Celulares intermediários: g1 testa quatro modelos
Com bateria melhor e um pouco mais rápido para realizar as tarefas cotidianas, o smartphone intermediário é o primeiro passo para quem quer ter um celular melhor sem gastar muito mais.
Mas não espere grandes câmeras e recursos fora do comum, como carregamento sem fio: nessa categoria, a ideia é fazer o básico bem feito, principalmente com telas boas e grandes e bateria de longa duração. Eles tinham preços de até R$ 2.000 em meados de novembro.
O Guia de Compras do g1 testou quatro modelos intermediários:
O que eles têm em comum:
- Foram lançados neste ano
- Rodam com sistema Android (o mais popular no mundo)
- Têm telas de aproximadamente 6 polegadas (padrão)
- 128 GB de armazenamento interno
- 4 GB de memória RAM para deixar o desempenho mais ágil
- Câmeras de 48 a 64 megapixels de resolução
Foram avaliados desempenho, câmeras, duração da bateria, design e custo-benefício (leia mais sobre como foram feitos os testes). Veja como cada um se saiu.
Ficha técnica: Motorola Moto G30 — Foto: g1
O Motorola Moto G30 tinha preço médio de R$ 1.500 em meados de novembro.
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Desempenho
Na avaliação gráfica, que simula como o smartphone lida com vídeos/games com muitos quadros por segundo, o Moto G30 repetiu a terceira colocação, também atrás dos modelos de Xiaomi e Realme.
A tela com taxa de atualização de 90Hz passa a impressão de maior velocidade ao usar.
Motorola Moto G30 — Foto: Marcelo Brandt/g1
Câmera
Com 64 megapixels, a câmera principal do Moto G30 performa como as dos concorrentes, entregando boas fotos se a cena estiver clara, com imagens coloridas, nítidas e com bom contraste. À noite, nem sempre as fotos ficam com contraste correto e tendem a ter uma granulação.
O desempenho dos quatro smartphones é muito parecido, com o Redmi 10 e o Moto G30 mostrando cores menos esbranquiçadas na imagem — Foto: Henrique Martin/g1
A segunda lente é uma grande angular de 8 mp, indicada para tirar fotos de paisagens. Os resultados aqui são interessantes por ampliar o campo de visão do fotógrafo. A terceira câmera, de 2 megapixels, é uma lente macro, com desempenho que não empolga muito.
Essa é uma característica em comum entre os smartphones intermediários, intermediários premium e intermediários com 5G testados pelo g1. Na tela do celular, as fotos parecem boas, mas perdem qualidade quando vistas em uma área maior.
A câmera de selfies, com 13 mp, é boa de dia, mas não muito boa à noite. Vem sem filtros de beleza pré-ativados.
Bateria
Com 19h07 de duração estimada de bateria, o Moto G30 lidera a disputa nessa categoria, à frente do Realme C25 (16h26).
Isso não significa que, após quase 19 horas fora da tomada, o smartphone vai descarregar por completo. Mas dá uma ideia geral de quanto tempo ela pode durar.
Tem algo curioso aqui: o Moto G30 tem bateria com capacidade de 5.000 mAH. E o Realme C25, de 6.000 mAH. Como pode durar mais? Tudo depende do fabricante e como ele ajusta o sistema do aparelho para maior economia de bateria.
Ficha técnica: Nokia 5.4 — Foto: g1
O Nokia 5.4 tinha preço médio de R$ 2.000 em meados de novembro.
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Desempenho
O Nokia 5.4 ficou em último lugar nos testes de performance e nos gráficos. Vale notar que ele tem o mesmo processador do Moto G30 (Qualcomm Snapdragon 662) e a mesma quantidade de memória RAM, que ajuda a deixar a performance do aparelho mais rápida.
Porém, foi o único smartphone avaliado que rodava Android 10. Os demais possuiam Android 11.
Nokia 5.4 — Foto: Marcelo Brandt/g1
Câmera
A câmera do Nokia 5.4 não faz muito além do básico. A lente principal, com 48 megapixels, faz boas fotos de dia, com nitidez e contrastes muito bons.
Mas mesmo a câmera de 5 mp grande angular não ajuda muito aqui. Fotos tiradas na sequência com a câmera principal e alternadas para a grande angular mostram cores totalmente diferentes. Os resultados noturnos não foram muito animadores também.
A câmera frontal, com 16 mp, é boa – mas também apenas nas fotos diurnas.
Durante o dia, Moto G30 é o que traz melhor equilíbrio de cores e contraste — Foto: Henrique Martin/g1
Bateria
Entre todos os smartphones avaliados, ele foi o único a vir com um carregador de 10W. Essa potência até pode ser considerada “rápida”, mas o celular vai demorar mais para carregar do que o Moto G30, que tem um carregador de 20W, por exemplo.
Ficha técnica: Realme C25 — Foto: g1
O Realme C25 custava, em média, R$ 1.600 em meados de novembro.
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Desempenho
O Realme C25 ficou em segundo lugar nos testes de performance, quase empatado com o Xiaomi Redmi 10.
Na avaliação gráfica, que simula como o aparelho lida com vídeos/games, o Realme C25 também ficou em segundo lugar, atrás do celular da Xiaomi.
