Smartwatches: teste com Samsung, Amazfit e Apple — Foto: g1
O smartwatch é um acessório para o celular que mostra horas, mensagens do WhatsApp e junta todas as informações sobre exercícios e atividade física todos os dias. Dá até para atender ligações telefônicas por ele.
O Guia de Compras testou três modelos lançados em 2022 dessa categoria, que oferece uma experiência que vai além de uma smartband, a pulseira inteligente – que oferece recursos similares, mas mais básicos. Veja o teste feito em 2021 com outros cinco modelos.
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Os relógios acompanham atividades físicas, batimentos cardíacos e – nem todos – oxigenação do sangue.
Os modelos avaliados foram:
Os relógios inteligentes custavam entre R$ 1.400 e R$ 2.800 nas lojas on-line consultadas na segunda metade de novembro.
Os testes incluíram uso diário dos relógios por 10 dias, incluindo caminhadas e corridas de duas a três vezes por semana.
Vale notar que autoridades de Saúde e os próprios fabricantes alertam que os dados de monitoramento desses aparelhos não substituem acompanhamento médico.
Veja abaixo como cada um deles se saiu e, ao final da reportagem, a conclusão.
Amazfit GTR4
- 12 dias de bateria
- 154 modos esportivos
- Assistente virtual Alexa
O Amazfit GTR4 é o smartwatch com melhor relação custo/benefício do teste para quem usa smartphones com sistema Android. Nas lojas on-line, era vendido por R$ 1.400 na segunda quinzena de novembro.
Em comparação ao Samsung Galaxy Watch5, pode ser considerado um modelo intermediário – vem com medidor de batimentos cardíacos e oxigenação no sangue, mas não faz eletrocardiograma ou mede pressão.
Amazfit GTR4 — Foto: Henrique Martin/g1
O GPS, porém, é um dos mais avançados entre os relógios inteligentes disponíveis nas lojas on-line.
Design e sistema
O design do Amazfit GTR4 lembra um relógio convencional, com tela redonda – e grande – de 1,43" (um pouco maior que a do Samsung do teste).
Foi o único modelo da avaliação a vir com uma pulseira de couro – os demais vieram com pulseiras de borracha sintética.
Os comandos são feitos pela tela sensível ao toque, uma coroa giratória e um botão.
O relógio usa um sistema operacional proprietário que se conecta ao celular pelo app Zepp.
O aplicativo permite controlar notificações e respostas – e tem até integração com a assistente virtual Alexa, da Amazon.
Mas, como ocorre com o modelo GTS3 (veja o teste), também tem um "assistente" offline para checar informações no relógio.
O modelo tem resistência a água (até 50 metros) e vem com um menu de apps pré-instalados. A lista inclui controle da câmera do celular, alarmes, bússola e até lanterna, mas não é possível instalar novos apps de terceiros – mas dá para ver notificações de e-mail, mensagens, WhatsApp. O relógio até dá bom dia ao acordar.
Exercícios e saúde
A Amazfit diz que o smartwatch consegue acompanhar 154 modos esportivos e também consegue reconhecer exercícios de força – marcando repetições na musculação, por exemplo.
A detecção de exercícios automática é rápida e funciona com oito tipos de atividades (caminhada interna e externa, esteira, corrida ao ar livre, elíptico, ciclismo, máquina de remo e natação em piscina).
Um recurso interessante – e único entre os modelos do teste – é a capacidade de sincronizar pelo Zepp (no celular) os dados dos treinos com aplicativos de desempenho, como o Strava e Adidas Running.
O GPS do Amazfit GTR4 também é diferente na comparação com os demais relógios da avaliação. Ele conta com uma antena circular dupla – que, diz a fabricante, ajuda a ter uma localização mais veloz.
Como ocorre também nas smartbands da marca, o Amazfit GTR4 usa o conceito PAI para acompanhar a movimentação diária – diferente dos círculos de atividade do Apple Watch, por exemplo.
PAI é a sigla para Inteligência de Atividade Pessoal (Personal Activity Intelligence, em inglês), que dá uma nota de acordo com os batimentos cardíacos e outras atividades. O ideal, diz a Amazfit, é manter o índice de 100 PAI nas medições que consideram os últimos sete dias de uso.
