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  • Aula de revisão: concordância verbal (2ª parte)

    Caso 11 – Com pronomes de tratamento
    O verbo concorda na terceira pessoa:
    “Vossa Senhoria já PODE ASSINAR o contrato”;
    “Vossa Majestade já DECIDIU o que vai fazer neste caso?”.

    Caso 12 – Com a partícula apassivadora SE
    O verbo concorda com o sujeito passivo:
    “ALUGA-SE este apartamento”;
    “ALUGAM-SE apartamentos”;
    “Ainda não SE DESCOBRIU a causa da sua morte”;
    “Ainda não SE DESCOBRIRAM os motivos de sua decisão”.

    Caso 13 – Com partícula de indeterminação do sujeito SE
    O verbo fica obrigatoriamente no singular:
    “PRECISA-SE de operários”;
    “Não SE DEVE CONFIAR em estranhos”;
    “Aqui SE VIVE com mais segurança”.

    Caso 14 – Com verbos que expressam fenômenos da natureza
    A concordância deve ser feita no singular. O plural só será possível se o verbo for usado no sentido figurado:
    “CHOVIA sempre aos sábados”;
    “Durante as reuniões, CHOVIAM palavrões”;
    “GEOU durante sete dias”;
    “Os moradores TROVEJAVAM contra o prefeito”.

    Caso 15 – Com sujeito composto
    O verbo concorda no plural:
    “O vizinho e a irmã FORAM à praia”;
    A primeira pessoa predomina sobre as demais (eu e tu = nós / eu e ele = nós):
    “Eu e minha irmã FOMOS à praia”;
    Com sujeito composto posposto, a concordância atrativa é aceitável:
    “FOMOS ou FUI eu e minha irmã”.

    Caso 16 - Com a conjunção OU
    Se houver idéia de exclusão, o verbo concorda com o mais próximo:
    “Ou você ou o diretor TERÁ DE IR a São Paulo amanhã”;
    Se não houver idéia de exclusão (OU = E/OU), a concordância é facultativa:
    “O gerente financeiro ou o contador PODE ou PODEM RESOLVER o caso”;
    Se houver idéia aditiva (OU = E), o verbo concorda no plural:
    “Futebol ou carnaval FAZEM a alegria do brasileiro com a mesma intensidade”.

    Caso 17 - Com sujeito composto por infinitivos
    A concordância é facultativa. A preferência é o uso do verbo no singular:
    “Sorrir e balançar a cabeça não RESOLVE (ou RESOLVEM) seu problema”;
    Se os infinitivos forem antônimos, o verbo concorda no plural:
    “Rir e chorar FAZEM parte da vida”;
    Se os verbos estiverem substantivados, o plural é obrigatório:
    “O entrar e o sair da sala ATRAPALHARAM muito o palestrante”.

    Caso 18 – Com o verbo HAVER
    O verbo HAVER, no sentido de “existir” ou de “acontecer”, é impessoal (=sem sujeito). Deve ser usado sempre no singular:
    “HÁ muitas pessoas na reunião”;
    “Sempre HOUVE muitos acidentes nesta esquina”;
    “Ainda PODE HAVER dúvidas a serem resolvidas”;

    Caso 19 - Com os verbos HAVER e FAZER (= tempo decorrido)
    Os verbos HAVER e FAZER, quando se referem a tempo decorrido, são impessoais (sem sujeito). Devem ser usados sempre no singular:
    “Não nos vemos HÁ duas semanas”;
    “Não nos vemos FAZ duas semanas”;
    “HAVIA dez anos que ele não nos visitava”;
    “DEVE HAVER duas horas que ele saiu”.

    Caso 20 - Com o verbo SER (= tempo e distância)
    O verbo SER, com referência a tempo e distância, concorda com a palavra seguinte:
    “É 1h”;
    “SÃO 2h”;
    “É meio-dia e meia”;
    “SÃO doze horas e trinta minutos”;
    “SÃO 20 quilômetros até o aeroporto”;

    Caso 21 - Com o verbo SER
    O verbo SER, a princípio, pode concordar com o sujeito ou com o predicativo:
    “Tudo É ou SÃO flores”;
    A preferência é a concordância no plural:
    “Sua maior reclamação são os atrasos”;
    “Estes dados são parte de um relatório confidencial”;
    O verbo SER concorda com o pronome pessoal:
    “O professor sou eu”;
    “Os escolhidos fomos nós”.
    As expressões É POUCO, É MUITO, É DEMAIS, É O QUE... são invariáveis:
    “Um é pouco, dois é bom e três é demais”;
    “Dez quilômetros é muito para mim”;
    Nas frases interrogativas, o verbo SER concorda com o predicativo:
    “Quem eram os candidatos?”

  • Aula de revisão: concordância verbal

    Regra básica: o verbo concorda com o sujeito em pessoa e número.

    Caso 1 – Com sujeito simples posposto
    A posição natural do sujeito é antes do verbo, mas a concordância é obrigatória mesmo quando o sujeito aparece depois do verbo:
    “COMPARECERAM à reunião todos os diretores”;
    “Ainda FALTAM dois exercícios”;
    “Para não ser rebaixado, SÃO NECESSÁRIOS no mínimo 40 pontos”.

