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  • Veja mais dicas de concordância

    DICAS DE CONCORDÂNCIA

     

    1. JUNTO ou JUNTOS?

    É um adjetivo e deve concordar com o substantivo a que se refere: “Os fortes sentimentos vêm JUNTOS”; “Em campo, Romário e Ronaldo JUNTOS”; “Uma vitória que a dupla de atacantes quer comemorar jogando JUNTA por muito tempo ainda”.

    Observação 1: JUNTO A / JUNTO DE (=perto de)

    São sinônimos e invariáveis: “Os dois chutes passaram JUNTO À trave”; “Os reservas estão JUNTO DA comissão técnica”; “Os hotéis ficam JUNTO AO viaduto”; “As casas estão JUNTO DA farmácia.”

    Observação 2:

    Devemos evitar o uso de JUNTO A com outro sentido que não seja de “perto de”: “Ele está preocupado com seu prestígio JUNTO À torcida” (É preferível: “...COM a torcida”) ; “O governo solicitou um empréstimo JUNTO AO Banco Mundial” (É preferível: “...NO Banco Mundial”).

     

    2. MEIO ou MEIA?

    Como numeral (=metade), deve concordar: “Tomou MEIO litro de vodca”; “Tomou MEIA garrafa de vodca”; “Tomou uma garrafa e MEIA”; “Leu um capítulo e MEIO”; “São duas e MEIA da tarde”; “É meio-dia e MEIA”.

    Como advérbio (=mais ou menos), é invariável: “A aluna ficou MEIO nervosa”; “A diretoria está MEIO insatisfeita”; “Os clientes andam MEIO aborrecidos”.

     

    3.  BASTANTE ou BASTANTES?

    Como advérbio de intensidade é invariável: “Eles trabalharam BASTANTE para chegar até aqui.” “Eles ficaram BASTANTE cansados.” (Neste caso, é preferível usar “MUITO cansados”)

    Como pronome indefinido (=antes de um substantivo), deverá concordar com o substantivo: “Está com BASTANTES problemas para resolver.” (É melhor: “MUITOS problemas) “O dia fica aberto, com BASTANTE sol em todas as regiões.” (Simplesmente “com sol” seria melhor)

    Devemos evitar o uso de BASTANTE como pronome indefinido.

    Como adjetivo (após um substantivo = suficiente), deve concordar com o substantivo: “Ele já tem provas BASTANTES para incriminar o réu.” (É melhor: “provas SUFICIENTES”) “As provas já são BASTANTES para incriminar o réu.” (É melhor: “As provas já são O BASTANTE para incriminar o réu.” / É preferível: “As provas já são SUFICIENTES para incriminar o réu.”)

     

    VOCÊ SABE...

    ...qual é o numeral ordinal de 200?

     

    Pois fiquem meus leitores sabendo que esta é a ducentésima vez que lhe digo isso. Os números, volta e meia, nos dão alguma dor de cabeça.

    Primeiro foi aquele jornalista que disse: “Fulano de Tal, um septuagenário de 83 anos...” Ora, com mais de 80 anos já é um octogenário. Septuagenário ou setuagenário é quem tem de 70 a 79 anos de idade. Quanto ao número 80, é bom lembrar que o ordinal é octogésimo, e não “octagésimo” como frequentemente ouvimos.

    Na última Bienal do Livro no Rio de Janeiro, mais uma vez tivemos a oportunidade de ouvir, durante a entrevista de um deputado, aquele velho chavão: “A bienal está tão maravilhosa que deveria realizar-se todo ano”. Acho ótima ideia, desde que troque o nome... Bienal todo ano não dá. Para quem não “caiu a ficha”, todo ano seria anual, já que bienal é de dois em dois anos.

    E por falar em políticos, além da incompetência e da corrupção, muitos nos dão um péssimo exemplo de pobreza vocabular. Ninguém mais fala, afirma ou opina; todos “colocam”. A maioria, em vez de perguntar, prefere “colocar uma pergunta”; em vez de expor suas ideias, só quer “fazer colocações”.

    Outro dia, durante uma mesa-redonda, um participante me pediu: “Professor, posso fazer uma colocação?” E eu, rapidamente, respondi: “Em mim, não!”

    E voltando ao Senado, lembrei-me de um triste episódio da acareação, transmitida em rede nacional. Depois de tantas colocações, atingimos o clímax quando um ilustre parlamentar bradou: “Precisamos colocar isso nos anais”. E queria saber de quem? No fundo, todos nós sabemos...

