Desabrigados pelas chuvas em abrigo em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 8 de maio de 2024. Entre as escolas estaduais, 75 estão servindo de local de acolhimento das vítimas das inundações — Foto: Nelson Almeida/ AFP
Além de todas as moradias que terão de ser reconstruídas após as inundações do Rio Grande do Sul, outro desafio será enfrentado pelo estado: a reestruturação de pelo menos 426 escolas estaduais que foram danificadas pela água.
🖊️O governo estadual explicou ao g1 que, como o acesso às instituições de ensino está comprometido, a Secretaria de Obras Públicas não havia conseguido, até esta quinta-feira (9), fazer a vistoria para dimensionar os estragos.
"Ainda não foi possível ter um detalhamento. Pode ser questão de mobiliário [danificado], equipamentos ou até obras [comprometidas]", informa a Secretaria de Educação Estadual.
Até a mais recente atualização desta reportagem, também não havia uma estimativa do número de colégios municipais e privados impactados pelo desastre.
De acordo com o Censo Escolar 2023, são 2.345 escolas estaduais no Rio Grande do Sul. Entre elas:
- 954 (40,7%) foram afetadas de alguma forma pelos temporais, em 236 municípios (estão com problemas de acesso ou foram danificadas);
- do grupo acima, 426 instituições de ensino (18,2% do total) sofreram especificamente danos físicos;
- 75 estão servindo de abrigo para as vítimas das inundações.
📖Mais de 330 mil alunos estão sem aula; em Porto Alegre, não há previsão de volta
A Secretaria afirma também que, dos 738.749 estudantes da rede estadual, 331,2 mil (44,8%) estão com aulas suspensas.
➡️Nas regiões abaixo, não há previsão de retomada das atividades letivas:
- Porto Alegre;
- São Leopoldo;
- Estrela;
- Guaíba;
- Cachoeira do Sul;
- Canoas
- e Gravataí.
➡️Em Pelotas e Rio Grande, as aulas estão suspensas até pelo menos sexta-feira, 10 de maio.
➡️E nas áreas abaixo, já foi possível reabrir as escolas:
- Uruguaiana;
- Osório;
- Erechim;
- Palmeira das Missões;
- Três Passos;
- São Luiz Gonzaga;
- São Borja;
- Ijuí;
- Caxias do Sul;
- Santa Cruz do Sul;
- Passo Fundo;
- Santa Maria;
- Cruz Alta;
- Bagé;
- Santo Angelo;
- Bento Gonçalves;
- Santa Rosa;
- Santana do Livramento;
- Vacaria;
- Soledade
- e Carazinho.
Inundações deixaram mais de 100 mortos
O boletim da Defesa Civil do Rio Grande do Sul da manhã desta quinta-feira (9) afirma que o número de mortos subiu para 107. Há 136 desaparecidos e 374 feridos.
Segundo os meteorologistas, os temporais que ocorrem no Rio Grande do Sul desde o fim de abril são reflexo de ao menos quatro fenômenos que ocorrem na região, agravados pelas mudanças climáticas:
- ☀️Uma onda de calor que atinge as regiões Sudeste e Centro-Oeste forma um bloqueio que impede a a chuva de "ir embora".
- 💨 No fim de abril, havia um cavado, que é uma corrente intensa de vento, agindo sobre o Rio Grande do Sul e contribuindo para que o tempo ficasse instável.
- 💧 Isso se somou a um corredor de umidade vindo da Amazônia, que aumentou a força da chuva.
- 🔥Estamos também vivendo as consequências do El Niño (que começou em agosto de 2023, teve um pico em janeiro e terminou em abril de 2024). Ele aqueceu a superfície do Oceano Pacífico, adicionou calor extra à atmosfera e aumentou as temperaturas globais.
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