Guia de Compras: Tablets para Crianças — Foto: g1
Escolher um tablet destinado ao uso infantil pode ser uma tarefa complicada. De um lado, modelos baratos feitos só para as crianças, mas que não oferecem muito além de um pouco de diversão com jogos e brincadeiras. De outro, tablets mais avançados e com configurações melhores, mais caros e que podem servir também para estudar.
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O g1 testou cinco modelos de tablets pensando no uso por crianças e adolescentes, com aplicativos de controle pelos pais – para regular tempo de uso e o que está sendo instalado no dispositivo.
Os modelos avaliados foram:
O modelo da Positivo é indicado apenas para crianças, com capa e acessórios que lembram um brinquedo.
A seguir, você encontra o resultado dos testes, a conclusão e as dicas para o uso seguro do tablet por crianças e adolescentes.
Apple iPad — Foto: g1
O Apple iPad (9ª geração) é o melhor tablet para jogar, entre os cinco modelos avaliados, e também tem uma das melhores durações de bateria.
E não é o dispositivo mais caro da lista: na segunda quinzena de março, era vendido nas lojas on-line por R$ 2.700.
Por ser um dispositivo que pesa 487 gramas e tem uma tela fina, é recomendável usar o iPad com uma capinha.
O iPad tem uma tela de 10,2 polegadas nítida e clara, com ajuste automático de luminosidade – chamado pela Apple de True Tone, com adaptação para reduzir a emissão de luz azul durante o dia. A resolução da tela é de 2.160 x 1.620 pontos.
Usar o tablet por 4 horas com vídeos e games consumiu somente 30% da carga da bateria, deixando o iPad empatado com o Samsung Galaxy Tab S7 FE nesse quesito.
Nas configurações, o iPad de 9ª geração usa um processador A13 Bionic e tem duas versões de armazenamento (64 GB ou 256 GB). Tem ainda uma câmera frontal de 12 megapixels e uma traseira de 8 megapixels.
O iPad oferece entrada para fones de ouvido convencionais, mas não permite expansão de armazenamento com cartões de memória adicionais.
Nos testes para games, o iPad foi o mais veloz dos cinco tablets, à frente do segundo lugar, o Lenovo Tab P11 Plus.
É um processo um pouco complicado de realizar, e seus ajustes iniciais requerem um cartão de crédito válido (sem nenhuma cobrança), que leva à criação da conta Apple ID nova da criança. Tivemos sucesso depois de três tentativas.
Não existe mudança de visual para a criança: ícones e apps seguem iguais, mesmo com a conta infantil.
Pela configuração de Tempo de Uso, o pai ou a mãe conseguem ver quanto tempo a criança usa o tablet por dia. Ali também dá para criar regras para limites de tempo de uso de aplicativos – até mesmo bloquear a instalação de novos apps –, de comunicação e impedir acesso a conteúdo indevido, como sites pornográficos.
Tempo de Uso: controle do que é visto e por quanto tempo no iPad — Foto: g1
Ao terminar o tempo de uso, o iPad informa que o período está esgotado.
Entre os opcionais para o iPad, a Apple Pencil (1a geração) serve para tomar notas e desenhar na tela. A caneta é vendida separadamente e custa em torno de R$ 800.
🛒 Onde comprar o produto:
Lenovo Tab P11 Plus — Foto: g1
O Lenovo Tab P11 Plus é um tablet Android com tela de 11 polegadas. Em março, o modelo era vendido por R$ 2.000, em média, nas principais lojas on-line.
Nas configurações, o tablet da Lenovo usa um processador MediaTek G90 e tem 4GB de RAM, com 64 GB de armazenamento interno, que pode ser expandido usando cartões do tipo microSD de até 1 TB.
A tela tem resolução de 2.000 x 1.200 pontos, bastante nítida e com excelente definição. O aparelho tem câmeras de 8 megapixels (frontal) e 13 megapixels (traseira).
O controle parental em todos os tablets Android é feito por um aplicativo chamado Family Link, criado pelo próprio Google.
Por ele, pais ou responsáveis têm todo o controle do que a criança ou adolescente está vendo – tempo de uso, aplicativos mais utilizados, localização do dispositivo e até mesmo bloquear de forma remota o tablet da criança.
