VOCÊ SABE...

...o que são neologismos?

São palavras ou expressões novas numa língua. Neologismo é uma palavra de origem grega: “neo” (=novo) + “logo” (=palavra) + sufixo “ismo”.

O elemento “neo” aparece em muitas palavras do nosso dia a dia: neoclássico, neofascista, neolatino, neoliberal, neonazista, neozelandês...

Segundo o novo acordo ortográfico, só devemos usar hífen quando a palavra seguinte começar por “h” ou “vogal igual”: neo-helênico, neo-hamburguês, neo-holandês, neo-orleanês, neorrepublicano, neossalomônico, neoevolucionista, neobudista, neocapitalismo, neofascista, neoliberal, neozelandês...

A polêmica, entretanto, é a aceitação dos neologismos.

Para alguns, somente o registro em nossos dicionários avaliza o uso dessas novas palavras. Outros aceitam qualquer novidade. Muitos têm certas preferências, às vezes sem um critério mais claro.

A palavra “imexível” é um belo exemplo do que estamos falando. Para alguns, o fato de aparecer no dicionário Houaiss significa que seu uso está liberado, como se qualquer falante estivesse proibido de utilizá-la antes da publicação do novo dicionário. O processo de formação da palavra “imexível” está perfeitamente de acordo com os nossos padrões gramaticais: prefixo “i” (negação) + raiz do verbo mexer + sufixo “vel” (possibilidade) = “não pode ser mexido”. É o mesmo processo de insubstituível, invencível, invisível, imutável, indestrutível... Isso significa que não tem nada de “errado” com a palavra “imexível”. O preconceito que há contra a palavra se deve provavelmente à “fonte criadora”...

A língua é sábia. É como se fosse a nossa própria língua a saborear novas palavras. Engolimos as gostosas e cuspimos aquelas que não nos agradam. E isso quem diz é o tempo.

Muitos leitores querem a minha opinião sobre a palavra “bioterrorismo”, que esteve tão em moda em nossos noticiários. Tudo contra o bioterrorismo, nada contra a palavra. Surgiu da necessidade de um fato novo, veio preencher uma lacuna, e foi criada de acordo com os nossos padrões. Isso é enriquecimento vocabular e próprio das línguas vivas. E para quem não sabe, a palavra bioterrorismo já aparece no novíssimo Aurélio.

 

A DICA

Verbos – parte 12

1ª) PODE ou PÔDE ou POUDE?

Poude não existe.

Ele PODE (=presente do indicativo);

Ele PÔDE (=pretérito perfeito do indicativo).

PRESENTE DO INDICATIVO       PRETÉRITO PERFEITO DO INDICATIVO

Eu posso                                          Eu pude

Tu podes                                          Tu pudeste

Ele PODE                                         Ele PÔDE

Nós podemos                                   Nós pudemos

Vós podeis                                        Vós pudestes

Eles podem                                      Eles puderam

 

2ª) Se eu POR, PUZER ou PUSER?

O certo é “se eu PUSER”.

POR (=sem acento) é preposição: “Eu vou POR este caminho”.

PÔR é o infinitivo do verbo: “Eu vou PÔR o livro sobre a mesa.”

PUSER é o futuro do subjuntivo: “Se você PUSER o casaco, sairemos.”

Nas formas verbais de PÔR, o som “zê” é escrito sempre com “s”:

Eu pus, tu puseste, ele pôs, pusemos, puseram, pusesse, pusera, pusermos, puserem...

 

O DESAFIO

Que é um neófilo?

a)    quem tem aversão a tudo que é novo;

b)    quem tem amor a tudo que é novo;

c)    criança recém-nascida.

Resposta:

Letra (b) = neo (novo) + filia (amor). Neófilo é aquele que tem apreço pelas novidades, principalmente pelas inovações artísticas e culturais.

Quem tem aversão a tudo que é novo é neófobo.

Criança recém-nascida é neonato.

 

DÚVIDA DO LEITOR...

Leitor afirma: “Aprendi que é o certo é Alugam-se bicicletas e não Aluga-se bicicletas. Por que o mesmo não ocorre em Pede-se a todos que parem de falar?”

Em “Alugam-se bicicletas”, a partícula “se” é apassivadora e “bicicletas” é o sujeito. Como o sujeito está no plural, o verbo deve concordar no plural. É o mesmo que “bicicletas são alugadas”.

Em “Pede-se a todos que parem de falar”, o que se pede é “que parem de falar”. É um sujeito oracional. Nesse caso, o verbo deve concordar no singular. É como se disséssemos “que parem de falar foi pedido a todos”.

Há quem afirme que a partícula “se” sempre torna o sujeito indeterminado. O verbo, por essa interpretação, também ficaria no singular.