O acesso de uma estudante transgênero ao vestiário feminino de um colégio causou polêmica e foi motivo de protesto de alunos na cidade de Hillsboro, em Missouri, no Centro-Oeste dos Estados Unidos, de acordo com a emissora americana CNN. A jovem Lila Perry, de 17 anos, nasceu menino, mas se reconhece como menina e utilizava o vestiário das garotas para trocar de roupa para as aulas de educação física.
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Perry contou a uma afiliada da CNN que começou a se sentir como uma menina aos 13 anos, porém, só em 2015, criou coragem e resolveu se vestir como tal. As dificuldades com a orientação sexual começaram em agosto, no início do ano letivo, quando decidiu passar a utilizar o vestiário feminino da escola.
Para evitar polêmica na pequena cidade, de pouco menos de 3 mil habitantes, o colégio da jovem chegou a oferecer um banheiro individual para Perry. A proposta, no entanto, foi recusada pela jovem.
“Eu sou uma garota. Não vou ser empurrada para outro banheiro”, disse ela à TV local, antes de comparar sua história a casos de discriminação racial. “Não faz muito tempo que as pessoas brancas diziam ‘Não me sinto confortável dividindo o banheiro com negros’. A história agora se repete”, completou.
A experiência de Perry frequentando o vestiário feminino durou pouco menos de duas semanas. Alunas desconfortáveis com a presença da jovem no ambiente reclamaram aos pais e à direção da instituição sobre a situação.
“Eu acho ofensivo porque a Lila não passou por nenhum procedimento para se tornar mulher. Colocar um vestido ou uma peruca não é ser transgênero pra mim”, contou Sophie Beel, uma das estudantes da escola, à afiliada da CNN.
No fim de agosto, dezenas de pessoas, entre pais e alunos, participaram de uma manifestação para protestar contra a atitude de Perry. Estudantes a favor do acesso da trans ao vestiário também aproveitaram para demonstrar seu apoio à jovem que, alegando preocupação com a própria segurança, decidiu abandonar as aulas de educação física.
Por meio de um comunicado, o colégio de Hillsboro afirmou que vai promover a tolerância e que a unidade aceita todos os estudantes, independentemente do gênero ou da opção sexual.
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