Por Laís Ribeiro, g1


Guia do vibrador: saiba como escolher e cuidar do seu — Foto: Juan Silva/g1

A tarefa de escolher um vibrador pode ser libertadora para quem já conhece seus próprios desejos, mas também pode ser intimidante para quem nunca teve um produto do tipo.

Os brinquedos eróticos existem em uma variedade de formas, cores e tamanhos, mas escolher aquele que vai atender suas necessidades exige um certo nível de autoconhecimento.

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Em conversa com especialistas, o Guia de Compras reuniu conselhos para quem quer escolher seu primeiro (ou próximo) vibrador, assim como orientações para desfrutar do aparelho com segurança e saúde. Leia sobre as dicas no fim da reportagem.

Abaixo, veja dez modelos cujos preços variavam de R$ 220 a R$ 900, em junho, nas principais lojas on-line.

O Jam Vitamin, da Fun Factory, é um vibrador clássico feito para estímulo interno da vagina.

Ele tem 12,6 cm x 3 cm (comprimento x diâmetro) e pesa 67 g. É revestido em silicone médico e, segundo a fabricante, é à prova d’água.

O produto precisa de 2 pilhas AAA para funcionar, que não vêm junto. Tem apenas uma velocidade e um ritmo de vibração.

Em junho, custava R$ 255 nas lojas on-line consultadas.

Também da Fun Factory, o modelo Volita Violet tem duas pontas vibratórias pensadas para estímulo externo das regiões erógenas (como pênis, clitóris, lábios da vulva e mamilos). Não é indicado para penetração.

Suas medidas são de 16 cm x 3,1 cm (comprimento x diâmetro) e o peso é de 81 g. É feito com silicone médico e é à prova d’água.

Tem bateria recarregável e vem com carregador. Possui apenas uma velocidade e um ritmo de vibração.

Seu preço era, na primeira semana de junho, R$ 230.

Intt Wellness Satisfyer 2
Intt Wellness Satisfyer Pro 2

O Satisfyer Pro 2 é o sugador de clitóris da Intt Wellness. Ele não é indicado para penetração.

Feito em silicone cirúrgico, tem 10 modos de vibração e 11 configurações de intensidade.

É à prova d’água e, segundo a fabricante, pode ser submergido por até 30 minutos em profundidade de até 1 metro.

Usa bateria recarregável. Suas medidas são 16,5 cm x 4,6 cm (comprimento x diâmetro), além de 2 cm de bocal sugador.

O produto custava R$ 660, em junho, nas principais lojas on-line.

O Ora 3, da Lelo, é um vibrador feito para simular o sexo oral na vagina. Não é indicado para penetração.

As opções de controle da vibração e do movimento giratório do brinquedo permitem 12 configurações diferentes, de acordo com a marca.

Feito em plástico ABS e silicone médico, mede 8,8 cm x 8,3 cm x 4,3 cm (comprimento x diâmetro x altura) e pesa 130 g.

É à prova d’água e tem bateria recarregável. O produto acompanha cabo USB para carregamento, mas vem sem a fonte.

Em junho, era encontrado nas principais lojas da Internet por R$ 830.

Outro modelo da Lelo é o Ina 3, feito para estímulo simultâneo interno e externo.

Com design do tipo “rabbit” (com uma ponta maior e outra menor), o modelo é pensado para, ao mesmo tempo, estimular o orgasmo clitoriano e do ponto G.

Suas medidas são 20 cm x 6,5 cm x 4,5 cm (comprimento x diâmetro x altura), dos quais 11 cm de comprimento são inseríveis. O vibrador pesa 150 g.

Feito em silicone médico e plástico ABS, é à prova d’água. Possui bateria recarregável e acompanha cabo USB para carregamento (sem a fonte).

O produto custava R$ 895 quando consultado, no começo de junho, nas lojas on-line.

O Lilit Bullet é o menor modelo da lista, medindo 6,3 cm x 1,8 cm (comprimento x diâmetro) e pesando 21 g.

É feito para estímulo externo das zonas erógenas do corpo, não sendo indicado para penetração. Tem 5 modos de vibração.

Revestido em plástico ABS, é à prova d’água. A fabricante garante que o aparelho pode ser submergido por até 30 minutos, em profundidade de até 1 metro.

Vem com bateria recarregável.

No começo de junho, seu preço era R$ 245, nas principais lojas on-line.

O Sponge, da Pantynova, é um modelo "bullet" feito para massagear as partes erógenas externas do corpo. Não é indicado para penetração.

Tem 9 configurações de vibração diferentes.

Com design similar a uma esponja de maquiagem, mede 12,2 cm x 7,2 cm (comprimento x diâmetro) e pesa 172 g.

Feito em silicone médico, é à prova d’água e vem com bateria recarregável.

