universidade Vila Velha (UVV) e o Serviço Brasileiro Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
A proposta surgiu de uma análise feita pela Justiça indicando que boa parte das mulheres que sofriam violência tinham alguma dependência do marido, e mais da metade das que recebem medida protetiva são donas de casa. A 9ª Vara Criminal emite cerca de 15 medidas protetivas por dia contra violência doméstica.
De acordo com a Coordenadora Estadual da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, Hermínia Maria Azoury, um estudo mostra que a dependência da mulher com o agressor muitas vezes é comparada à dependência química, dessa forma a mulher não consegue se separar.
“É exatamente isso que forma o caráter da violência doméstica. Um momento o agressor está bem e em outros é um agressor compulsivo. Esses momentos intercalados entre agressão e amor contribuem para que a mulher viva muito tempo sob violência”, pondera Hermínia.
O cadastro das mulheres que sofreram algum tipo de agressão será feito a partir da Semana Nacional de Justiça Pela Paz em Casa, entre os dias 15 e 19 de agosto.
Um ônibus do Tribunal de Justiça (TJ-ES) vai estar na praça Duque de Caxias, no Centro de Vila Velha. A UVV e o Sebrae farão o encaminhamento para vagas de emprego e cursos de qualificação com parceiros ainda a serem definidos.
Violência
O Espírito Santo teve redução de 34% no número de homicídio contra mulheres, no primeiro semestre do ano. Entre janeiro e junho foram 44 registros de mortes de mulheres, contra 67 no mesmo período do ano passado, de acordo com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Sesp).