     

    DESAFIO

    O que é pequenez?

    a)    natural ou habitante de Pequim, quem nasce na capital chinesa;

    b)    pequeno cão;

    c)    mesquinhez, insignificância.

     

    Resposta: letra (c): pequenez é a qualidade ou estado de pequeno. Pequenez, no sentido figurado, é mesquinhez, insignificância.

    Quem nasce ou habita a cidade Pequim é pequinês.

    E o cãozinho, apesar de pequeno, também é pequinês.

     

    DÚVIDA DO LEITOR

     

     INRRETORNÁVEL???

    “Professor, não encontramos nos dicionários a palavra inrretornável: Ele fez uma viagem inrretornável. Existe o termo?”

    Meu caro leitor, a palavra “inrretornável” não existe. Na verdade, não existe nenhuma palavra com o grupo “nrr”. Temos “inr” ou “irr”: inremediável ou irremediável, inrestaurável ou irrestaurável, irretorquível, irreversível...

    A nossa viagem sem retorno, por enquanto vai ficar sem retorno mesmo, pois a palavra “irretornável” ainda não está registrada no Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras.


  • Saiba quando devemos usar os artigos definidos

    VOCÊ SABE...

    ...quando devemos usar os artigos definidos (o, a, os, as)?

    No jornalismo em geral, em chamadas e títulos, a tendência é a supressão dos artigos, principalmente os definidos. Há casos, entretanto, que merecem uma atenção especial:

    1a) A diferença principal é a intenção de especificar ou generalizar. Quando estou precisando “de trabalho”, significa trabalho em geral, qualquer um; quando estou precisando “do trabalho”, é um determinado trabalho, já citado anteriormente. Fazer referência “a leis” é fazer referência a leis em geral; fazer referência “às leis” é referir-se a determinadas leis.

    2a) Antes de nomes de pessoas, é um caso facultativo: eu tanto posso fazer referência “a Paulo” quanto “ao Paulo”. Podemos dizer “casa de Paulo” ou “casa do Paulo”. As duas formas são corretas. Há regiões em que o mais frequente é usar o artigo definido; em outras, o mais usual é a omissão; e existem, ainda, regiões onde o uso do artigo definido caracteriza “intimidade”: casa de Paulo (=pessoa não íntima); casa do Paulo (=pessoa íntima, da família, muito amiga).

    Antes de pessoas famosas, jamais usamos o artigo definido: “Marco Antônio foi o grande amor de Cleópatra”; “Romário poderia substituir Ronaldinho”.

    No jornalismo, não usamos artigo antes de nenhum nome de pessoa, famosa ou não.

    3a) Antes de pronomes possessivos, é outro caso facultativo. Podemos dizer “estamos a seu dispor” ou “ao seu dispor”; “esta é minha decisão” ou “a minha decisão”. O artigo definido só é obrigatório se o pronome possessivo estiver “sozinho” (substituindo um substantivo anteriormente citado): “Sua estratégia é melhor que a minha (estratégia)”.

    4a) Antes das horas, o uso do artigo definido é obrigatório: “Trabalhamos das 8h às 20h”. A ausência do artigo altera o sentido. Se “trabalhamos de oito a vinte horas”, estamos dizendo quantas horas trabalhamos. Não estamos definindo a hora quando começamos a trabalhar nem a hora da saída.

    5a) Em enumerações, a repetição é obrigatória antes de substantivos que exijam o artigo: “O Fluminense já venceu o Vasco, o Flamengo e o Botafogo”; “Pretende ir ao Paraguai, à Argentina, ao Uruguai e ao Chile.”

     

    DICA DE CONCORDÂNCIA

    Concordância Verbal com os pronomes QUE e QUEM:

    1a) Quando o sujeito é o pronome relativo “QUE”, a concordância se faz obrigatoriamente com o antecedente (=palavra que está antes do pronome QUE): “Fui eu que falei”; “Foi ele que falou”; “Fomos nós que falamos”.

    2a) Quando o sujeito é o pronome relativo “QUEM”, a concordância se faz normalmente na 3ª pessoa do singular: “Fui eu QUEM RESOLVEU o caso”; “Na verdade, são vocês QUEM DECIDIRÁ a data”.

