Feriado começa sem bloqueios de caminhoneiros nas estradas federais

Feriado começa sem bloqueios de caminhoneiros nas estradas federais

No 11º dia de greve dos caminhoneiros, a maioria dos estados amanheceu nesta quinta-feira (31) sem bloqueios ou protestos nas estradas. Chegaram a ser registrados atos em cinco estados, mas eles foram encerrados ao longo da manhã. A manifestação de caminhoneiros autônomos no Porto de Santos, em São Paulo, também foi encerrada.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou que, ao meio-dia, não havia mais aglomerações de caminhoneiros em rodovias federais. Mais cedo, eram nove os pontos de concentração. Na noite de quarta, eram 197 pontos.

Com o fim dos atos, o abastecimento de comida e combustível de muitas cidades já melhorou. É o caso das capitais de Sergipe, São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Pernambuco, além do Distrito Federal.

Punição para postos

No final da tarde, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, divulgou as punições previstas para os postos que não repassarem aos consumidores a redução de R$ 0,46 no preço do litro do óleo diesel. A redução faz parte do acordo do governo com os caminhoneiros para tentar por fim à greve da categoria.

Segundo Padilha, o posto de combustível que a partir desta sexta (1º) comprar diesel com preço menor terá de repassar o desconto ao consumidor. As punições possíveis em caso de descumprimento são:

  • Multa de até R$ 9,4 milhões;
  • Suspensão temporária da atividade;
  • Cassação da licença do estabelecimento;
  • Interdição do estabelecimento comercial.

Combustível

Postos de Curitiba amanheceram sem fila nesta quinta-feira (31) — Foto: João Salgado/RPC

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) afirmou que cerca de 70% do abastecimento de combustíveis do país voltou ao normal.

Em Pernambuco, após a desobstrução do Porto de Suape e a chegada de combustível em muitos postos do Grande Recife, as filas para abastecer começaram a diminuir.

No Distrito Federal, 32 caminhões-tanque carregados de álcool anidro, usado na mistura com a gasolina pura (tipo A), que foram abastecidos em Quirinópolis (GO) chegaram às distribuidoras de Brasília por volta de 1h30 de quinta. No final da tarde, o governo informou que a entrega de combustível aos postos foi normalizada. O carregamento será suficiente para garantir o abastecimento de toda a cidade durante, pelo menos, uma semana.

No Paraná, a cidade de Curitiba amanheceu sem filas de veículos para abastecer nos postos de combustíveis. Em São Paulo, as filas também estavam pequenas no início da manhã, mesmo com parte dos postos ainda fechados. No Rio de Janeiro, o reabastecimento total ainda deve demorar até cinco dias, mas a situação estava muito melhor nesta quinta: poucas filas foram registradas nos postos.

No Tocantins, em Rondônia e Roraima, o abastecimento de combustível também está normalizando aos poucos. No Rio Grande do Norte, o abastecimento deve ser normalizado até segunda-feira, segundo o Sindipostos.

Já em Minas Gerais, vários postos estavam com filas gigantes na manhã desta quinta em Belo Horizonte. Em Mato Grosso, a cidade de Cuiabá tinha postos ainda estão fechados por falta de combustível. Em Goiás, motoristas também sofreram para abastecer – 70% dos postos estão desabastecidos. As filas são quilométricas.

Alimentos

Preços dos alimentos começam a voltar ao habitual na Ceasa, na Zona Norte do Rio — Foto: Reprodução/ TV Globo

A Ceasa, em Irajá, principal central de abastecimento do Rio de Janeiro, ficou aberta desde as 4h30. Produtos cujos preços dispararam durante os dias de protesto começaram a voltar aos valores habituais. A caixa de banana, que chegou a custar R$ 100, estava sendo vendida a R$ 18. E 30 dúzias de ovos, que chegaram a custar R$ 180, eram vendidas por R$ 120.

A Ceagesp, que abastece São Paulo, também começou a receber alimentos do interior nesta quinta-feira. Até 9 de junho, os portões ficarão abertos 24 horas para carga e descarga de mercadorias.

Na Zona Oeste do Recife, movimento vai voltando à normalidade no Ceasa, com fila de caminhões para descarregar nesta quinta-feira (31) — Foto: Reprodução/TV Globo

O movimento estava sendo normalizado no Centro de Abastecimento e Logística de Pernambuco, na Zona Oeste do Recife. Dentro do centro, caminhões fizeram filas para descarregar produtos. Nesta quinta-feira, seis caminhões de batata inglesa chegaram no local, e o preço, que chegou a custar R$ 10 o quilo, baixou para R$ 6.

Na Ceasa-DF, a movimentação de produtores, vendedores e clientes passou de uma queda de 70% na segunda (28) para 30% nesta quinta. A caixa de tomate, que chegou a custar R$ 150, caiu para R$ 60. A batata inglesa, que foi encontrada com preço 500% acima do usual – sacos de 20 kg eram vendidos a R$ 300 – está custando R$ 150. O preço médio é R$ 50.

Em Minas Gerais, a Ceasa foi aberta excepcionalmente para receber produtos. A comercialização não estava toda normalizada, mas havia banana, maçã, batata-doce, abacaxi, mamão havaí, tomate e cebola, por exemplo, para a venda.

No Rio Grande do Norte, ainda há escassez de produtos. No Maranhão, o desabastecimento chegou a 60% nesta quinta. No entanto, o movimento melhorou.

Gás

O primeiro carregamento de gás que chegou a Goiânia foi destinado aos hospitais; distribuidoras da capital colaram recados informando falta do produto para clientes.

Algumas distribuidoras da Região Metropolitana do Recife já possuem gás de cozinha para vender, mas ainda havia pontos em que não chegaram botijões nesta quinta. No Agreste e Sertão de Pernambuco, o gás deve chegar em até sete dias.

Na Paraíba, cerca de 20 mil botijões de gás chegaram nesta quinta-feira, segundo o sindicato. Desde as 7h, as distribuidoras do produto começaram a fazer o repasse para as revendedoras.

O DF amanheceu com os estoques de gás de cozinha reabastecidos. Sete carretas, trazendo 12 mil botijões de 13 quilos (modelo residencial), chegaram à capital no fim da tarde desta quarta (30).

Aeroportos

Infraero: cinco aeroportos ainda estão sem combustível

Infraero: cinco aeroportos ainda estão sem combustível

Segundo o Bom Dia Brasil, cinco dos aeroportos administrados pela Infraero ainda estão sem combustível: Palmas, Cuiabá, Imperatriz (MA), Juazeiro do Norte (CE) e Protásio de Oliveira (PA).

Veja a situação dos estados:

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