O smartwatch consegue medir batimentos cardíacos e oxigenação do sangue o tempo todo. Os resultados de exercício – e desse acompanhamento – são controlados pelo aplicativo Zepp.
O modelo também monitora o nível de volume de consumo de oxigênio durante o exercício (chamado VO2Max4), que indica o desempenho cardiorrespiratório. Por conta dessa medição, informa tempo de recuperação, a carga e os efeitos do treinamento, o que ajuda na medição do progresso dos exercícios.
A medição de sono consegue, como o Apple Watch SE, identificar os estágios de sono e a qualidade respiratória durante a noite (ou até mesmo um cochilo).
Bateria
A bateria do Amazfit GTR4 é a melhor entre os três modelos do teste, com duração de 12 dias sem precisar chegar perto do carregador durante a avaliação.
Ficou próximo à estimativa da fabricante, de 14 dias de uso sem precisar recarregar.
Apple Watch SE
- 1 dia e meio de bateria
- Sem medição de oxigênio no sangue
- Detecta quedas e acidentes
O Apple Watch SE é o smartwatch para donos de iPhone que não querem gastar muito com o relógio. Mesmo assim, é o mais caro do teste: era vendido por R$ 2.800 nas lojas on-line no meio de novembro.
Dá para dizer que é a versão econômica dos smartwatches da marca – ele é quase igual por dentro ao Watch série 8, modelo mais atual da Apple. Sua tela, porém, tem uma borda maior e ele traz menos recursos.
Design e sistema
O Apple Watch SE segue o mesmo padrão dos outros relógios inteligentes da marca (leia o teste do Apple Watch série 7).
A caixa – com opções de 40 ou 44 mm – tem acabamento em alumínio, com a coroa digital e o botão de atalho na lateral. A versão testada tinha 44 mm com pulseira esportiva – que segue fácil de trocar.
Em comparação aos outros modelos da Apple, o Watch SE é o relógio com as menores telas – o Watch série 8 tem telas de 41/45 mm e o Watch Ultra, o mais caro e avançado da linha, 49 mm.
Comparação de telas entre os modelos atuais de Apple Watch: Series 8, SE e Ultra — Foto: Reprodução
O sistema operacional é o WatchOS 9, e a configuração é rápida com ajuda do iPhone – o teste foi feito com o modelo 14 Pro. Tem novos mostradores, mas as principais mudanças são na parte de saúde e exercícios.
Exercícios e saúde
O Watch SE segue com a "motivação Apple" de fazer seu usuário se mexer durante o dia todo, graças aos círculos de atividade (movimento, exercício e ficar em pé). Todos os dados ficam concentrados nos app Saúde e Exercício do iPhone.
A cada meta atingida em calorias, passos e horas em pé, o relógio mostra uma animação dando parabéns.
As novidades principais do WatchOS9 estão em métricas fornecidas no app Exercício – com melhorias no monitoramento de atividades, alertas de ritmo, força, frequência cardíaca e cadência e até a criação de exercícios personalizados.
A Apple não divulga quantos tipos de atividades físicas o relógio consegue acompanhar.
Apple Watch SE — Foto: Henrique Martin/g1
A parte de monitoramento de corridas também ganhou novidades – o Watch SE consegue medir o comprimento do passo, tempo de contato com o solo e até a oscilação vertical do corredor. Tudo para fornecer novos números para avaliar o desempenho geral.
Mas o Watch SE vem com menos sensores que o Watch 8: ele tem o sensor de batimentos cardíacos, mas não realiza o eletrocardiograma que pode indicar arritmia (com isenção de responsabilidade).
E, ainda em tempos de Covid-19 circulando, o Watch SE não conta com o sensor que mede a oxigenação do sangue.
É algo que as smartbands mais simples conseguem fazer e é uma ausência que não se justifica pelo preço do aparelho.
O monitoramento de sono segue completo – com avisos na hora de dormir e acordar. Diz a Apple que agora o relógio mede estágios de sono, que traz mais detalhes da noite.
Um item adicional que a Apple inseriu nos Watch novos é a detecção de acidentes: caso o relógio – usando os sensores internos – entenda que uma batida de carro aconteceu, por exemplo, a polícia ou resgate é acionado de forma automática.
O recurso está presente no Apple Watch série 8, SE, Ultra e na linha iPhone 14 e 14 Pro.
