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12/01/2016 09h50 - Atualizado em 16/09/2016 15h43

Mulheres doces, cervejas amargas

Foi-se o tempo em que as mulheres preferiam cervejas fracas ou adocicadas. Com um paladar aprimorado, cada vez mais elas estão bebendo cervejas de sabor intenso

porSomos Todos Cervejeiros

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Luciane está apaixonada pelas ácidas, quase azedas. Paola é fã das bem amargas. Roberta prefere as escuras, mais encorpadas. E Ludmilla tem uma forte queda pelas licorosas, de alto teor alcoólico e maturadas em barril de carvalho.

Luciane, Paola, Roberta e Ludmilla nunca beberam juntas, moram cada uma em um estado diferente do país, mas são representantes de uma revolução nos costumes do universo feminino, contrariando a antiga máxima – machista, é importante frisar - de que mulher gosta de “cerveja fraquinha”.

cervejeiros_Mulheres doces - Ludmilla Fonttainha (Foto: Divulgação)Ludmilla Fonttainha, da Confece

“Quando alguém diz que vai me trazer uma cerveja leve eu agradeço e peço uma com 1000 IBU”, afirma Ludmilla Fonttainha, referindo à escala que mede o amargor da bebida.  Aos 33 anos, a jornalista é uma das integrantes da Confraria Feminina de Cerveja (Confece), grupo fundado em 8 de março de 2007 em Belo Horizonte. Não por acaso, era o Dia Internacional da Mulher. Uma vez por mês, as dez confreiras – todas beer sommeliers - se reúnem para degustar novos rótulos, experimentar harmonizações e conversar sobre... cerveja. “Nos primeiros encontros ninguém sabia se a outra era casada, se tinha filhos, essas coisas. A gente só falava de cerveja”, lembra Ludmilla.

A Confece não aceita homens, restrição só afastada no encontro anual que o grupo promove em Belo Horizonte. O evento já entrou para o calendário cervejeiro de Minas Gerais e na última edição reuniu 650 pessoas.

Integrante da diretoria da Associação dos Cervejeiros Caseiros do Pará (Acerva-PA), Roberta Bianca dos Santos é formada em Química Industrial. Quando ela ainda estava na faculdade, o professor anunciou à classe que os alunos teriam de preparar um seminário para a disciplina de Tecnologia da Fermentação. Roberta não teve dúvida: “Pedi para fazer o seminário sobre cerveja. Eu já adorava cervejas artesanais e tive ali a primeira oportunidade de juntar profissão e paixão. Tirei nota dez”, conta.

cervejeiros_Mulheres doces - Roberta Bianca dos Santos (Foto: Divulgação)Roberta Bianca já provou mais de 500 rótulos

Aos 26 anos, Roberta provou mais de 500 rótulos diferentes. Na maioria das vezes, ela bebe na companhia dos colegas da Confraria Paraense Beer. O grupo foi criado por homens, mas hoje é majoritariamente formado por mulheres. Com preferência pelas cervejas com forte sabor e aroma maltados, como as Porter e Russian Imperial Stout, Roberta diz que ainda sofre preconceito até mesmo entre os mestre-cervejeiros. “Minha formação me ajuda a entender o processo de produção da cerveja, mas muitas vezes o meu conhecimento é desprezado apenas por eu ser mulher”, atesta.

É contra esse tipo de atitude que se rebela a administradora de empresas Luciane Tavares. Única mulher a presidir uma associação de cervejeiros, Luciane está no segundo mandato à frente da Acerva Carioca, uma das mais organizada do país, com 405 sócios e seis filiadas regionais. “Tem cada vez mais mulheres em posições importantes do mercado cervejeiro. E elas estão fazendo muita coisa importante para a cultura da bebida no Brasil”, afirma.

cervejeiros_Mulheres doces - Luciane Tavares (Foto: Divulgação)Luciane Tavares, presidente da Acerva Carioca

Fã das lupuladas, Luciane não tem um estilo predileto, mas diz que está encantada com as lambics, cervejas produzidas com leveduras selvagens e com um gosto bastante ácido, muitas vezes difícil de ser apreciado por conta da intensidade do sabor, facilmente confundido com azedume. “Eu há quatro anos não conseguia tomar lambic. Hoje estou apaixonada. É tudo uma questão de aprimorar o paladar”.

A gaúcha Paola Salimen faz coro às palavras de Luciane. Aos 32 anos, a professora de inglês debutou no universo das artesanais tomando uma cerveja de trigo, as Weiss, um estilo geralmente associado às mulheres. Agora,12 anos depois, dá sempre preferência às IPAs, cervejas de amargor intenso.

“Cada vez descobria um estilo diferente, um sabor mais acentuado. O que me chamou a atenção na IPA nem foi tanto o amargor, mas sim a refrescância, o sabor cítrico. É uma cerveja mais fresca”, afirma.

cervejeiros_Mulheres doces - Paola Salimen (Foto: Divulgação)Paola Salimen, que dá preferência às IPAs

Paola sempre busca informações sobre cada cerveja nova que experimenta. E para sepultar de vez a imagem de que mulher gosta de cerveja fraquinha, tem uma sentença lapidar: “Cerveja não é uma questão de gênero – e uma questão de sabor, de gosto. Tenho amigos que tomam qualquer cerveja, desde que esteja bem gelada. Já comigo não é assim. Não quero catequisar ninguém, mas também não quero que me subestimem. Eu não faço cerveja, mas bebo bastante. Gosto de experimentar”.

 

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