Apazíguo ou apaziguo? Tire essa e outras dúvidas de português
A DICA
Flexões verbais – parte 3
Eu APAZÍGUO ou APAZIGUO?
As duas formas são aceitáveis:
a) No Brasil, usamos APAZÍGUO;
b) Em Portugal, preferem APAZIGUO (=sílaba tônica é a penúltima: “gu”).
Em Portugal, os verbos APAZIGUAR, AVERIGUAR, OBLIQUAR, ARGUIR... apresentam a vogal “u” tônica, nas formas rizotônicas (=1a, 2ª, 3ª pessoa do singular e 3ª do plural dos tempos do presente):
PRESENTE DO INDICATIVO
Eu apaziGUo averiGUo arGUo
Tu apaziGUas averiGUas arGUis
Ele apaziGUa averiGUa arGUi
Nós apaziguamos averiguamos arguimos
Vós apaziguais averiguais arguis
Eles apaziGUam averiGUam arGUem
PRESENTE DO SUBJUNTIVO (=que...)
Eu apaziGUe averiGUe arGUa
Tu apaziGUes averiGUes arGUas
Ele apaziGUe averiGUe arGUa
Nós apaziguemos averiguemos arguamos
Vós apazigueis averigueis arguais
Eles apaziGUem averiGUem arGUam
Observações:
a) Quando a vogal “u” é tônica e seguida de “e” ou “i”, antes do novo
acordo ortográfico,usávamos o acento agudo: que eu apazigúe, tu apazigúes, ele averigúe, eles averigúem; tu argúis, ele argúi, eles argúem...
Este acento agudo foi abolido: que eu apazigue, tu apazigues, ele averigue; tu arguis, ele argui, eles arguem.
b) Quando a vogal “u” não é tônica, é pronunciada e seguida de “e” ou “i”,
antes do novo acordo ortográfico, usávamos o trema: nós argüimos, vós argüis, que nós apazigüemos, averigüemos, averigüeis...
O trema foi definitivamente abolido: nós arguimos, vós arguis, que nós apaziguemos, averiguemos, averigueis...
c) Quando a vogal “u”, tônica ou átona, é seguida de “o” ou “a”, não
devemos usar nem trema nem acento agudo: apaziguo, averiguo, arguo, apazigua, averigua, argua, apaziguamos, averiguamos, arguamos...
d) No Brasil, acentuamos graficamente as formas paroxítonas terminadas
em ditongo: que eu apazígue, tu apazígues, ele averígue; apazíguo, averíguo, apazígua, averigua...
VOCÊ SABE...
...que relação há entre o cavalo e o hipopótamo? Entre o hipopótamo e uma antiga região que ficava entre os rios Tigre e Eufrates? E o que a mesóclise tem a ver com tudo isso?
Então, vamos lá.
O elemento grego para cavalo é “hipo”, daí o hipódromo, que é a
pista (dromo) para cavalos (hipo). Temos ainda o hipismo, o hipocampo (=cavalo marinho) e o hipopótamo, que é o “cavalo (hipo) do rio (potamo)”.
O elemento grego “potamo” significa rio. Daí a Mesopotamia,
região que ficava “entre (meso) rios”, entre os rios Tigre e Eufrates.
E a mesóclise? Agora ficou fácil. É o elemento “meso”, que
significa “entre, no meio de”. A Mesopotâmia ficava entre rios e a mesóclise é a colocação do pronome átono “no meio” do verbo: tornar-me-ei, arrepender-te-ás, far-se-á, realizar-se-ia, encontrar-nos-emos...
E, para terminar, a afirmação de um jovem professor que considera a mesóclise uma coisa pedante e estranha à linguagem brasileira: “Mesóclises, evitá-las-ei”.
O DESAFIO
Pirofobia é aversão...
a) ao fogo;
b) aos homens;
c) à altura.
Resposta:
Letra (a). O elemento grego “piro” significa fogo. Daí o famoso espetáculo pirotécnico (=fogo+arte), que é feito como fogos de artifício.
Aversão a homens é androfobia, e medo de altura é acrofobia.
DÚVIDA DO LEITOR
Deu num bom jornal: “O destino deles passará pelas mãos de uma colega de 25 anos: a chefe da Secretaria Administrativa, a engenheira Ana Paula da Silva de 46 anos.”
O leitor quer saber se a engenheira tem 25 ou 46 anos de idade.
É lógico que a engenheira Ana Paula tem 46 anos de idade e 25 anos de serviço. Mas, o nosso tem leitor razão. A frase está mal construída. Imagine se a frase terminasse no nome da engenheira. Certamente ficaria a dúvida: colega durante 25 anos de trabalho ou colega com 25 anos de idade? É a famosa ambiguidade que tanto prejudica a clareza em textos jornalísticos.