    Observe que, se invertermos a ordem, não haverá dúvida alguma: “QUEM RESOLVEU o caso fui eu”; “QUEM DECIDIRÁ a data são vocês”.

    Embora pouco usual, não é considerado erro o fato de o verbo concordar com o pronome que antecede o QUEM: “Fomos nós quem RESOLVEMOS o caso.” “Não sou eu quem DESCREVO.”

    Observação: quando não houver o pronome QUE, o verbo deverá obrigatoriamente concordar com o núcleo do sujeito (=pronome que está antes da preposição “de”): “UM dos casais já TINHA mais de vinte anos de vida em comum.” “NENHUM de nós dois PÔDE comparecer ao encontro.” “ALGUÉM da equipe RESOLVEU o problema.” “QUAL de vocês CHEGOU em primeiro?” “QUEM dentre nós ESTÁ DISPOSTO a sair?” “MUITOS de nós LERAM o livro.” Nesse caso poderíamos usar “Muitos de nós LEMOS o livro”, se quiséssemos subentender a ideia de “eu também”.

     

    CRÍTICA DO LEITOR

    “O minuto das chamadas para celulares custa R$ 0,29 de segunda à sábadoentre 21h e 7h”.

    A crítica é correta.

    1o) Não há crase antes de sábado porque, além de ser uma palavra masculina, estamos falando de qualquer sábado (sem artigo = não definimos o sábado): “de segunda a sábado”;

    2o) Estão faltando os artigos antes das horas porque estamos determinando as horas de início e de fim: “...entre as 21h e as 7h. Nesse caso, não ocorre a crase porque não temos a preposição “a”, e sim a preposição “entre”.

     

    DESAFIO

    Se as pessoas não foram discretas, é porque houve muitas...

    a)    indiscreções;

    b)    indiscrições;

    c)    indescrições.

     

    Resposta:

    Letra (b) = in (=negação) + discrição (=qualidade de quem é discreto). Descrição é o “ato de descrever”.

    Discreção não existe.


  • Saiba quando usar o hífen para separar palavras iniciadas com 'mini'

    De tempo em tempo, sou obrigado a voltar ao assunto. É humanamente impossível responder a todas as perguntas que são enviadas para esta coluna. O interesse dos meus leitores me deixa felicíssimo, mas, ao mesmo tempo, fico muito chateado por não poder atender a todos.

    Como já disse aqui, são mais de 100 perguntas por mês. É importante lembrar que o G1 não está oferecendo um serviço de “tira-dúvidas” pela internet, como alguns leitores imaginam. Para nós, as dúvidas são contribuições para esta coluna. A seleção é feita obedecendo a alguns critérios. O primeiro, obviamente, é que eu saiba responder ou, pelo menos, tenha uma opinião a respeito. Também damos preferência a perguntas de interesse mais amplo. Perguntas muito específicas geralmente ficam “na reserva”. Outro critério é o da “repetição”. É aquela pergunta que volta com certa frequência.

    Para “aplacar a ira” de alguns leitores, selecionei para hoje algumas perguntas que me permitiram respostas curtas. Estão de volta as “rapidinhas”:

    1a) “Devemos mesmo escrever todas as palavras com o “mini” incorporado à palavra ou separado sem hífen ou com hífen?”

    Segundo o novo acordo ortográfico, só há hífen quando MINI antecede palavras iniciadas por H ou vogal igual (i): mini-hospital, mini-internato...

    Nos demais casos, o elemento “mini” deve ser usado sempre “junto”, sem hífen: minissaia, minissérie, miniusina, minirreator, minidesvalorização, minibar, minienvelopes, minipãezinhos...

    2a) “Noventa por cento do paisagismo, desenhado por Roberto Burle Marx, já foi restaurado. O correto não seria já foram restaurados?”

    A concordância com as percentagens é um tema bastante polêmico. Há quem prefira a concordância com o número percentual: “Noventa por cento do paisagismo foram restaurados”; e aqueles que preferem a concordância com o especificador: “Noventa por cento do paisagismo foi restaurado”. Não é, portanto, uma questão de certo ou errado. É uma questão mais de estilo ou preferência. A minha constatação é que hoje há uma visível preferência pela concordância com o especificador: “Sessenta por cento da população já foi vacinada”, “Um por cento das crianças foram vacinadas”.

