Por Henrique Martin, g1


Guia de Compras: cervejas — Foto: g1

Ir ao supermercado e ver uma prateleira lotada de cervejas causa um certo incômodo e muitas dúvidas: qual delas comprar? Será que vou gostar? Não é muito amarga?

Existem mais de 150 estilos – ou classificações – de cervejas no mundo, como Lager, IPA, Pale Ale, Weissbier e tantos outros.

Cada um desses estilos tem diferenças entre métodos de fermentação, quantidade de ingredientes, nível de amargor e teor alcoólico.

É fácil se confundir com tanta opção e até mesmo fazer escolhas que não se encaixam no gosto individual de cada um. Mas dá para começar pelo básico e aprimorar o paladar aos poucos.

Outros guias:

O g1 selecionou 9 cervejas com preços nas lojas on-line no final de janeiro que vão de R$ 7 a R$ 29.

No final da reportagem, veja as dicas de especialistas para começar a degustar cerveja e conheça os principais estilos de cerveja para entrar nesse mundo aos poucos.

Black Princess Miss Blonde — Foto: g1

A Black Princess Miss Blonde é uma Blonde Ale de cor dourada e aspecto cremoso, amargor equilibrado e notas de frutas e especiarias.

Sua graduação alcoólica é de 5,2%. No final de janeiro, a garrafa de 600ml era encontrada por R$ 17 nas lojas on-line.

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Campos do Jordão Ginger — Foto: g1

A Campos do Jordão Ginger Ale é uma weisbier (cerveja de trigo) com gengibre na formulação, com leve acidez e pouco amargor. Seu teor alcoólico é de 4,2%.

Sua cor é amarelo palha e ainda oferece sabor de especiarias, sendo indicada para dias refrescantes. A garrafa de 500 ml custava R$ 29 nas lojas on-line na última semana de janeiro.

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Colorado Appia — Foto: g1

A Colorado Appia Weiss é uma cerveja de trigo que usa mel de laranjeiras na sua composição. Por conta disso, tem um sabor mais doce e encorpado.

A cerveja tem teor alcoólico de 5,5% e, em janeiro, sua garrafa de 300ml era vendida por R$ 7 nas principais lojas da internet.

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Eisenbahn Pale Ale — Foto: g1

A Eisenbahn Pale Ale traz um leve amargor do lúpulo, com notas maltadas e frutadas, com fabricação que segue a escola belga. Seu teor alcoólico é de 4,8%, com corpo claro.

No final de janeiro, a garrafa long neck (355ml) da cerveja era vendida por R$ 7 nas principais lojas on-line.

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Goose Island IPA — Foto: g1

A Goose Island IPA é uma cerveja do estilo India Pale Ale com aroma frutado tropical e herbal. Traz um amargor equilibrado e corpo médio.

Sua graduação alcoólica é de 5,9%. A cerveja era vendida por R$ 12 a garrafa de 355 ml em janeiro nas lojas on-line.

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Patagonia Bohemian — Foto: g1

Como seu nome diz, a Patagonia Bohemian Pilsener é uma cerveja argentina estilo pilsen, com teor alcoólico de 5,2%.

Traz aroma frutado e fresco, com coloração dourada profunda. A garrafa de 740ml era vendida em janeiro por R$ 16 nas lojas on-line.

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Therezópolis Weissbier — Foto: g1

A Therezópolis Weissbier é uma cerveja de trigo de baixo amargor e final cítrico, com notas de banana e especiarias.

Seu teor alcoólico é de 5,5%. A garrafa de 500ml saía por R$ 12 nas lojas on-line no final de janeiro.

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Utopia Blonde Fatale — Foto: g1

A Utopia Blonde Fatale é uma cerveja no estilo American Premium Lager encorpada e levemente amarga, com 5,3% de teor alcoólico.

Na última semana de janeiro, a garrafa de 500ml era vendida por R$ 25 nas lojas on-line.

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Wals Session Citra — Foto: g1

A Wals Session Citra é uma Session IPA com aroma cítrico, grande refrescância e amargor moderado. Traz um baixo teor alcoólico: 3,9%.

A garrafa de 600ml custava R$ 25 em média nas principais lojas on-line em janeiro.

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Cerveja: como começar a degustar

COMO É FEITA: Cerveja é o resultado da fermentação de água, malte, lúpulo e levedura. Os estilos – ou tipos – das cervejas variam de acordo com a escola e o tipo de fermentação utilizado.

QUAL ESCOLA: O mundo cervejeiro segue quatro “escolas”, que servem como referência para cada estilo de cerveja.

São elas a alemã (Pilsen, Weiss, Bock), belga (Witbier, Blond Ale, Strong Ale), inglesa (Stout, English Pale Ale, English IPA) e americana (American Pale Ale, American Ale, Cream Ale).

Saber a escola ajuda a aprender mais sobre cerveja. “A cultura ajuda a entender os estilos e as suas receitas. A perceber que existem as cervejas da escola britânica, alemã e ver as receitas de pontos de vista histórico. Tem as IPAs inglesas que vão para os Estados Unidos nos anos 80 e se transformam em American IPA, por exemplo”, explica a sommelière Bia Amorim.

