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Por Alexandro Martello, Lais Carregosa, g1 — Brasília


  • Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou nesta quarta-feira (18) que a equipe econômica pode adotar, no futuro, novas medidas de cortes de gastos.

  • Declarações foram dadas durante entrevista na portaria do Ministério da Fazenda. Ele tem almoço com Pacheco para tratar da tramitação do pacote de cortes de gastos.

  • Diante da disparada do dólar e dos juros futuros ele não descartou a possibilidade de estar ocorrendo um ataque especulativo à economia brasileira.

  • Banco Central efetuou, nos últimos dias, intervenções no câmbio, por meio da venda de moeda norte-americana no mercado à vista e, também, dos chamados leilões de linha.

  • Mesmo assim, o dólar tem operado pressionado, enquanto analistas aguardam o andamento do pacote de cortes de gastos no Congresso Nacional.

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversa com jornalistas. — Foto: TV Globo/ Reprodução

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, indicou nesta quarta-feira (18) que a equipe econômica pode adotar, no futuro, novas medidas de cortes de gastos.

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"Eu nunca falei que isso [processo de cortes de gastos] é um trabalho que se encerra. Não se encerra. Nós vamos acompanhá-lo. Vamos fazer uma avaliação do que foi aprovado, nós temos também a questão da desoneração da folha que tem uma pendência no Supremo que nós vamos resolver", afirmou o ministro, a jornalistas.

Diante da disparada do dólar e dos juros futuros, que servem de base para as taxas bancárias, ele não descartou a possibilidade de estar ocorrendo um ataque especulativo à economia brasileira.

"Há contatos conosco falando em especulação, inclusive jornalistas respeitáveis falando disso. Eu prefiro trabalhar com os fundamentos, mostrando a consistência do que nós estamos fazendo em proveito do arcabouço fiscal para estabilizar isso. Mas pode estar havendo [ataque especulativo]. Não estou querendo fazer juízo sobre isso porque a Fazenda trabalha com os fundamentos. E esses movimentos mais especulativos, eles são coibidos com a intervenção do tesouro e Banco Central", declarou Haddad.

O Banco Central efetuou, nos últimos dias, intervenções no câmbio, por meio da venda de moeda norte-americana no mercado à vista e, também, dos chamados leilões de linha (venda com compromisso de recompra, como se fosse um empréstimo).

Mesmo assim, o dólar tem operado pressionado, enquanto analistas aguardam o andamento do pacote de cortes de gastos no Congresso Nacional. Nesta quarta-feira, chegou a R$ 6,17 por volta das 11h, e a R$ 6,15 às 12h15. Veja mais cotações.

Por fim, o ministro lembrou que a economia brasileira atua com o chamado câmbio flutuante, com o dólar oscilando, para cima e para baixo, de acordo com os movimentos do mercado — e eventuais intervenções por parte do Banco Central, que, em tese, servem para corrigir distorções e problemas de falta de liquidez.

Ele disse acreditar que, em um momento de pendência do pacote fiscal, sob análise do Legislativo, a moeda norte-americana terá oscilações.

"Mas eu acredito que ele [dólar] vai se acomodar. Eu tenho conversado muito com as instituições financeiras. A previsão de inflação para o ano que vem, a previsão de câmbio paro ano que vem. Até aqui, nas conversas com as grandes instituições, as previsões são melhores do que os especuladores estão fazendo. Mas, enfim, o câmbio futuro o Banco Central tem intervido. O Tesouro passou a atuar na recompra de títulos. E eles vão continuar acompanhando até estabilizar", concluiu o ministro da Fazenda.

Pacote de cortes de gastos

Esse projeto é o primeiro do pacote de corte de gastos enviado pelo governo ao Congresso na tentativa de conter as despesas públicas.

Com a íntegra das medidas — divididas em quatro propostas legislativas —, a área econômica projeta economizar R$ 327 bilhões até 2030.

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