Boneca representa criança vítima de abuso e maus-tratos — Foto: TV Globo/Reprodução
Os pais de uma bebê de três meses foram indiciados por homicídio triplamente qualificado devido à morte da filha, em Barra de Francisco, no Noroeste do Espírito Santo. De acordo com a Polícia Civil, o homem, de 21 anos, e a adolescente, de 17 anos, mataram a criança asfixiada com o objetivo de praticar um ritual de magia em "oferenda ao diabo".
"No desenrolar das investigações, ficou demonstrado que os pais da criança a asfixiaram com o objetivo de praticar um ritual de magia, em que sacrificaram o bebê como oferenda ao diabo", explicou o adjunto da Delegacia Regional de Barra de São Francisco, delegado Daniel Azevedo.
Delegacia Regional de Barra de São Francisco — Foto: Polícia Civil/Divulgação
O crime aconteceu no dia 22 de julho e, segundo o delegado, o casal foi preso no mesmo dia por apresentar versões diferentes sobre a morte da criança.
Segundo a polícia, o pai da criança foi indiciado por homicídio triplamente qualificado cometido por motivo torpe, asfixia e contra menor de 14 anos. Já a mãe, foi indiciada por ato infracional análogo aos mesmos crimes. Os dois continuam detidos.
Investigações
Segundo o delegado, uma testemunha disse à polícia que a mãe ligou para ela momentos antes dizendo que iria sacrificar a criança.
"Um tempo depois, ela telefonou novamente informando que havia concretizado o crime”, acrescentou Daniel.
Com a conclusão, o inquérito policial foi relatado ao Ministério Público do Espírito Santo (MPES), que decidirá se oferece denúncia ou não durante a ação penal.
Ainda segundo o delegado, todas as provas coletadas estão de acordo com as informações e depoimentos dados pelas testemunhas e pelas pessoas envolvidas, o que comprova os fatos.
Pais deram versões diferentes
Segundo a polícia, os pais da menina deram versões diferentes sobre a morte da bebê.
Aos policiais, a adolescente disse que na noite do dia 21 de julho, após chegar da igreja, teve uma discussão porque o companheiro teria ido para casa sem a esperar. Devido à briga, ela disse que não queria dormir com o jovem e estendeu um cobertor no chão do quarto do casal, onde teria dormido com o bebê.
Por volta da meia-noite, devido ao frio, ela disse que se levantou, agasalhou a filha e a colocou na cama onde deitou com o companheiro. Por volta das 6h30, a adolescente relatou que acordou e se levantou. Ainda conforme a versão da adolescente aos policiais, ela ligou para um taxista querendo saber o valor do serviço para levá-la à cidade de Teixeira de Freitas, na Bahia. Em seguida, foi ao quarto onde o homem já estava acordado, e a filha, dormindo.
A menor contou que foi acordar a bebê e viu que a cabeça dela estava com edema e o nariz escorrendo sangue. Ela teria chamado o companheiro, que gritou pela vizinha — que é proprietária do imóvel e reside na parte térrea do imóvel.
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Versão do pai
Já o pai afirmou que após chegar da igreja discutiu com a adolescente devido ao ciúme dela. Após a briga, a companheira foi dormir no chão do quarto com a criança, e ele teria ficado monitorando as duas.
Passado um tempo, o homem disse que teria chamado a menor de idade para deitar na cama com a filha porque estava muito frio e a bebê estava chorando. Por volta das 6h, ele acordou e viu que a adolescente estava deitada na cama sobre a filha, mexendo no celular.
De acordo com a versão do homem, ele tirou a companheira de cima da filha, correu para abrir o portão e pedir socorro. Ele disse que embora a menina tivesse o costume de acordar constantemente durante a madrugada, não escutou a filha chorar naquela noite. Ele contou ainda que a companheira entregou a bebê à vizinha para ajudar a socorrê-la.
A vizinha teria dito que a menina, aparentemente, não estava respirando e a colocou sobre a calçada após perceber que a bebê estava com o rosto arroxeado e com secreção no nariz.
Diante das divergências das versões apresentadas, o casal acabou preso. A Polícia Civil do Espírito Santo informou que a adolescente está internada na Unidade Feminina de Internação (UFI), mas não disse onde o homem está detido.