    3a) “Está certo dizer ‘tenho soltado todos os pássaros engaiolados que encontro’ e ‘o delegado havia soltado ontem esse ladrão’?”  

    Está corretíssimo. Para os verbos que apresentam particípios abundantes (=solto e soltado, aceito e aceitado, entregue e entregado, suspenso e suspendido...), devemos adotar a seguinte regra: a) com os verbos ter e haver, devemos usar a forma regular terminada em “-ado” ou “-ido”: “tinha ou havia soltado os pássaros”, “havia aceitado o convite”, “tinha entregado os documentos”, “tinha ou havia suspendido os jogadores”... b) com os verbos ser ou estar, devemos usar a forma irregular: “os pássaros foram soltos”, “o convite foi aceito”, “os documentos serão entregues”, “os jogadores estavam suspensos”...

    4a) “Já vi escrito num livro de português adeqúo e argúo. Acredito na existência dessas formas, pois, em certas situações, não há outra opção.”

    Rigorosamente, o verbo adequar é defectivo, ou seja, não apresenta algumas formas. Para a maioria dos estudiosos não existe a forma “adeqúo”. A solução é substituir por um verbo sinônimo ou expressão equivalente: em vez de “eu me adeqúo à atual situação”, poderia ser “eu já estou adequado à atual situação” ou “estou me adequando à atual situação”.

    O verbo arguir não é defectivo. A 1ª pessoa do singular do presente do indicativo é “eu arguo”. O detalhe é que não há acento agudo na vogal “u”, embora a sílaba tônica seja a penúltima (=”gu”). Devemos pronunciar “arguo”.

     

    PÊGO, PEGO ou PEGADO?

    Dúvida do leitor: “Na minha juventude nunca ouvi alguém falar que “foi pêgo”. Agora, a TV (Rio e São Paulo passam o tempo falando essa asneira. Até o jornal que se acha o melhor do país, que é a F. São Paulo, caiu nessa). Sob a minha óptica, respaldado no Caldas Aulete e no Delta Larouse, pêgo é uma ave. Para mim, o Aurélio é um dicionário popular da língua portuguesa. É bom tê-lo para tirar dúvidas, mas com visão crítica.”

    Meu caro leitor, eu também aprendi na minha juventude que o particípio do verbo pegar era somente pegado: “Ele tinha pegado os documentos”, “Ele foi pegado em flagrante”.

    O problema é que as línguas são vivas, elas evoluem, elas se transformam. E isso não é um fenômeno exclusivo da língua portuguesa. O difícil é estabelecer um critério para aceitar ou não as novidades linguísticas.

    Entretanto é fato que a forma pego (“pêgo” em algumas regiões e “pégo” em outras) está consagradíssima. Hoje há registrosem várias obras da nossa literatura e nos estudos de muitos especialistas.

    Sugiro que você, meu caro leitor, não sofra tanto, senão terá que procurar algum cardiologista. Que fique bem claro: se usarmos a forma pegado, estamos falando corretamente. Quanto à forma pego, é perfeitamente aceitável na fala coloquial e discutível em textos que exijam o chamado padrão culto da nossa língua. Inaceitável é exigir que o candidato ao vestibular, por exemplo, saiba se o gramático Fulano de Tal considera  a forma pego “certa” ou “errada”.

     

    POR QUE ou POR QUÊ?

    Pergunta de leitor: “Reforma Agrária, por que? ou Reforma Agrária, por quê?”

    Segundo as nossas regras ortográficas, a palavra que, no fim da frase, interrogativa ou não, torna-se tônica. Daí a necessidade do acento circunflexo: “Reforma Agrária, por quê?”


  • Confira mais exemplos de falsos sinônimos e saiba diferenciá-los

    Conforme o prometido, voltamos hoje ao problema dos falsos sinônimos. São mais alguns casos para você tirar suas dúvidas.

    Qual é a diferença entre...

     

    1. REFUTAR  e  REJEITAR?

    REFUTAR = contestar; REJEITAR = negar, não aceitar.

    “Os diretores REFUTARAM os nossos argumentos.”

    “A nossa proposta foi REJEITADA.”

     

    2. IMPLANTAR  e  IMPLEMANTAR?

    IMPLANTAR = dar início; IMPLEMENTAR = desenvolver, pôr em prática.

    “É um sistema novo que ainda não foi IMPLANTADO na nossa empresa.”

