Taxa de desemprego volta a cair e atinge o menor índice deste ano
No terceiro trimestre de 2017, a taxa de desemprego no país chegou a 12,4% - a menor do ano, segundo dados da Pnad Contínua, divulgados nesta terça-feira (30) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Apesar dessa diminuição, a desocupação ainda atinge cerca de 13 milhões de brasileiros.
No trimestre anterior, de junho a agosto, a taxa havia ficado em 13% e no mesmo período de 2016, de julho a setembro, o índice chegou a 11,8%. Nessa base de comparação, o índice de setembro é o mais elevado para o período.
“O mercado de trabalho não está estático. Ele está se movimentando. Ainda não podemos dizer se essa movimentação é favorável ou não", disse o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.
"A gente tem um ponto favorável que é o aumento da ocupação, o aumento da massa de rendimento, mas no lado negativo temos a informalidade crescendo acima da população ocupada e você não vê movimentação alguma na carteira de trabalho”, completou o coordenador do IBGE.
Em setembro, o número de desocupados chegou a 13 milhões de pessoas. Trata-se de queda de 3,9% em relação aos três meses anteriores. Já na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, esse contingente subiu 7,8%.
Queda no desemprego segue puxada pela informalidade, aponta IBGE
Mais trabalho sem carteira assinada
Com a queda do desemprego, a população ocupada aumentou e chegou a 91,3 milhões, uma alta de 1,2% em relação ao trimestre anterior e de 1,6% sobre 2016.
O número de empregados com carteira de trabalho assinada não acompanhou esse crescimento e ficou estável em 33,3 milhões na comparação com o trimestre de abril a junho. Já em relação ao mesmo período do ano passado, o número caiu 2,4%, ou seja, cerca de 800 mil pessoas perderam o registro na carteira.
Cimar alertou para possíveis impactos que a redução de postos de carteira de trabalho podem provocar na economia. "Carteira de trabalho assinada é garantia para a concessão de crédito, por exemplo."
“O que tem elevado a taxa de ocupação é o emprego sem carteira e é o trabalhador por conta própria, que indicam a informalidade. Ou seja, é positiva a queda da desocupação, mas ela se dá pela criação de postos de trabalho com menor qualidade”, afirmou Azeredo.
Segundo os grupamentos de atividade, aumentou o número de ocupados nos ramos de alojamento e alimentação (mais 175 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (mais 241 mil pessoas) e administração pública (mais 249 mil pessoas).
Conta própria
Sem emprego, Francisco e a família passaram preparar marmitas em casa para vendê-las na rua — Foto: Daniel Silveira/G1
Apesar dessa leve queda do desemprego, o número de trabalhadores por conta própria segue aumentando. No trimestre de julho a setembro, esse grupo chegou a 22,9 milhões: um crescimento de 1,8% sobre o trimestre anterior e de quase 5% em relação a 2016.
Os trabalhadores por conta própria são os profissionais autônomos, grupo que reúne desde vendedores ambulantes até advogados ou dentistas. A maioria não tem empresa aberta e o seu aumento no mercado de trabalho indica um crescimento da informalidade, segundo especialistas.
A quantidade de empregadores, 4,2 milhões, ficou praticamente igual em relação aos trimestres anteriores. A categoria dos trabalhadores domésticos também não teve alteração e foi estimada em 6,2 milhões de pessoas.
Rendimento
O rendimento médio de quem está empregado ficou em R$ 2.115 - estável tanto em relação ao trimestre anterior quanto ao mesmo período do ano passado.
Em relação ao trimestre de julho a setembro de 2016, a renda entre os trabalhores de agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura cresceu aproximadamente 8%.
Destaques da Pnad de setembro:
- O desemprego ficou em 12,4% no trimestre encerrado em setembro;
- O país tinha 13 milhões de desempregados, uma queda de 3,9% em relação ao trimestre anterior;
- O número de desempregados cresceu 7,8% frente ao mesmo trimestre de 2016;
- O contingente de trabalhadores com carteira assinada atingiu o menor patamar da série histórica da pesquisa, 33,3 milhões.