30/12/2015 11h03 - Atualizado em 30/12/2015 11h41

Impostos pagos por brasileiros chegam a R$ 2 trilhões este ano

No ano passado, o Impostômetro alcançou a marca de R$ 1,8 trilhão.
Painel soma impostos, taxas e contribuições pagos pelos brasileiros.

Do G1, em São Paulo

Pessoas observam painel eletrônico da Associação Comercial de São Paulo, instalado no centro da cidade, que indica a arrecadação de 2 trilhões de reais de impostos em 2015 (Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo)Pessoas observam painel eletrônico da Associação Comercial de São Paulo, instalado no centro da cidade, que indica a arrecadação de 2 trilhões de reais de impostos em 2015 (Foto: Werther Santana/Estadão Conteúdo)

Pela primeira vez em um ano foi alcançada às 11h desta quarta-feira (30) a marca inédita de R$ 2 trilhões que foram pagos pelos brasileiros em impostos, segundo o "Impostômetro" da Associação Comercial de São Paulo (ACSP).

 

O valor de R$ 2 trilhões equivale ao montante pago em impostos, taxas e contribuições no país desde o primeiro dia do ano. O dinheiro é destinado à União, aos estados e aos municípios.

“Se fossem melhor aplicados, R$ 2 trilhões em tributos pagos pelas empresas e cidadãos seriam mais do que suficientes para atender às necessidades de todos os brasileiros”, diz Alencar Burti, presidente da ACSP e da Facesp (Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo).

“É imprescindível uma reforma tributária no Brasil, que só poderá ser feita se houver solução satisfatória para a crise política, na urgência que o País requer”, defende Burti.

No ano passado, o Impostômetro alcançou a marca de R$ 1,8 trilhão no dia 29 de dezembro. Em 2013, Impostômetro ficou em torno de R$ 1,7 trilhão.

Estudo
Levantamento encomendado pela ACSP ao Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT) revela que com o Brasil fechando o ano de 2015 com arrecadação nominal superior a R$ 2 trilhões, há um crescimento nominal de 2,8% sobre 2014, quando foi arrecadado R$ 1,95 trilhão.

Os tributos federais representam 65,95% da arrecadação de R$ 2 trilhões. Já os tributos estaduais equivalem a 28,47% e, os municipais, a 5,58%.

Individualmente, o tributo de maior arrecadação é o ICMS (19,96% do total), seguido do INSS (19,18%), Imposto de Renda (15,62%) e Cofins (10,13%).

Segundo o estudo, é possível, com R$ 2 trilhões, construir mais de 90 milhões de casas populares de 40 m², fornecer medicamentos para a população brasileira por mais de 800 meses, pagar mais de 2,6 bilhões de salários mínimos, construir mais de 20 milhões de km de redes de esgoto, mais de 1,8 milhão de km asfaltados de estradas ou mais de 7 milhões de postos de saúde equipados, comprar mais de 9 trilhões de cestas básicas, contratar mais de 160 milhões de professores do ensino fundamental por ano, fornecer cestas básicas para toda a população brasileira por 42 meses ou mais de 16 trilhões de Bolsas Família.

Além disso, dois trilhões de notas de R$ 1 correspondem, empilhadas, à altura de 6.666.666 prédios de 100 andares cada um. Se cada nota fosse um litro de água, corresponderia à vazão de 112 horas das Cataratas do Iguaçu. E, com as notas, seria possível preencher a metragem quadrada de 16 cidades do tamanho de São Paulo.

A ferramenta
O Impostômetro completou uma década neste ano. O painel eletrônico que calcula a arrecadação em tempo real está instalado na sede da associação, na Rua Boa Vista, região central da capital paulista.

O objetivo da ferramenta é conscientizar o cidadão sobre a alta carga tributária e incentivá-lo a cobrar os governos por serviços públicos de qualidade.

Pelo portal www.impostometro.com.br, é possível descobrir o que dá para os governos fazerem com todo o dinheiro arrecadado. Por exemplo, quantas cestas básicas é possível fornecer, quantos postos de saúde podem ser construídos. No portal também é possível levantar os valores que as populações de cada estado e município brasileiro pagaram em tributos.

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