Lucas foi aprovado em 1º lugar em medicina na Unifesp. — Foto: Arquivo pessoal
Lucas Tokio Kawahara, de 18 anos, garante que não era o melhor aluno da turma na escola, apesar de ter facilidade nas matérias de exatas. Depois de se formar no ensino médio, fez um ano de cursinho e cumpriu rigorosamente seu cronograma de estudos. O resultado veio rápido: o jovem foi aprovado em 1º lugar no curso de medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
Apesar da rotina cansativa de preparo para o vestibular, Lucas recomenda aos candidatos que não ultrapassem seus limites. A dica veio por experiência própria: depois do primeiro semestre de 2017, o jovem estava exausto de tanto estudar. “Nunca tinha passado por isso na vida. Então decidi descansar nas férias de julho e me desligar totalmente do cursinho”, conta. “Quando as aulas recomeçaram, me bateu o desespero: estava cheio de matéria atrasada e meus amigos tinham se preparado durante o mês inteiro. Hoje, vejo que essa pausa me ajudou muito”, completa.
De agosto a novembro, Lucas retomou sua rotina de estudos e passou a ficar no cursinho o dia inteiro - em casa, o celular o distraía e atrapalhava seu preparo para o exame. “Eu ficava até 21h no Poliedro, para ter mais foco. O ambiente me forçava a me concentrar”, diz. “Eu me programei e cumpri meus planos de estudo como os professores recomendaram. Mas não acreditava que conseguiria ser aprovado logo de cara. Que dirá ficar em 1º lugar”, conta o menino, que ainda aguarda os resultados da Fuvest e da Unicamp.
'Não abandone suas atividades'
Mesmo seguindo seu cronograma, Lucas não abandonou dois de seus hobbies: o piano e a natação. “Não que eu seja profissional, mas me ajudou muito a relaxar”, diz, rindo. “Recomendo muito que todos os candidatos saibam dar uma desligada na rotina de vestibular para fazer algo de que gostem. Esportes e instrumentos musicais são muito legais para tranquilizar”, diz.
O piano e a natação foram as válvulas de escape de Lucas. — Foto: Arquivo pessoal
A fórmula parece ter dado certo: Lucas conseguiu tirar 920 na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) – apesar de a escrita não ser seu ponto forte. De 180 questões da prova, ele acertou 161. Essa nota, no processo seletivo da Unifesp, é somada ao desempenho do candidato no vestibular próprio da universidade. Eram 60 vagas disputadas pela ampla concorrência.
“Eu não tinha conferido o gabarito, então não fazia ideia dos meus acertos. Fiquei surpreso ao ver meu nome na lista. Meus pais ficaram muito felizes e espalharam a notícia para todo mundo”, conta. “Claro que, antes, pediram para eu conferir se o resultado era esse mesmo. Não dava para acreditar”, brinca.