A configuração é mais simples que a do iPad, com a necessidade de criar uma conta do Google para a criança.
O conteúdo acessado fica restrito a um ambiente chamado Kids Space, com aplicativos, games, vídeos e livros indicados para a idade e com um visual mais lúdico. Porém o Kids Space precisa ser ativado no tablet pelos pais.
Kids Space: local restrito para conteúdo infantil, com controle dos pais — Foto: Reprodução
A criança ou adolescente pode usar o tablet de forma normal ou restrito ao Kids Space, que reúne conteúdos infantis - apps, games, vídeos e livros – indicados para a idade. Ao terminar o tempo de tela determinado ou chegar a hora de dormir, o tablet mostra uma notificação em tela cheia e impede o uso.
Como acessórios para ajudar a estudar, a Lenovo oferece a caneta Precision Pen, que custa em torno de R$ 400 nas lojas on-line, e uma capa com teclado (R$ 900). O tablet pesa 490 gramas e vem com uma capa protetora na caixa.
🛒 Onde comprar o produto:
Nokia T20 — Foto: g1
O Nokia T20 também é um tablet Android, com tela de 10,4 polegadas – um pouco maior que a do iPad – e com resolução alta (2000 x 1200), o que a torna muito nítida e com excelente definição.
O produto custava R$ 1.800 nas lojas on-line em março.
O modelo tem a vantagem de vir com uma entrada para chip de operadora (com serviço contratado à parte), podendo ser usado com 4G em qualquer lugar. Essa é uma vantagem para pais que querem deixar os filhos vendo vídeos online no carro, por exemplo.
O Nokia T20 tem entrada para fones de ouvido convencionais, 4 GB de RAM e 64 GB de armazenamento interno, com expansão por cartões de memória adicionais. O tablet pesa 465 gramas.
O aparelho ficou em penúltimo lugar nos testes de desempenho para games – por conta de um processador Unisoc menos potente – e duração de bateria - com 50% da carga gastos em quatro horas de uso conectado ao wi-fi.
🛒 Onde comprar o produto:
Positivo Twist Tab — Foto: g1
O Positivo Twist Tab Spidey é o único modelo entre os cinco avaliados feito especialmente para crianças. O tablet Android, com tela de 7 polegadas, tem um bom tamanho para crianças – é o mais leve, com 241 gramas e vem com diversos itens na caixa.
Os acessórios são o único diferencial deste tablet, que vem com uma capa protetora do Homem-Aranha, alça para transporte e até uma teia elástica para brincar.
Em março, o tablet custa R$ 800 nas lojas on-line, mas sua versão sem os acessórios pode ser encontrada pela metade desse valor.
As configurações do Positivo Twist Tab Spidey são as mais básicas, com a tela com baixa resolução (1024x600), 1 GB de memória RAM, 32 GB de armazenamento interno e apenas uma câmera de 2 megapixels, localizada na frente do aparelho.
A tela tem uma visualização bastante ruim, com definição baixa e difícil até de ler. Dependendo do ângulo de visão da tela, as cores ficam alteradas.
Positivo Twist Tab Spidey: acessórios que transformam o tablet em brinquedo — Foto: Henrique Martin/g1
O modelo roda Android 11 Go Edition, feito para dispositivos com configurações mais simples. E permite controle pelo Kids Space e Family Link do Google, como os demais tablets Android do teste.
O tablet da Positivo não rodou os testes de games, por conta da pouca memória. E após 4 horas de vídeo, restavam somente 20% de carga na bateria. Foi o único tablet do teste a travar durante o uso.
🛒 Onde comprar o produto:
Samsung Galaxy Tab S7 FE — Foto: g1
O Samsung Galaxy Tab S7 FE é o tablet mais caro do teste, à venda por R$ 3.700 nas lojas on-line na segunda quinzena de março.
Como os demais concorrentes com Android, permite o uso do Family Link e do Kids Space para gerenciamento de tela e consumo de conteúdo pelos pais e responsáveis.
E é o modelo mais avançado, com 4G integrado, caneta stylus na caixa do produto e a maior tela, de 12,4 polegadas (2560 x 1600). Tem 6 GB de RAM e 128 GB de armazenamento interno, expansível com cartões de memória. E não tem entrada para conector de fone de ouvido.
