Órgão que faz parte da inteligência do Reino Unido alegou que Huawei não fez progressos na segurança de seus equipamentos de telecomunicações. — Foto: REUTERS/Aly Song
A Huawei, empresa chinesa de telecomunicações, não conseguiu resolver problemas de segurança digital apontados por uma agência do Reino Unido, de acordo com um relatório divulgado nesta quinta-feira (1º).
O Centro Nacional de Cibersegurança do Reino Unido (NCSC, na sigla em inglês) pediu no ano passado que a Huawei reescrevesse seus códigos para resolver uma vulnerabilidade em seus produtos de telecomunicações.
A companhia chinesa resolveu o problema, mas criou outras "grandes falhas" no produto, segundo a agência britânica.
Os detalhes sobre as intervenções foram divulgadas em um relatório anual de um corpo de monitoramento da Huawei no Reino Unido, que busca reduzir os riscos de segurança que possam existir em partes críticas da infraestrutura de telecomunicações do país.
'Garantias limitadas'
O painel – que inclui autoridades da inteligência britânica – disse que a Huawei fez progresso limitado para a resolução de problemas apontados no ano passado, de acordo com a Reuters.
O grupo afirmou que não tem confiança de que a empresa poderia completar uma reformulação completa de segurança em seus equipamentos, como havia prometido.
Os problemas de engenharia e práticas de segurança da Huawei daria "garantias limitadas" de que todos os riscos às redes do Reino Unido poderiam ser reduzidas no longo prazo.
Restrições dos EUA
A publicação desse relatório acontece 3 meses depois de o Reino Unido proibir que operadoras britânicas instalem novos equipamentos fabricados pela Huawei a partir de 2021.
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A companhia chinesa poderia continuar oferecendo manutenção para os produtos existentes, mas a ideia é que a infraestrutura de 5G não conte com a presença da empresa até 2027.
A decisão foi tomada depois de os Estados Unidos bloquearam a compra de tecnologia americana pela Huawei, alegando que a companhia representa riscos à segurança nacional.
Os serviços de segurança do Reino Unido afirmaram que com a limitação de compra de chips vindos EUA não poderiam garantir a segurança dos equipamentos chineses.
A Huawei nega as alegações dos EUA.
Falhas não foram exploradas
A companhia afirma que o relatório do Reino Unido mostra que as vulnerabilidades encontradas não são um resultado de "interferência do Estado chinês".
"O relatório reconhece que, embora nosso processo de transformação de software esteja em seus primeiros passos, fizemos progressos na melhoria de nossas capacidades de engenharia", disse um porta-voz da empresa, de acordo com a Reuters.
O painel do Reino Unido disse que não teve conhecimento de que as vulnerabilidades tenham sido exploradas por hackers de nações-estado, mas que os problemas representavam sérios riscos.
"A NCSC não acredita que os defeitos identificados sejam resultado de interferência do Estado chinês".
Na última quarta-feira (30), a Huawei disse que está pronta para ter sua tecnologia examinada minuciosamente para mostrar que não representa qualquer risco de segurança aos países que incluírem seus equipamentos em redes de telefonia móvel 5G.