Era encontrado, na primeira semana de junho, por R$ 245 nas lojas da Internet.

O modelo Eita, também da Pantynova, é do tipo "rabbit", com uma ponta maior para penetração e duas menores para estímulo externo simultâneo.

Tem 10 modos de vibração diferentes. Suas medidas são 19,2 cm x 8,2 cm x 5,6 cm (comprimento x diâmetro x altura), dos quais 12 cm são inseríveis.

Vem com bateria recarregável. É à prova d'água, mas não pode ser submergido por mais de 30 minutos ou em profundidade maior que 50 cm.

É feito em uma combinação de silicone médico e plástico ABS.

Em junho, o produto custava R$ 470 nas lojas on-line visitadas.

August é o vibrador para casais da Pretty Love. Ele é pensado para poder ser usado em conjunto com a penetração peniana, próprio para estímulo interno e externo simultâneos.

Vem com 12 modos de vibração, que podem ser controlados pelo aplicativo de celular da Pretty Love.

Mede 10 cm x 3 cm (comprimento x largura) e vem com bateria recarregável. Feito com silicone médico, é à prova d'água.

Quando consultado nas lojas da Internet, em junho, seu preço era R$ 500.

O We, da Go Vibe, é um vibrador tipo "bullet" com controle remoto feito para estímulo externo do corpo. Pode ser também usado para penetração, graças à cordinha que facilita a retirada.

Tem 10 configurações de vibração. O vibrador em si vem com bateria recarregável, mas o controle precisa de 2 pilhas AAA para funcionar.

Produzido em silicone médico, tem dimensões 10 cm x 10 cm x 5 cm (comprimento x altura x largura). O peso combinado do vibrador e controle é de 450 g.

A Go Vibe não informa se o produto é à prova d'água.

O modelo custava, em junho, R$ 220 nas lojas da Internet consultadas.

No que prestar atenção na hora da compra

Guia do vibrador: saiba como escolher e cuidar do seu — Foto: Andrea Piacquadio/Pexels

COMO COMEÇAR? A regra geral é, antes de tudo, olhar para as próprias necessidades e desejos para entender que tipo de sensação você procura.

Quem não teve muita experiência ou tem uma vida sexual mais conservadora pode começar com aparelhos mais simples. “Não adianta comprar um vibrador que vira, entorta e faz tudo se a pessoa está iniciando nesse universo”, orienta a sexóloga Carla Cecarello.

O g1 também ouviu consumidores, que contam como foi a primeira compra e dão dicas para quem quer começar.

"O primeiro vibrador que eu comprei foi durante a fase adulta. Eu estava num relacionamento havia algum tempo e já estava confortável com meu parceiro para expressar meus desejos", conta Natália Ciocchetti.

"Com essa confiança estabelecida entre nós dois, desejei tentar coisas novas para me ajudar a ter prazer durante nossa relação de formas diferentes", diz Natália Ciocchetti, que trabalha com desenvolvimento de jogos.

Para Natalie Soares, sua vontade de experimentar coisas novas foi determinante. "Fui movida a curiosidade. Vi amigas falando sobre no Twitter, achei muito diferente e acabei comprando para testar. Gostei muito da experiência e das sensações", diz a editora.

"Apesar de já ter tido outras experiências traumáticas antes, quando a iniciativa partiu da minha parte, foi um divisor de águas para a minha percepção", conta Soares. "Muitas vezes, o primeiro contato é com produtos que não têm boa qualidade, o que pode causar uma impressão negativa".

A variedade de vibradores também pode assustar.

"Existem modelos muito diferentes, então, no começo, pode ser um pouco complicado ou intimidador", admite Ciocchetti, que ainda hoje usa seu primeiro vibrador – um "bullet" – com mais frequência que outros.

"Acho que vale muito a pena pesquisar para além do preço. Tem que olhar o formato, a textura, a durabilidade, o tipo de vibração. A gente acaba comprando pelo mais baratinho, que pode não ter boa procedência", alerta Soares.

"Depois que descobri marcas que eram muito mais preocupadas com o universo feminino, isso abriu muitas portas, mudando até minha relação comigo mesma e o sexo", completa.

QUAL ESCOLHER? Para quem está buscando o primeiro vibrador, o tipo "bullet", que é pequenininho e versátil, pode ser uma boa opção.

Guia do vibrador: saiba como escolher e cuidar do seu — Foto: Ketut Subiyanto/Pexels

“Ele é pequeno, discreto e pode ser utilizado no corpo inteiro. Pode vibrar no clitóris, no bico do seio, na coxa, nos braços e inclusive na região pélvica dos homens”, explica Carla Cecarello.

Se a pessoa já conhece suas preferências, pode se aventurar com modelos mais avançados, como os de varinha, que podem ser introduzidos dentro da vagina, ou os chamados "rabbit", que possuem uma extremidade penetrável e outra para estímulo externo simultâneo.

