Por Daniel Silveira e Taís Laporta, G1


Setor de serviços cresce 1% e tem melhor abril em 4 anos, diz IBGE

Setor de serviços cresce 1% e tem melhor abril em 4 anos, diz IBGE

O volume do setor de serviços do país cresceu 1% no mês de abril frente a março com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira (14) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o maior crescimento desde março de 2016, quando o indicador subiu 1,2%. Foi também o melhor resultado para abril desde 2013, quando houve alta de 2,1%.

Setor de serviços
Variação no mês de abril, em relação a março
Fonte: IBGE

“Desde novembro o setor vinha apresentando resultados positivos. Março é que quebrou essa sequência”, apontou o analista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Roberto Saldanha.

O economista destacou, no entanto, que abril apresentou resultado acima dos meses anteriores. Segundo ele, o resultado tem relação direta com o desempenho da indústria. “O setor de serviços tende muito a acompanhar a indústria. Então, o que mais ajudou esse crescimento de abril foi a produção industrial, que cresceu 0,6%, e o de transporte, que cresceu 1%”, disse.

Comparação anual tem forte queda

Categoria de transportes puxou o crescimento do setor de serviços em abril — Foto: Fábio Vieira/Fotorua/Estadão Conteúdo

Saldanha ressaltou que na comparação com abril de 2016, houve queda de 5,6%, o maior recuo para o mês na série da pesquisa, seguindo as retrações de 5,2% em março e 5,3% em fevereiro, diz o IBGE. O setor vem apresentando perda em todos os meses desde janeiro de 2015, com exceção de março de 2015, quando houve crescimento de 2,3%.

Na comparação com abril de 2016, houve queda de 5,6%, o maior recuo para o mês na série da pesquisa

O pico da série histórica na comparação interanual para o mês de abril foi em 2013, quando o indicador ficou em 7,9%.

No acumulado em 12 meses, houve queda de 5% no volume de serviços. “O indicador de recuperação do setor é quando esse acumulado de 12 meses começar a melhorar. Então, por enquanto, os dados não apresentam recuperação. Apesar dele ter crescido em abril, ele não foi suficiente para impactar no acumulado em 12 meses”, enfatizou o pesquisador.

Segmentos em destaque

A categoria de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correio puxou a taxa positiva de abril, com crescimento de 1%, na série que retira os efeitos sazonais. Os segmentos de serviços de informação e comunicação e outros serviços tiveram quedas de 0,2% e 5,8%, respectivamente.

Já o agregado especial das atividades turísticas recuou 2,0% frente a março, segundo o IBGE. Os segmentos de serviços prestados às famílias e serviços profissionais, administrativos e complementares não subiram.

Com esses resultados, a taxa acumulada no ano caiu 4,9% e, em 12 meses, recuou 5,0%.

Revisão de março

O IBGE revisou o resultado do setor para o mês de março, quando apresentou o maior recuo para o mês desde 2012. Em vez da queda de 2,3% anteriormente divulgada, o volume de serviços caiu 2,6% no mês – uma diferença de 0,3 ponto percentual. Segundo o instituto, a revisão foi feita a partir da retificação de dados apresentados pelos próprios informantes que participam da pesquisa.

Ministro comenta em rede social

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, comentou em seu perfil no Twitter o desempenho do setor. Segundo ele, o avanço em abril "é mais um sinal de recuperação da economia". “Serviços era o único componente negativo do PIB no 1º trimestre. Resultado de abril mostra reação deste setor”, postou. De acordo com o ministro, a área de transporte foi o destaque no avanço de abril em relação a março.

Repercussão

Apesar do resultado positivo em abril, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revisou para baixo a projeção do volume de receitas do setor, de queda de 2,6% para recuo de 3% em 2017. Segundo a entidade, encerrado o primeiro quadrimestre de 2017, ainda não é possível identificar qualquer indício de recuperação do nível de atividade nos serviços.

Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!
Mais do G1