Você já ouviu falar em cervejas de Natal? Sim, elas existem, e são uma boa pedida para curtir a data. Geralmente encorpadas e alcoólicas, elas têm origem na Europa e apresentam características que remetem a especiarias e frutos comuns nessa época do ano.
A tradição dessas cervejas tem origem no norte da Europa, especialmente de países nórdicos, e são anteriores ao próprio cristianismo. No passado os vikings, para as celebrações de fim de ano, consumiam uma cerveja maltada, encorpada e forte, ideal para aquecer no rigoroso inverno da região da Escandinávia. Já na era cristã os monges passaram a produzir cervejas especiais para o Natal, com as mesmas características. Há várias formas de chamar essas bebidas, como Christmas Beer, Christmas Ale e Winter Warmer. Elas não são um estilo, mas sim uma categoria.
Com base em distintos estilos, o que une as cervejas natalinas são algumas das características sensoriais, presentes em quase todos os exemplares. Uma delas é o calor alcoólico, geralmente alto. São cervejas encorpadas, com grande carga de malte, adocicadas e potentes. São raros os exemplos que fogem disso.
Nos aromas e sabores também existem semelhanças. Em geral são bebidas condimentadas, com notas de especiarias e frutos usados na culinária de fim do ano. Canela, cravo, gengibre, anis, coentro, frutas secas como uva e banana passa, nozes, frutas vermelhas como as cerejas, toffe e caramelo são algumas das notas que costumam ser encontradas. E isso pode vir tanto do uso desses ingredientes na produção da cerveja quanto serem produto da fermentação, tipos de maltes ou lúpulos usados.
Estilo base diverso
As cervejas de Natal podem ser feitas a partir de diversos estilos diferentes. Os mais comuns são das escolas cervejeiras europeias, sobretudo a belga, com destaque para as Quadrupel e Strong Ale. Da escola britânica, as Old Ale são bastante presentes, e da alemã, as Doppelbock. Atualmente, no entanto, as cervejarias fazem versões natalinas de uma série de outros estilo, como IPA, Amber Ale, Porter, Stout, Brown Ale, Helles, Witbier e Barleywine.
Com o que harmoniza
Por serem cervejas potentes, elas precisam ser harmonizadas com comidas igualmente intensas. Isso não é tão difícil no Natal, época em que as mesas costumam ser fartas. Muitas das notas encontradas nessas cervejas também estão presentes em pratos natalinos. Tender, que leva cravo e molho de laranja, o peru com pêssego e o lombinho com abacaxi são alguns dos salgados que combinam com essas cervejas. Nos doces a harmonização é ainda mais simples, com as bolachinhas de gengibre e canela, o panetone, que tem frutas secas, ou os chocotones.
Exemplos de cervejas natalinas:
Leffe Bière de Noël - Avermelhada e com notas frutadas e condimentadas, a cerveja natalina da belga Leffe é produzida para as festas de fim de ano. Tem 6,6% de álcool.
St. Bernardus Christmas Ale – Essa cerveja belga da St. Bernardus é considerada uma das melhores natalinas. É uma Quadrupel com 10% de álcool.
Delirium Noël – É a versão natalina da famosa belga Delirium Tremens, uma Belgian Strong Ale com 10% de álcool.
Anchor Our Special Ale – Uma das poucas cervejas de Natal com baixo teor alcoólico, essa norte-americana de 5,5% de álcool muda anualmente a receita, mas se caracteriza por ter bastante presença de lúpulo.
Suméria Christmas Olívia IPAlito – No Brasil é raro cervejarias fazerem cervejas natalinas. Essa sazonal da Suméria é uma delas, versão Triple Dry Hop, com 5,4% de álcool, refrescante e frutada, para combinar com o verão do nosso Natal.
Bamberg Weihnachts – Outra brasileira de Natal, ela também aposta em um teor alcoólico mais moderado, 6%, para combinar com o clima do país no fim do ano. Ela leva maltes de centeio e cevada, além de trigo, e lúpulos alemães.