    “Os procedimentos já estão escritos e aprovados. Falta só a IMPLEMENTAÇÃO.”

    Alguns dicionários não fazem mais essa distinção. Consideram IMPLANTAR e IMPLEMENTAR palavras sinônimas.

     

    3. CONFISCAR  e  DESAPROPRIAR?

    CONFISCAR = sem indenização; DESAPROPRIAR = com indenização.

    “O coroa portuguesa CONFISCOU os bens de Tiradentes.”

    “Para a construção do metrô, vários imóveis foram DESAPROPRIADOS.”

     

    4. ROUBAR  e  FURTAR?

    ROUBAR = com violência; FURTAR = sem violência, ameaça, constrangimento...

    “Parou num sinal vermelho e teve seu carro ROUBADO.”

    “O cleptomaníaco é aquele que tem a mania de FURTAR.”

     

    5. DESCRIMINAR  e  LEGALIZAR?

    DESCRIMINAR = inocentar de um crime, descriminalizar; LEGALIZAR = tornar legal.

    “O projeto queria DESCRIMINAR o uso de maconha.”

    “O objetivo é LEGALIZAR o jogo do bicho.”

     

    6. COM RESERVAS  e  RESERVADAMENTE?

    COM RESERVAS = com cuidado, com restrições; RESERVADAMENTE = sigilosamente, confidencialmente.

    “Tratou do assunto COM RESERVAS.” (=não abriu o jogo, não disse tudo que sabia);

    “Tratou do assunto RESERVADAMENTE” (=a sós, confidencialmente).

     

    7. EM PRINCÍPIO  e  A PRINCÍPIO?

    EM PRICÍPIO = em tese, em teoria; A PRINCÍPIO = no começo, inicialmente.

    “EM PRINCÍPIO, ele é contra o aborto.” (=por princípios, talvez religiosos);

    “A PRINCÍPIO sou contra as suas ideias.” (=num primeiro momento).

    As edições mais recentes dos nossos principais dicionários já consideram EM PRINCÍPIO sinônimo de A PRINCÍPIO no sentido de “inicialmente, num primeiro momento”.

     

    8. AO INVÉS DE  e  EM VEZ DE?

    AO INVÉS DE = ao contrário de; EM VEZ DE = em lugar de.

    “Entrou à direita AO INVÉS DE entrar à esquerda.” (direita e esquerda se opõem);

    “Foi à praia EM VEZ DE ir ao jogo.” (ir à praia e ir ao jogo não são coisas opostas).

     

    9. DE ENCONTRO A  e  AO ENCONTRO DE?

    DE ENCONTRO A = contra; AO ENCONTRO DE = a favor.

    “O carro foi DE ENCONTRO AO poste.” (=o carro se chocou contra o poste)

    “Ficamos felizes, pois o projeto vem AO ENCONTRO DAS nossas necessidades.”

     

    10. TODO  e  TODO O?

    TODO = qualquer; TODO O = inteiro.

    “Ele é capaz de fazer TODO trabalho.” (=qualquer trabalho, todos os trabalhos);

    “Ele é capaz de fazer TODO O trabalho.” (=aquele trabalho inteiro).

     

    UMA DICA

    Quando o substantivo é qualificado por mais de um adjetivo, tratando-se de seres diferentes, o substantivo fica no PLURAL (ou no singular, se repetir o artigo):

    “Completou OS CURSOS básico e intermediário.”

    “Completou o CURSO básico e o intermediário.”

    “Precisam aprender AS LÍNGUAS inglesa, espanhola e alemã.”

    “Precisam aprender aLÍNGUA inglesa, a espanhola e a alemã.”

     

    UMA DÚVIDA

    Leitor quer saber qual é a concordância correta: “primeiro e segundo grau” ou “primeiro e segundo graus”?

    O correto é “primeiro e segundo graus”.

    Também estaria correto “o primeiro e o segundo grau”.

    O mesmo ocorre em “sétima e oitava séries” ou “na sétima e na oitava série”.


Autores

  • Sérgio Nogueira

    Sérgio Nogueira é professor de língua portuguesa formado em letras pela UFRGS, com mestrado pela PUC-Rio. É consultor de português do Grupo Globo.

Sobre a página

O professor Sérgio Nogueira esclarece dúvidas de português dos leitores com exemplos e dicas que facilitam o uso da língua. Mostra erros comuns e clichês que empobrecem o texto.