21/11/2012 17h03 - Atualizado em 21/11/2012 19h03

Mercadante descarta a realização de duas edições do Enem em 2013

Enem para presos será feito por 'no máximo 400' estudantes regulares.
Prova será aplicada nos dias 3 e 4 de dezembro.

Ana Carolina MorenoDo G1, em São Paulo

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante evento em São Paulo nesta quarta (21) (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)O ministro da Educação, Aloizio Mercadante,
durante evento em São Paulo nesta quarta (21)
(Foto: Ana Carolina Moreno/G1)

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, descartou nesta quarta-feira (21) a possibilidade de haver duas edições do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para todos os estudantes em 2013. Segundo ele, no ano que vem, o Ministério da Educação seguirá tendo a edição regular da prova e a aplicada para pessoas dentro dos presídios e instituições sócioeducativas. Essa, segundo ele, já é uma segunda edição do exame.

"Não estamos trabalhando com essa possibilidade", afirmou ele, quando perguntado sobre a chance de o Ministério da Educação criar duas datas para a realização da prova, que serve como processo seletivo para dezenas de universidades públicas e programas de bolsa de estudo, financiamento estudantil e intercâmbio.

Neste ano, Mercadante afirmou que "no máximo 400" candidatos do Enem realizado em 3 e 4 de novembro terão a chance de refazer a prova, por diversos motivos. "É muito pouca gente", disse ele na tarde desta quarta, após a entrega do Prêmio Santander Universidaes, em São Paulo.

Segundo o ministro, "alguns alunos que tiveram ocorrências desfavoráveis nesse Enem anterior" e, por isso, "vão ter a chance de fazer [uma segunda prova]".  Ele afirmou que foram "poucas" as ocorrências durante o Enem que instaram o MEC a abrir essas exceções. "Tivemos no Acre uma escola dos sabatistas que à noite teve queda de energia, tivemos muito poucos estudantes com deficiência que receberam o ledor, mas não tinham a prova em braile no primeiro dia", disse.

Mercadante também citou o caso de  Pâmela Oliveira Lescano, de 17 anos, que deu à luz seu filho minutos antes do início do segundo dia do Enem.

A escolha de não realizar uma segunda edição do Enem, de acordo com o ministro, serve para que o MEC e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que aplica o exame, se concentrem em "aperfeiçoar e consolidar o Enem".

Banco de itens, correção e abstenção
Um dos passos para isso é ampliar o banco de questões. "Ampliamos muito [o banco de itens] esse ano. Demos um salto extraordinário, fizemos várias oficinas de elaboração de questões, monitoradas pelo Inep com todas as universidades envolvidas, fortalecemos muito o banco de questões." O objetivo, nesse caso, é que um dia o banco tenha um volume suficiente de itens que permita que ele seja aberto para consulta para que os estudantes estudem "o que está lá" e não seja necessário manter sigilo. Atualmente, o MEC não informa o número de questões no banco.

Outro desafio, segundo o ministro, é corrigir as provas de múltipla escolha e a redação, que, neste ano, será devolvida aos candidatos para fins pedagóciso. Mercadante afirmou que este é "um esforço muito grande" que exames do porte do Enem em outros países não realizam.

Outro estudo em andamento no MEC diz respeito ao índice de abstenção da prova --neste ano, a porcentagem de candidatos faltantes foi de 27,9%.

"Estamos estudando também os alunos que se inscrevem e não fazem [o exame], para ver que tipo de providência podemos tomar. Queremos primeiro aperfeiçoar e consolidar o Enem", disse.

China no Ciência sem Fronteiras
O ministro anunciou nesta quarta que os governos do Brasil e da China estão trabalhando juntos na elaboração de um plano na área da educação "para programar as metas e objetivos nos próximos dez anos". Ele vai incluir cinco mil vagas de intercâmbio para universitários brasileiros em instituições chinesas.

Segundo Mercadante, mil dessas vagas já devem ser abertar na próxima semana, e um grupo de 60 reitores está atuando com o MEC para definir as áreas e universidades onde as vagas serão alocadas. Ele destacou que a China é o "primeiro parceiro comercial do Brasil" e a segunda nação em produção científica. "Somos o 13º terceiro no ranking internacional", afirmou. Ambos os países, de acordo com o ministro, já colaboram em áreas como satélites, nanotecnologia, ciências agrárias, manejo da pecuária, genética, produção agrícola.

Em várias universidades, segundo ele, o curso é em inglês. "Mas temos pleno interesse de estimular o ensino do mandarim", afirmou. O acordo entre os países envolve ainda o ensino de português na China e o envio de estudantes chineses às universidades brasileiras.

A professora Sandra Regina Lestinge, da UFPI, recebeu um dos prêmios Santander Universidade Solidária (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)A professora Sandra Regina Lestinge, da UFPI,
recebeu um dos prêmios Santander Universidade
Solidária (Foto: Ana Carolina Moreno/G1)

R$ 1 milhão em prêmios
Mercadante esteve presente nesta quarta-feira da cerimônia de entrega do Prêmio Santander Universidades, que distribuiu prêmios em dinheiro e bolsas de estudos a 21 vencedores e 49 finalistas. Em 2012, a oitava edição do prêmio teve mais de 10 mil projetos inscritos nas categorias Ciência e Inovação, Empreendedores, Universidade Solidária e Guia do Estudante-Destaques do Ano.

Ao todo, 599 universidades brasileiras estaduais, federais e particulares enviaram projetos de pesquisadores, estudantes de graduação e pós-graduação e professores.

Os ganhadores --de universidades públicas e privadas de Alagoas, São Paulo, Rio Grande do Sul, Piauí, Distrito Federal, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Pará, Bahia e Minas Gerais-- receberam R$ 50 mil para investir nos projetos e, nas categorias Ciência e Inovação e Empreendedores, uma bolsa de estudos para a realização de cursos fora do Brasil. Programas de gestão acadêmica realizados pelas instituições também foram premiados com troféus de reconhecimento das iniciativas de integração entre graduação e pós-graduação, combate à evasão, internacionalização e sustentabilidade.

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