    Caso 2 – Com sujeito oracional
    Quando o sujeito é formado por uma oração (= frase com verbo), a concordância se faz no singular:
    “Ainda FALTA resolver dois exercícios”;
    “Para não ser rebaixado, É NECESSÁRIO no mínimo chegar a 40 pontos”.

    Caso 3 – Com sujeito simples anteposto
    O verbo concorda obrigatoriamente com o núcleo do sujeito (quando houver a preposição “de”, em geral, o núcleo do sujeito será o substantivo ou o pronome que fica antes da preposição):
    “O PRESIDENTE das organizações Delta VIAJOU a Brasília”;
    “Os ATACANTES do Brasil TREINARAM em separado”;
    “NENHUM dos atacantes TREINOU ontem”.

    Caso 4 – Com partitivos (parte, maioria, metade...)
    Rigorosamente o verbo deve concordar no singular:
    “Grande parte dos alunos já SAIU”;
    “A maioria dos problemas ainda não FOI RESOLVIDA”;
    “Metade dos convocados já ESTÁ em Teresópolis”.

    A concordância (atrativa) no plural com o especificador é aceitável:
    “Grande parte dos alunos já SAÍRAM”;
    “A maioria dos problemas ainda não FORAM RESOLVIDOS”;
    “Metade dos convocados já ESTÃO em Teresópolis”.

    Caso 5 – Com coletivos (grupo, bando, manada...)
    Rigorosamente o verbo deve concordar no singular:
    “Um bando de aves POUSOU no fio”;
    “Uma manada de búfalos SURGIU ao longe”.

    A concordância (atrativa) no plural com o especificador é aceitável:
    “Um bando de aves POUSARAM no fio”;
    “Uma manada de búfalos SURGIRAM ao longe”.

    Caso 6 – Com CERCA DE, PERTO DE, POR VOLTA DE, EM TORNO DE...
    O verbo concordará obrigatoriamente com o núcleo plural:
    “Cerca de duzentas pessoas COMPARECERAM à festa”;
    “Por volta de quinhentas crianças já FORAM VACINADAS”.

    Caso 7 – Com os pronomes QUE e QUEM
    Com o pronome relativo QUE, o verbo concorda com o antecedente:
    “Fui eu que FIZ o trabalho”;
    “Fomos nós que FIZEMOS o trabalho”.

    Com o pronome QUEM, embora alguns autores aceitem a concordância com o antecedente, o mais recomendável é que a concordância seja feita na terceira pessoa do singular:
    “Fui eu quem FEZ o trabalho”;
    “Fomos nós quem FEZ o trabalho”;
    “Quem FEZ o trabalho fomos nós”.

    Com UM DOS...QUE, embora alguns autores aceitem a concordância no singular, o mais recomendável é que a concordância seja feita no plural:
    “Ele é um dos que FIZERAM o trabalho”;
    “Ela é uma das atrizes que FORAM PREMIADAS no festival de Gramado”.

    Caso 8 – Com frações
    Rigorosamente, o verbo deve concordar com o numerador:
    “Um quinto FOI ENTREGUE ao rei”;
    “Três quintos FORAM ENTREGUES ao rei”.

    A concordância atrativa com o especificador é aceitável:
    “Um quinto das nossas riquezas FOI ENTREGUE ou FORAM ENTREGUES ao rei”;
    “Três quintos da sua riqueza FORAM ENTREGUES ou FOI ENTREGUE ao rei”.

    Caso 9 – Com milhão, bilhão, trilhão...
    O verbo concorda com o núcleo:
    “Um milhão FOI GASTO”;
    “Dois milhões FORAM GASTOS”.

    Quando houver especificador, o verbo pode concordar no singular ou preferencialmente no plural:
    “Um milhão de dólares FOI GASTO ou FORAM GASTOS no projeto”.

    Caso 10 – Com percentagens
    O verbo concorda com a percentagem:
    “Somente 1% não COMPARECEU à prova”;
    “Somente 2% não COMPARECERAM à prova”.

    Quando houver especificador, o verbo pode concordar com a percentagem ou preferencialmente com o especificador:
    “Somente 1% dos alunos não COMPARECEU ou COMPARECERAM à prova”;
    “Somente 2% da turma não COMPARECERAM ou COMPARECEU à prova”.

    Se a percentagem estiver determinada, o verbo deverá concordar obrigatoriamente com a percentagem:
    “Estes 10% da turma FORAM REPROVADOS”;
    “Os restantes 90% da turma FORAM APROVADOS com louvor”.

Autores

  • Sérgio Nogueira

    Sérgio Nogueira é professor de língua portuguesa formado em letras pela UFRGS, com mestrado pela PUC-Rio. É consultor de português do Grupo Globo.

Sobre a página

O professor Sérgio Nogueira esclarece dúvidas de português dos leitores com exemplos e dicas que facilitam o uso da língua. Mostra erros comuns e clichês que empobrecem o texto.