“Os modelos sugadores têm um vácuo que aplicam no clitóris e são os que têm feito mais sucesso ultimamente”, descreve a ginecologista Carolina Ambrogini. "Se a pessoa tem dificuldade em ter orgasmo, pode ser uma boa escolha, porque promete orgasmo em 5 minutos", completa.

A sexóloga Carla Cecarello acredita que esse tipo de modelo pode ser demais para quem possui pouca ou nenhuma experiência prévia.

“Pode ser uma referência que não vai ser muito positiva para quem não tem experiência. É para quem já está mais avançado no processo de masturbação ou que quer trazer uma experiência bem diferente na relação”, opina a especialista.

“Vai ter um efeito que nenhum parceiro consegue porque não tem língua, pênis ou dedo que vai conseguir fazer com velocidade e intensidade iguais a ele”, explica Cecarello.

Vale também experimentar com outros tipos de produtos mais simples para se preparar para a introdução de um brinquedo erótico.

“Hoje tem gel que vibra, que gela, que esquenta. Tem produtos com sabor, comestíveis. Então, quando a pessoa já estiver habituada com a ideia de trazer algo novo para a relação ou para si mesmo, pode partir para um vibrador”, sugere a sexóloga.

PODE MACHUCAR? Os genitais são regiões sensíveis do corpo e a vagina, em especial, tem um tecido muito absorvente, similar ao da boca.

Portanto, é importante saber se o material que você está inserindo no corpo é seguro e atóxico.

“A maioria dos vibradores é feita com um material muito bom, que é o silicone médico”, diz Carla Cecarello, sexóloga. “Ele tem um toque bem aveludado e não é tóxico de jeito nenhum”, completa.

A sexóloga também considera o plástico ABS seguro, embora seja um pouco mais duro do que o silicone e possa ser menos confortável.

Na prática, esses dois materiais são bastante parecidos ao toque, especialmente se o ABS tiver acabamento aveludado. O que diferencia os dois é que o silicone é bem flexível e o plástico é rígido.

O QUE DIZ A ANVISA Consultada pelo g1, a Anvisa apontou que esse tipo de produto "está fora da competência de regulamentação" do órgão.

Ou seja, não há regulamentação oficial para vibradores no Brasil, por isso nenhum deles vem com um selo de garantia.

Para as especialistas consultadas pelo Guia, o ideal é adquirir esses produtos em lojas de boa reputação e sempre checar a embalagem para garantir que está lacrada e que não tem sinais de manuseamento prévio.

Também é interessante pesquisar o site das marcas antes de comprar. A fabricante Lilit, por exemplo, informa que seu produto foi testado e certificado pelo órgão RoHS (em tradução livre, Restrição de Substâncias Perigosas), da União Europeia.

OUTRAS QUESTÕES DE SAÚDE Além de escolher o material certo, é preciso também prestar atenção a alguns outros pontos importantes:

💦🧼 O vibrador sempre deve ser higienizado após o uso, de preferência com água e sabão neutro. "E bem seco, para não ter acúmulo de fungos", recomenda a ginecologista Carolina Ambrogini.

🙅 Não deve ser compartilhado com amigos e, quando usado com parceiros, recomenda-se o uso de preservativos para evitar DSTs (doenças sexualmente transmissíveis);

🤕🩹 Não deve ser usado em áreas inflamadas ou machucadas do corpo;

🧴 É recomendado o uso de lubrificantes para que o vibrador deslize melhor, principalmente no caso da mulher ter pouca lubrificação natural. Mas não se deve usar qualquer um. "Dê preferência a lubrificantes à base de água, para não danificar o material do vibrador", ensina a médica.

À PROVA OU RESISTENTE À ÁGUA? Não esqueça de verificar, na descrição do produto, se ele é à prova ou resistente à água e se pode ser lavado com sabão.

Ser à prova d’água significa que você pode submergir o brinquedo por inteiro (como na banheira ou no chuveiro) e ser resistente quer dizer que a água pode até respingar nele, mas ele não pode ser mergulhado.

Geralmente, nesse segundo caso, existem partes mais sensíveis do aparelho que não devem ser molhadas, como o compartimento da parte elétrica, onde ficam bateria ou pilhas.

Esta reportagem foi produzida com total independência editorial por nosso time de jornalistas e colaboradores especializados. Caso o leitor opte por adquirir algum produto a partir de links disponibilizados, a Globo poderá auferir receita por meio de parcerias comerciais. Esclarecemos que a Globo não possui qualquer controle ou responsabilidade acerca da eventual experiência de compra, mesmo que a partir dos links disponibilizados. Questionamentos ou reclamações em relação ao produto adquirido e/ou processo de compra, pagamento e entrega deverão ser direcionados diretamente ao lojista responsável.

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