São duas câmeras – 8 megapixels atrás, 5 megapixels na frente – com recurso de deixar o interlocutor (ou aluno) no centro da tela nas videochamadas. O modelo pesa 608 gramas.
Com a tela grande, câmera frontal boa e a caneta S-Pen incluída para anotações e desenhos, é o modelo entre os tablets mais indicado para estudo.
Nos testes, o tamanho ajudou na bateria – com mais capacidade de carga, o Galaxy Tab S7 FE empatou com o iPad no tempo de uso de tela. Foram somente 30% da carga gastos no período de testes. Nos jogos, ficou em terceiro lugar, um pouco atrás do Lenovo Tab P11 Plus.
🛒 Onde comprar o produto:
Conclusão
MELHOR CUSTO-BENEFÍCIO: pelo bom desempenho e pelo preço na faixa dos R$ 2.000, o Lenovo Tab P11 Plus é a melhor opção para quem procura um tablet para os filhos que funcione direito, não trave e ainda consiga rodar jogos sem problemas.
O modelo da Nokia não tem tanto desempenho, mas a tela é tão boa quanto a do Tab P11 Plus e a bateria é razoável, em um preço um pouco mais em conta.
MELHOR PARA GAMES: O Apple iPad de 9ª geração é uma opção para se divertir com games e também estudar – tem uma boa tela e o melhor desempenho dos cinco modelos, além de boa duração da bateria.
MELHOR PARA ESTUDAR: com uma tela grande de 12,4 polegadas, conectividade 4G e a caneta para escrever/desenhar na caixa do produto, o Samsung Galaxy Tab S7 FE é uma escolha interessante– porém mais cara – em um tablet para estudar.
A CAPINHA É OBRIGATÓRIA: Com exceção do modelo da Positivo, nenhum tablet vem com capa protetora na caixa. É uma compra adicional interessante para proteger o dispositivo de quedas e acidentes nas mãos das crianças.
O que dizem os especialistas:
Deixar um tablet nas mãos de uma criança ou adolescente envolve questões médicas e psicológicas, relativas ao desenvolvimento do menor.
A Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que crianças entre 2 e 5 anos tenham no máximo 1 hora de "tempo de tela" por dia e entre 6 e 10 anos, até duas horas diárias. Para adolescentes até os 18 anos, 3 horas de tela.
E que até 10 anos, as crianças não usem tablets, celulares, TVs e computadores sozinhas no quarto.
O controle do tempo de tela – seja para games ou vídeos – tem a ver com evitar o uso excessivo que gere impactos na vida social da criança ou adolescente. "Existem critérios para direcionar os pais caso os filhos comecem a apresentar dificuldades sociais", explica a professora Laisa Sartes, do Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Segundo Laisa, é comum observar pensamentos do tipo "não consigo lidar sem jogo, só as pessoas que jogam comigo me entendem" quando as relações sociais são pautadas pela internet. Nesse caso, é indicado observar o comportamento e se a criança ou adolescente deixa de fazer outras coisas, como sair de casa e procurar amigos.
"Quando ocorre esse tipo de impacto, é hora de intervir", afirma. Falar com professores para avaliar o comportamento e procurar uma ajuda profissional adequada, com psicoterapia.
Outro problema relativo ao uso excessivo de telas é o impacto na visão das crianças e adolescentes, com a possibilidade de desenvolver miopia – a dificuldade em enxergar de longe – e maior fadiga ocular por conta da proximidade de tablets, smartphones e computadores do rosto.
"Todas as telas emitem luz azul, que causa cansaço visual", diz a médica oftalmologista Marina Moura Rezende. A miopia pode acontecer ao usar a tela muito de perto, e o cristalino - que é a "lente" dos olhos" – se acomoda para trazer a imagem mais próxima.
As recomendações aqui – e não apenas para crianças – são reduzir o tempo de tela, adotar os filtros de luz azul do próprio tablet, que deixam o display mais amarelado, ou usar óculos com filtro para luz azul.
Para quem fica na frente do computador o dia todo, também é recomendável parar para relaxar por três ou quatro minutos a cada hora, focando em um objeto distante, de acordo com a oftalmologista.
E, no caso das crianças e adolescentes, se expor à luz solar todo dia, para evitar o potencial surgimento de um caso de miopia.
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