13/09/2013 20h05 - Atualizado em 13/09/2013 20h10

'Temos a chance de corrigir o edital', diz Casagrande sobre BR-262

Leilão de concessão da BR-262 entre ES e MG não teve propostas.
Para governador, fato é negativo mas pode trazer melhorias para o ES.

Leandro NossaDo G1 ES

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse ao G1, na noite desta sexta-feira (13), que a falta de propostas no leilão da concessão da BR-262, no trecho que liga o estado a Minas Gerais, é "uma oportunidade para corrigir o edital". Segundo Casagrande, o fato é negativo, mas representa a chance de melhorias no projeto. A concessão da rodovia foi motivo de polêmica e discussão entre a bancada federal capixaba e o governo federal nos últimos dias. A cobrança do pedágio, para o governador, é um dos pontos que devem ser revistos no edital. Juntamente com a bancada federal capixaba, Casagrande afirmou que deve procurar o ministro dos Transportes para rediscutir o edital.

O governo deu início nesta sexta-feira (13) ao primeiro de uma série de leilões de concessão na área de infraestrutura, principal aposta da presidente Dilma Rousseff para aliviar o gargalo logístico e para acelerar o crescimento do país, e foi surpreendido pelo desinteresse dos investidores em uma das rodovias oferecidas. A BR-262 no Espírito Santo vai receber duplicação.

De acordo com o ministro dos Transportes, César Borges, 8 consórcios entregaram suas propostas para participar do leilão do trecho da rodovia BR-050, entre Goiás e Minas Gerais. O outro trecho oferecido, BR-262, entre Espírito Santo e Minas Gerais, não teve interessados. O leilão está marcado para a próxima quarta-feira (18).

Renato Casagrande disse que derrubata foi 'desequilibrada'. (Foto: Oliveira Alves/ TV Gazeta)Casagrande acredita que edital pode ser
corrigido. (Foto: Oliveira Alves/ TV Gazeta)

Renato Casagrande acredita que uma correção do edital é necessária. "Naturalmente, eu preferia que tudo desse certo, mas também vejo o ocorrido como uma oportunidade. Já havia alertado para possíveis dificuldades no leilão. O fato não é positivo, mas temos a chance de corrigir o edital. Podemos corrigir erros como a cobrança do pedágio, que está muito acima do que poderia ser cobrado", afirmou o governador ao G1. No edital, a cobrança foi estimada em R$ 9,70.

Sobre a ausência de propostas, Casagrande disse não saber exatamente o que pode ter motivado o desinteresse dos empresários, mas disse que, provavelmente, "o edital não estava atrativo para a iniciativa privada". O governador também afirmou que um atraso no leilão não traz tantos prejuízos ao estado, já que o Dnit é o responsável pela execução das obras no trecho capixaba.

Como novos passos, Casagrande informou que, juntamente com a bancada federal capixaba, vai procurar o ministro dos Transportes, César Borges, para rediscutir o edital.

Modificações no edital
Durante a semana, a bancada federal capixaba se reuniu com membros do ministério dos Transportes e do governo federal e negociou alterações no projeto que prevê a duplicação da BR-262. A cobrança do pedágio, por exemplo, só será cobrada após 10% de conclusão de obras de duplicação no trecho capixaba.

Aposta de Dilma
Lançado pelo governo federal em agosto do ano passado, o pacote de concessões de rodovias integra um programa de leilões de infraestrutura estimado em cerca de R$ 500 bilhões em investimentos, principal aposta da presidente Dilma Rousseff para acelerar o crescimento do país.

Somente o Programa de Investimentos em Logística prevê a aplicação de R$ 133 bilhões na reforma e construção de rodovias federais e ferrovias.

Nesta sexta-feira, o governo deu início ao primeiro da série de leilões de concessão e foi surpreendido pelo desinteresse dos investidores em uma das rodovias oferecidas.