Por Vale


Unidades Básicas de Saúde em 15 municípios impactados receberam equipamentos e capacitação profissional — Foto: Divulgação

As ações de reparação e compensação dos danos provocados pelo rompimento da barragem B1, em Brumadinho (MG), tiveram avanços importantes no primeiro semestre de 2021. Desde 2019, cerca de R$ 12 bilhões foram investidos em projetos socioeconômicos e ambientais, buscando o desenvolvimento da região atingida. Em paralelo, barragens alteadas a montante, como a B1, estão deixando de existir para garantir mais segurança à população.

Segundo o diretor especial de Reparação e Desenvolvimento da Vale, Marcelo Klein, que conduz essas ações desde abril de 2019, uma das prioridades da empresa é garantir que todos os atingidos pelo rompimento ou pelas realocações por barragens em nível de emergência sejam indenizados de forma rápida e justa. Mais de 10,5 mil pessoas já firmaram acordos de indenizações individuais e até o fim de 2021, o número deve chegar a 11 mil. Somados, os valores já ultrapassaram R$ 2 bilhões.

“Temos um cuidado especial no suporte às famílias indenizadas, tentando contribuir com orientação qualificada para gestão financeira e retomada produtiva”, afirma Klein. Até hoje, 3,3 mil pessoas indenizadas foram atendidas pelo Programa de Assistência Integral ao Atingido (PAIA).

Para além do aspecto financeiro, a saúde é foco de atenção aos atingidos. Cada família tem apoio de um profissional de referência e recebe atendimento de psicólogos e assistentes sociais. Para contribuir para o fortalecimento da atenção básica, nesse semestre, o programa Ciclo Saúde expandiu sua atuação de 11 para 15 municípios. A iniciativa atendeu 143 Unidades Básicas de Saúde (UBS), capacitou 1.255 profissionais e doou 4.600 equipamentos.

“Trabalhamos diariamente para cuidar daqueles que tiveram suas vidas afetadas. Escutamos as pessoas e procuramos endereçar todas as demandas que recebemos. Evoluímos na execução de projetos estruturantes que tragam mudanças positivas e duradouras. Entregamos equipamentos públicos novos ou revitalizados, como creches, unidade de saúde e iluminação pública nas comunidades diretamente atingidas”, explica Klein.

Diversificação e fortalecimento da economia

A capacitação de moradores, incentivo e mentoria para negócios novos e já existentes, e fomento para diversificar a economia da região também fazem parte dos projetos estruturantes. Em março, o Projeto de Fortalecimento da Competitividade do Turismo concluiu seu ciclo de consultorias, beneficiando 50 empreendimentos do Vale do Paraopeba. Os negócios já notam melhoras em seu faturamento, mesmo diante dos desafios impostos pela pandemia. Em Brumadinho, 30 organizações sociais selecionadas no edital de 2020 receberam investimentos e treinamentos do Programa Valorizar.

Na comunidade do Córrego do Feijão, as obras do Território-Parque já estão em andamento. O projeto inclui a reforma da Praça Central e a construção do Mercado Comunitário e do Centro de Cultura e Artesanato, que serão geridos pelos próprios moradores, com as capacitações adequadas. Negócios locais, impulsionados pelo Projeto de Empreendedorismo Social Comunitário da Vale, serão instalados.

“Nosso objetivo é melhorar a infraestrutura, reativar a economia, valorizar a natureza e o turismo e cuidar da memória das vítimas”, destaca Klein.

Recuperação ambiental

Resgate do DNA de plantas nativas acelera o reflorestamento em Brumadinho — Foto: Divulgação

Já foram reflorestados 11,5 hectares, incluindo parte da área diretamente impactada e áreas de regularização ambiental. A previsão é que 35 hectares estejam em processo de reflorestamento até o final deste ano, com o plantio de aproximadamente 50 mil mudas de espécies da região. Uma parceria com a Universidade Federal de Viçosa (UFV) viabilizou o desenvolvimento de uma técnica inédita para acelerar a recuperação da área afetada por meio do resgate de DNA das plantas locais.

O monitoramento da qualidade da água do rio Paraopeba, realizado desde 2019, pela Vale e Igam (Instituto de Gestão de Águas), agora pode ser acompanhado pela sociedade em uma página específica na internet.

Segurança das barragens

“A garantia da não repetição é um princípio que nos inspira a trabalhar incansavelmente para que nada semelhante volte a acontecer”, diz o diretor especial de Reparação e Desenvolvimento da Vale. Para isso, as barragens alteadas a montante estão sendo eliminadas. Em julho, Fernandinho, em Nova Lima, Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi a sexta estrutura a deixar de funcionar como barragem e ser reintegrada à natureza.

A remoção de rejeitos, etapa inicial para descaracterização de barragens, já teve início com equipamentos não tripulados na barragem B3/B4, no distrito de São Sebastião de Águas Claras, na Grande BH, e foi iniciada a coleta de amostras na Barragem Sul Superior, em Barão de Cocais, região Central de Minas Gerais.

Compensações para Minas Gerais

As ações previstas no acordo selado em fevereiro entre Vale, Governo de Minas Gerais e Instituições de Justiça (Defensoria Pública, Ministério Público Federal e Ministério Público de Minas Gerias) já começaram. O compromisso de R$ 37,7 bilhões inclui projetos de reparação integral socioeconômico e ambiental e compensação de danos difusos e coletivos.

Também está previsto o Programa de Transferência de Renda, solução definitiva do pagamento emergencial, que ficará a cargo das Instituições de Justiça; e projetos compensatórios para o estado, como repasses para as 853 prefeituras mineiras, projetos de mobilidade urbana, segurança hídrica e fortalecimento do serviço público. De acordo com estudo divulgado no último mês pela Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), os recursos devem gerar 48,9 mil empregos e um incremento de 1,9% no PIB do estado.

“O acordo foi importante para trazer legitimidade, clareza dos papéis das várias partes envolvidas e previsibilidade para as ações de reparação. Independentemente do acordo, as ações de reparação avançam e temos a certeza de que cumpriremos nosso compromisso assumido desde o primeiro momento, que é a reparação integral”, finaliza Klein.

Ações em números — Foto: Divulgação

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