Bateria
A bateria do Apple Watch SE durou em média um dia e meio – o mesmo que o Watch série 7 e a menor entre os três modelos. A Apple cita que a bateria deve durar em torno de 18 horas – o mesmo resultado obtido no teste.
Vale lembrar que, com monitoramento de sono, a fabricante recomenda recarregar o relógio antes de deitar.
A recarga é feita em uma base sem fios conectada a um cabo USB e leva pouco mais de uma hora.
Samsung Galaxy Watch5
- 3 dias de bateria
- Mede composição corporal
- Grava roncos
O Samsung Galaxy Watch5 segue a melhor opção de smartwatch para quem tem celular Android. Tem um monte de aplicativos, sensores que vão além dos concorrentes e um design mais tradicional.
Para completar, o relógio traz melhorias na duração da bateria em comparação à geração anterior (leia o teste do Galaxy Watch4).
Na metade de novembro, o Galaxy Watch 5 custava R$ 2.100 nas lojas da internet. A versão usada no teste foi a com tela de 44mm e conectividade Bluetooth.
Design/sistema
O Samsung Galaxy Watch5 roda o WearOS, do Google. Sua conexão ao celular é feita pelo aplicativo Galaxy Wearable, disponível para Android apenas.
Samsung Galaxy Watch5 — Foto: Henrique Martin/g1
A tela de 1,4" agora tem uma borda sensível ao toque, que substitui a coroa giratória do modelo anterior. Desse modo, é possível alternar entre os aplicativos.
Entre os apps estão as atividades físicas, notificações, medição de stress, batimentos cardíacos, eletrocardiograma, calendário e o que mais for necessário.
Um menu principal mostra os aplicativos pré-instalados, a maioria da própria Samsung. Dá até para ler e interagir com e-mails do Outlook, por exemplo. Novos apps podem ser baixados direto da Google Play Store no smartphone ou no relógio.
Dois botões laterais e a própria tela sensível ao toque ajudam a comandar o smartwatch, que tem proteção contra água, podendo ser usado em até 50 metros de profundidade, segundo a Samsung.
Exercícios e saúde
Como seu antecessor Galaxy Watch4 Classic, o Galaxy Watch5 segue sendo compatível com mais de 90 exercícios – incluindo a detecção automática após você começar a caminhar ou correr, por exemplo.
Mas se o Apple Watch SE tem um círculo de atividades, o relógio da Samsung tem um coração de atividades – que segue com as mesmas métricas (passos, tempo em pé, tempo em movimento).
O app para celular é o Samsung Health, usado para sincronizar os dados de saúde. Mas os dados – por conta do WearOS – também aparecem no Google Fit.
Vale notar que o Google Fit, por centralizar informações do smartphone e de outros relógios compatíveis, acaba gerando um histórico de dados de exercícios.
Exemplo: para testar o Amazfit GTR4 e o Galaxy Watch5, foram dados 124.838 passos durante o mês de outubro.
Os sensores do Watch5 seguem além da concorrência também: têm medidor de batimentos cardíacos (com eletrocardiograma), oxigenação do sangue, composição corporal –porcentagem de gordura, massa muscular e água no corpo – e até mesmo pressão arterial (que requer calibração externa).
E a medição do sono faz algo, em conjunto com o smartphone, muito interessante: medir o ronco (e gravar) para acompanhamento posterior.
Bateria
A bateria do Samsung Galaxy Watch5 melhorou bastante em relação ao modelo anterior, chegando a três dias longe do carregador – mais ainda longe dos 12 dias do Amazfit GTR4.
Porém esse modelo agora conta com recurso de carga rápida – a Samsung promete 45% de carga em apenas meia hora.
Conclusão
O MELHOR PARA CADA SISTEMA: O smartwatch funciona como um auxiliar do smartphone. Na dúvida, a escolha mais simples é a mais correta.
Para quem tem iPhone, o Apple Watch SE é a melhor opção, apesar de algumas limitações em comparação a outros modelos de relógio da marca.
Para Android – ou donos de celulares Samsung – o Galaxy Watch5 é a escolha a ser feita.
Mas o Amazfit GTR4 ganha no quesito relação/custo benefício – tem menos recursos que o concorrente da Samsung, mas é bastante completo nos tipos de exercícios e na duração da bateria, a melhor dos três modelos do teste.
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