A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) realizam nesta sexta-feira (19) a pré-matrícula online para aprovados no Sistema de Seleção Unificada (Sisu). A internet virou caminho para que os alunos garantam as vagas nas instituições e driblem a greve de funcionários. A mesma situação acontece com os aprovados para as 215 vagas oferecidas no Sisu pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). Há universidades em que o processo caminha normalmente. Em outras, a matrícula foi suspensa por tempo indeterminado.
Matrícula suspensa
É o caso da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), a greve dos servidores provocou a suspensão da matrícula por parte da administração. Segundo a assessoria de imprensa, não há prazo para a realização das matrículas e os aprovados devem ficar atentos ao site da instituição, onde as informações serão divulgadas.
Segundo o calendário original do Sisu, a edição do segundo ano terá apenas uma chamada, e os candidatos aprovados precisam garantir a matrícula na própria instituição onde foi selecionado até a próxima terça-feira (23). O estudante deve acompanhar pela instituição de ensino em que foi aprovado o local, horário e documentos necessários para a matrícula.
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Boicote
O comando nacional de greve da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnicos-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra) orientou funcionários a não aceitar as inscrições dos candidatos aprovados no Sisu.
De acordo com a Fasubra, a pré-matrícula via internet é uma estratégia dos reitores das universidades para "minar a orientação". A federação garante que a instrução de barrar as inscrições permanece e que está sendo discutido o posicionamento das universidades.
A UFMG e UFRJ são as instituições com maior número de candidatos inscritos no Sisu. Ao todo, 315.691 estudantes se inscreveram para concorrer as 6.445 vagas oferecidas pelas duas universidades.
Reitor da UFMG diz respeitar movimento
O reitor da UFMG, Jaime Ramírez, diz que o movimento de greve dos técnico-administrativos é respeitado. "Mas nossa obrigação, como instituição pública, é assegurar o registro de todos os calouros que foram aprovados, e estamos fazendo isso de forma digital”, disse.
“Havíamos programado fazer hoje o registro de 400 alunos – cem dos quais no período da manhã e o restante à tarde –, todos da região de Belo Horizonte. Os outros estavam escalonados para segunda e terça-feira”, comentou o reitor. Na UFMG, todos os 2.714 alunos selecionados receberam e-mail avisando que a atual fase do registro será eletrônica e que depois será marcada a data para apresentação dos documentos.
Universidades com matrícula normal
As Universidades Federais de Santa Catarina (UFSC), de Pelotas (UFPEL) e do Piauí (UFPI) não alteraram o calendário de matrículas.
(Foto: Pedro Cunha/G1)
A Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) está realizando as inscrições presencialmente, mas os candidatos não receberam os nomes das disciplinas e os horários impressos.
Segundo a instituição, o objetivo é garantir a vaga do aluno e melhorar o tempo gasto no processo.
Já a Universidade Federal Fluminense (UFF), a assessoria de imprensa negou que tenha suspendido o processo de matrículas e classificou a divulgação da informação de "estratégia de terrorismo retórico, destinado a criar um clima generalizado de insegurança entre os candidatos aprovados no Sisu".
Segundo a UFF, a matrícula é "uma atividade essencial da universidade e a interrupção deste serviço é ilegal". A instituição diz que está "preparada para realizar essas inscrições, tanto do ponto de vista administrativo quanto das garantias legais".
Greve
Desde maio, 48 das 63 universidades federaistiveram a rotina alterada em função de greves. Em 30 instituições apenas funcionários responsáveis por laboratórios, bibliotecas e áreas administrativas pararam suas atividades.
Os servidores pedem reajuste salarial, reestruturação da carreira e aumento de investimentos nas federais. Ao longo dos próximos dias, professores e servidores das demais universidades federais devem fazer assembleias para decidir se participam ou não do movimento nacional.