Dos seis países sul-americanos participantes da edição 2018 do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa, na sigla em inglês), o Brasil não está nem entre os primeiros nem em último, considerando o desempenho geral. O único país que ficou consistentemente na última ou entre as últimas colocações foi a Argentina.
Já levando em conta os resultados de toda a América Latina, que somam dez nações diferentes, os estudantes brasileiros ficam em uma posição mediana em relação aos demais países da região.
Os dados do Pisa foram divulgados na manhã desta terça-feira (3) pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). O Pisa é uma prova feita para que qualquer estudante de 15 anos do mundo possa realizá-la, e é aplicado a cada três anos. Em 2018, 80 países ou regiões econômicas participaram da prova (veja o que é e para que serve o Pisa).
Com nota média estimada de 413 em leitura, 384 em matemática e 404 em ciências, o Brasil apresentou uma leve alta em relação aos resultados de 2015, mas sua posição é considerada basicamente estagnada na última década. Esse é um dos motivos para o Brasil ficar parado ou ter caído no ranking dos demais países.
A OCDE alerta, porém, que o desempenho histórico deve levar em conta o fato de que não existe uma nota mínima nem máxima fixas do Pisa – a escala é definida a cada edição, com base no desempenho de todos os participantes. Além disso, como a prova usa apenas uma amostra da população e, portanto, há uma margem de erro, que também varia de acordo com o país.
Veja, abaixo, a comparação dos países da América Latina no Pisa 2018, considerando a margem de erro:
Veja a comparação do Brasil com os demais países da América Latina, considerando a margem de erro da nota média de cada um deles — Foto: Aparecido Gonçalves/G1
Região subrepresentada
Os dados da prova, porém, não dão conta de toda a realidade latino-americana, já que apenas metade dos 20 países da região participaram do Pisa. Ficaram de fora desta edição Bolívia, Cuba, El Salvador, Equador, Guatemala, Haiti, Honduras, Nicarágua, Paraguai e Venezuela.
Das nações que entraram nos dados divulgados nesta terça, Chile e Uruguai se revezam nas duas primeiras posições, considerando o ranking regional. O Chile é o que teve melhor desempenho em leitura (média 452) e ciências (média 444), enquanto ambos estão tecnicamente empatados em matemática, com o Uruguai em ligeira vantagem (média 418).
No lado oposto da tabela, a República Dominicana é o país latino-americano com o pior desempenho nas três provas, registrando as médias de 342 em leitura, 325 em matemática e 336 em ciências. Nessas duas últimas provas, a ilha caribenha está isolada na posição mais baixa do ranking mundial, que neste ano teve participação de 80 países. Em leitura, ela fica empatada em último lugar com as Filipinas.
Mas, considerando a média de países da OCDE, todos os países da região ficam muito aquém. Isso vale também para Chile e México, os dois latino-americanos membros do grupo, que são os últimos colocados do bloco em todas as três provas.
O Brasil e a América Latina
A posição do Brasil no comparativo regional varia de acordo com a prova. Em leitura, por exemplo, Brasil e Colômbia empatam no meio do ranking, com Argentina, Peru, Panamá e República Dominicana em pior situação.
Já em matemática, o Brasil ficou cinco pontos à frente da Argentina, mas, como o país vizinho tem uma margem de erro mais alta, ambos são considerados tecnicamente empatados por uma pequena margem. O Panamá teve mais de 30 pontos a menos, e a República Dominicana ficou com quase 50 pontos de diferença negativa em sua nota média.
Em ciências, Brasil, Argentina e Peru ficaram com a mesma nota média (404), mas o Brasil tem margem de erro menor que os demais. Também nesse caso, Panamá e República Dominicana tiveram desempenho pior, com diferença de entre 30 e quase 70 pontos em relação ao Brasil.
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