Realme C25 — Foto: Marcelo Brandt/g1
Câmeras
O Realme C25 se comporta de forma muito parecida que os concorrentes da categoria, com boas fotos na câmera de 48 megapixels, com iluminação correta durante o dia, e não tão empolgantes à noite.
O celular tem também um sensor de 2 mp para fotos em modo retrato, para deixar o fundo desfocado, e uma lente macro de 2 mp que, como as dos outros aparelhos, não adianta para muita coisa se a cena não estiver muito iluminada.
A câmera de selfies de 8 megapixels tira boas fotos durante o dia também.
Nas fotos com a lente macro, os resultados não empolgam em nenhuma câmera dos intermediários — Foto: Henrique Martin/g1
Bateria
Com 16h26, o Realme C25 ficou em segundo lugar na estimativa de duração da bateria. Ficou atrás do Moto G30, que durou 19h07.
Vale ressaltar que o Realme C25 tem mais capacidade de bateria (6.000 mAH) que o Moto G30 (com 5.000 mAH). A diferença do resultado se deve a ajustes do fabricante no Android.
Ficha técnica: Xiaomi Redmi 10 — Foto: g1
O Xiaomi Redmi 10 tinha preço médio de R$ 2.000 em meados de novembro.
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Desempenho
O Xiaomi Redmi 10 teve a melhor performance nos testes. Os resultados foram um pouco superiores aos os do Realme C25.
Como ocorre no Moto G30, o Redmi 10 também tem uma tela com taxa de atualização de 90Hz. Isso passa a impressão de maior velocidade ao usar.
O modelo da Xiaomi também foi o que teve o melhor desempenho nos testes gráficos, que simulam como o smartphone lida com vídeos/games com muitos quadros por segundo.
Xiaomi Redmi 10 — Foto: Marcelo Brandt/g1
Câmeras
Como seus concorrentes, o Redmi 10 também tem uma lente macro de 2 mp (tão fraca quanto os demais celulares) e um zoom básico, também de 2 mp.
As fotos noturnas – que sempre são feitas com o sensor principal – não são tão iluminadas como a dos smartphones intermediários premium.
A câmera frontal tem 8 mp também produz boas imagens de dia (porém com muitos filtros ativados de embelezamento) e sofríveis à noite, como os demais aparelhos do comparativo.
Tirar foto à noite com smartphone intermediário é um desafio em todos os aparelhos - o Moto G30 é o melhor entre os quatro aparelhos — Foto: Henrique Martin/g1
Bateria
Apesar do excelente desempenho no testes, o Xiaomi Redmi 10 peca em um quesito: a bateria. Ele completou os testes em uma estimativa de duração de 9h09, em último lugar.
Mas isso não significa que a tela vá apagar e o telefone desligue após 9h de uso. A estimativa é para dar uma ideia de quanto pode durar.
E, como os demais celulares testados, o Redmi 10 tem um carregador rápido de 18W (similar ao do iPhone 12, por exemplo) para garantir um extra caso seja necessário durante o dia.
Conclusão
DESTAQUE NO CUSTO-BENEFÍCIO: apesar de os resultados serem bastante próximos em desempenho para , um aparelho merece destaque: o Xiaomi Redmi 10.
A bateria não é das melhores, mas aguenta um dia inteiro de uso. E seu preço na segunda quinzena de novembro estava na faixa dos R$ 2.000, um pouco mais caro que os concorrentes nas principais lojas on-line, mas que compensa por desempenho e câmera.
DESTAQUE NO DESIGN: Nessa categoria intermediária, os aparelhos não ousam muito. Mas o Nokia 5.4 pelo menos é o que tem um acabamento diferente na traseira, com uma câmera redonda centralizada. A cor azul metálica e os detalhes rajados completam o diferencial.
SEM GASTAR DEMAIS: A opção mais econômica vai para o Moto G30, que tem a maior bateria e o menor preço consultado, na faixa dos R$ 1.500, em meados de novembro.
Como foram feitos os testes
O g1 selecionou smartphones na categoria intermediária das principais do mercado brasileiro, com sistema Android e que tivessem sido lançados neste ano. Nesta lista, todos tinham preços médios abaixo de R$ 3.000 na segunda quinzena de novembro.
Os que eram compatíveis com 5G foram avaliados à parte. Os demais foram divididos entre intermediários e intermediários premium.
Todos os produtos foram cedidos em caráter de teste e serão devolvidos.
Para os testes de desempenho, foram utilizados dois aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark.
Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino. No caso dos avaliados, só os dois da Motorola permitem ajuste manual com porcentagem. Eles serviram de base para o ajuste dos demais.
Para chegar ao brilho correto, as telas foram comparadas lado a lado. A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou até chegar ao final da carga. Em alguns casos, ele precisou ser refeito porque o app travou – isso pode acontecer com a chegada de uma notificação, por exemplo.
Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
O resultado é uma estimativa de quanto aquela bateria pode durar longe da tomada. Na prática o número da vida real pode ser distinto, já que não usamos o telefone da forma intensiva o tempo todo.
Para os testes de câmera, foram feitas fotos dentro de casa e na rua (quando possível), com várias mudanças de iluminação em cenários similares para poder comparar as imagens.
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