O Tribunal de Contas da União (TCU) identificou 11,9 mil obras públicas paralisadas pelo país. O número corresponde a 52% dos contratos em execução, segundo relatório aprovado nesta quarta-feira (4).
"Essa quantidade revela um cenário emblemático, em que, a cada dois empreendimentos contratados com recursos federais, um encontra-se paralisado", afirmou o relator do processo, ministro Vital do Rêgo.
De acordo com o TCU, essas obras já consumiram cerca de R$ 9 bilhões em recursos federais. Seriam necessários mais R$ 20 bilhões para terminar a execução dos projetos.
As áreas de saúde e educação concentram o maior número de obras paradas. São aproximadamente 8,7 mil projetos paralisados --cerca de 72% do total.
"Vale reforçar que esses números representam milhares de unidades básicas de saúde, unidades de pronto atendimento, estruturas de atenção especializada, escolas, creches, quadras esportivas e outras infraestruturas que não foram concluídas conforme o planejado", diz o relator.
Veja o ranking por área:
O estado que mais tem obras paradas é o Maranhão, que tem 1,2 mil projetos sem conclusão. Veja por estado:
- Maranhão: 1.232
- Bahia: 972
- Pará: 938
- Minas Gerais: 895
- São Paulo: 728
- Ceará: 717
- Pernambuco: 624
Obras retomadas
O relatório do TCU também aponta melhora nos indicadores de obras paradas. A área técnica constatou que 1.169 obras que estavam paralisadas em 2023 e foram retomadas em 2024.
Outras 5.463 obras foram finalizadas desde o último levantamento do TCU, no ano passado.
A Corte de Contas também destaca que a proporção de projetos parados cujos recursos são repassados pela Caixa Econômica saiu de 46,5% para 38,9% em 2024.
"Esses resultados demonstram a efetividade das ações recentes da Caixa no enfrentamento do problema, embora ainda insuficientes diante da magnitude do problema herdado em anos anteriores", declarou Vital.
Contudo, apesar da conclusão de projetos paralisados, novas obras em execução em 2023 foram paralisadas neste ano. De acordo com o levantamento, 2.180 projetos foram paralisados em 2024.
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