QUAL FERMENTAÇÃO: As principais formas de fermentação – o processo criado pelas bactérias presentes nas leveduras e que transformam o açúcar dos ingredientes em álcool – são a lager (com a fermentação ocorrendo no fundo do tanque) e ale (acontecendo no topo do tanque).

Existem ainda cervejas de fermentação mista, híbrida e espontânea, mais raras e difíceis de encontrar.

O BÁSICO: Aprender a beber cerveja ocorre em etapas. Não basta escolher pelo nome ou rótulo bonito e se decepcionar com o sabor depois.

“Tem que treinar seu sensorial, e isso ocorre com o tempo. Não pode ir aos extremos de cara”, conta René dos Santos, especialista e dono da cervejaria artesanal Everbrew.

“É indicado começar pelas pilsen, trigo, IPA e dry stout e só depois chegar nas extremas, mas sem ter pressa demais para não se frustrar.”

“Existem cervejas mais alcoólicas ou menos, mais amargas, mais maltadas e até mais ácidas”, explica Amorim.

O primeiro passo quase sempre é com as cervejas de prateleira, das marcas mais conhecidas, que na maioria são do estilo pilsen. “São cervejas que não têm tanta complexidade de sabor, mas são indicadas para o dia a dia”, diz a sommelière.

As pilsen – ou pilsener – são pouco alcoólicas, levemente amargas e harmonizam com qualquer tipo de prato.

No geral, grandes marcas, como Antarctica, Skol e Brahma são sinônimos desse estilo.

ARTESANAL OU INDUSTRIAL: conhecer a cultura cervejeira leva, muitas vezes, a encontrar cervejas do tipo artesanal, feitas por pequenas cervejarias.

Mas nem sempre é o caso, já que grandes conglomerados compram marcas artesanais menores – vide a Colorado, de Ribeirão Preto, que agora é parte da multinacional Ambev.

“Vejo mais pelo cuidado, zelo e volume de fabricação do que pelo nome artesanal”, comenta René dos Santos, que produz cervejas em Santos.

“Uma produção de 40 mil litros ao mês é 100% testada e acompanhada. Uma de 500 mil litros é impossível para ir ver todo dia como está a produção, sem depender de tecnologia ou equipamento.”

Estilos para começar

TRIGO: os especialistas indicam começar com cervejas de trigo, do estilo witbier, e seguir em uma escala crescente de sabores e intensidade na bebida.

As witbier costumam ter notas mais frutadas, com toque de raspas de laranja e limão, frutas cítricas e coentro macerado. Bebidas como Blue Moon se encaixam nessa categoria.

“São cervejas refrescantes e fáceis de serem bebidas, mais tropicais”, comenta Amorim. Harmonizam bem com peixes e até comida japonesa.

AZEDINHO: No próximo passo da escala de sabores, Santos indica as cervejas do estilo Sour, que costumam ter mais combinações de frutas na formulação para equilibrar a acidez ou azedo. “Lembra mais um frisante”, afirma o cervejeiro.

As cervejas sour harmonizam sabor com frutos do mar, queijos picantes, peixes e até mesmo iogurte.

MANIA: As cervejas do estilo IPA (india pale ale) podem causar estranheza ao primeiro gole.

“É amarga demais, mas você se acostuma a esse amargor e depois é o que você procura na cerveja. É um extremo de amargor agradável”, comenta Santos.

É comum encontrar IPAs à venda em hamburguerias, já que esse estilo de cerveja harmoniza muito bem com a carne e churrasco.

SOBREMESA: Conhecer novas cervejas também significa chegar a um patamar de sabor, incluindo aquela categoria para fechar a degustação.

As cervejas do estilo stout são mais alcoólicas e doces, perfeitas para acompanhar sobremesas. A famosa Guiness, por exemplo, é uma dry stout.

“Vinho fica na faixa dos 14% de álcool, as stout chegam a 12%. É muito boa para finalizar o dia, mas não indicada para ser a primeira e queimar a largada. Por ser mais densa, vai atrapalhar a degustação das outras”, explica o cervejeiro

SABORES RAROS: estilos mais exóticos de cerveja, e não indicados para todos os paladares, incluem estilos de fermentação mista – feita em barris de carvalho por onde já passaram uísque ou vinho. São cervejas de estilos indicados para quem é mais experiente e tem o paladar treinado.

“São sabores de cervejas que não dá para produzir repetido, já que cada barril tem seus micro-organismos que contribuem para os aromas. E podem ter sabor de queijo estragado, que não é para qualquer um”, afirma Santos.

Cervejas do estilo Lambic, de fermentação natural, não ficam em tanques ou tonéis, mas em espaços abertos, absorvendo leveduras do ar. O resultado são cervejas com tons de vinagre – são raras de encontrar e costumam ter um preço mais alto, chegando a centenas de reais no Brasil.

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