Enem 2019

Por G1


Assim que as notas individuais do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2019 foram divulgadas na manhã desta sexta-feira (17), relatos de avaliações diferentes entre candidatos que tiveram o mesmo número de acertos ou notas próximas a zero com número alto de acertos começaram a aparecer nas redes sociais.

Questionado pela TV Globo, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela prova, enviou nota em que esclarece como são calculadas as médias dos candidatos.

De acordo com o Inep, o Enem usa a Teoria da Resposta ao Item (TRI) para calcular a média dos participantes. Esta metodologia avalia se o estudante acertou as questões fáceis e difíceis ou só as difíceis, por exemplo.

Participantes do Enem 2019 relatam problemas na correção do exame — Foto: Reprodução/Twitter

Neste segundo caso, a teoria "entende" que o acerto das questões difíceis foi ocasional – já que para acertá-la, o candidato precisaria demonstrar conhecimento de conceitos mais simples. Quando o candidato erra as questões simples, a TRI o avalia com nota menor do que o candidato que acertou as fáceis e algumas difíceis.

"As escalas de proficiência construídas por meio da TRI são cumulativas em termos de habilidades e de competências. Assim, se um participante tem a nota 600, ele deve responder corretamente tanto itens referentes a habilidades e competências associados a esse ponto quanto itens associados a conteúdos, habilidades e competências descritas nos pontos anteriores", afirma, em nota.

"Quando se considera, por exemplo, um participante com um nível de conhecimento muito bom em ciências da natureza, é esperado que ele acerte as questões mais difíceis e as mais fáceis dessa área do conhecimento. Errar itens considerados fáceis e acertar os mais difíceis revela uma inconsistência do participante, o que indica um possível 'chute' ao responder às questões. Por isso, duas ou mais pessoas que fizeram a mesma edição do Enem e tiveram número igual de acertos podem ter notas diferentes", complementa.

Em novembro, o G1 publicou uma matéria sobre o método, confira abaixo:

Para que existe o TRI?

O TRI apresenta as seguintes diferenças em relação ao método clássico de correção:

  • ao detectar os famosos "chutes", ele avalia melhor o aluno que, de fato, se preparou para a prova;
  • possibilita a comparação entre candidatos que tenham feito diferentes edições do exame;
  • torna mais improvável que dois concorrentes tirem exatamente a mesma nota – já que o resultado final é divulgado com duas casas decimais (816,48 pontos, por exemplo).

Ainda de acordo com o MEC, a TRI é usada desde 1995 nas provas do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), que mede o desempenho de estudantes do ensino fundamental e médio. A teoria começou a ser aplicada no Enem em 2009, para garantir a possibilidade de comparação das notas de diversos anos.

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